30 abril 2008

Leite de Campos continua no activo,


contrariamente ao divulgado pela comunicação social, aquando da famosa debandada da PLMJ.

O maior [em número de advogados...] escritório de advogados em Portugal, a PLMJ, muitas vezes associada a Júdice, mas com sócios fundadores bem mais idosos, foi bastante falado em 2oo5, quando saíram 5 advogados da equipa de Sofia Galvão -- liderados pela própria, que foi para a Sérvulo e dpeois para a VdA -- e no ano passado, quando saíram 14% dos sócios, que abriram um novo escritório -- o AAA -- e Leite de Campos que, alegadamente iria reformar-se, abriu agora um novo escritório também, como se lê no Diário Económico de hoje.

Dizia-se que 'A saída do chefe do departamento de direito fiscal está para breve, mas não se prende com a cisão interna na PLMJ. Quase a atingir os 65 anos, Diogo Leite de Campos tem que reformar-se e deixar de prestar serviços para a sociedade'. Agora, abriu a Leite Campos e Soutelinho.

No ano passado, em bloco, saíram 20 advogados e caiu a administração.

Podia ser uma notícia péssima para a PLMJ.

Lorenzetti acha ser óptima. Afinal, sendo o problema partilhado por todas as outras, apenas demonstra que o mercado livre funcionou no caso da PLMJ, e eventualmente os sócios que saíram -- e as suas equipas -- estarão mais felizes.

Já os que não saíram dos outros escritórios...

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29 abril 2008

Os brandos costumes dos portugueses, agora na Internet.


Li um dos 0,0000001% emails 'FW:fw:: etc etc' que recebo.

Dizem ser 'uma pequena notícia que vem publicada na revista "Visão" de quinta-feira passada, com [..] o sub-título "Em apenas 6 dias um oftalmologista espanhol limpou a lista de espera da cirurgia às cataratas, no Hospital do Barreiro".

Não sei se veio ou não [não compro nem costumo ler a revista em causa] e também não vou verificar [tenho mais do que fazer e é mais fácil a ressalva]. Vendo bem nem sei se o hospital existe.

O e.mail continua:

"José António Lillo Bravo, 45 anos, oftalmologista espanhol, instalou-se de armas e bagagens, como quem diz, com equipa e equipamento, no Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, e reduziu drasticamente a lista de espera das operações às cataratas. Precisou apenas de seis dias - seis! - para devolver a visão a 234 pessoas. O procedimento é simples, faz-se em poucos minutos, só com anestesia local; o oftalmologia aplica o método (= facoemulsificação) há mais de uma década, e permite ao doente voltar para casa no dia da intervenção. E pelos seus próprios pés. Sem pudores, José Bravo precisa que, nos dias em que esteve no Barreiro, e com a ajuda da sua equipa, fez 48 intervenções diárias : 24 de manhã e 24 de tarde - contra as 50 por ano, em média, dos médicos locais, e que resultaram, no final de 2007, numa lista de espera de 384 pessoas.



Por cada cirurgia, o espanhol, recebeu 900 euros. Um valor que, garante a administração do Hospital, é compensador : corresponde a metade do preço pedido pelos médicos portugueses." Fim do artigo. Assinado: Teresa Campos'.

Este texto, que me foi reenviado por e.mail, vem com a indicação típica a dizer mal de Portugal.

Mais do que pegar em casos destes para dizer mal do país, sem que nada mude, seria útil analisá-los, em vez de simplesmente praticar spam anti-nacionalista e não patriótico.

Patriótico e útil seria, por exemplo, exigir ao Ministro da Saúde que investigue o caso, designadamente o caso do hospital em causa, o médico espanhol referido bem como as razões da aparente falta de produtividade dos médicos desse hospital.

Se houver causas justificadas, que deverão ser divulgadas ou resolvidas, o assunto fica fechado.

Se não existir causas atendíveis para essa falta de produtividade, os médicos devem ser responsabilizados.

Tão simples como isto.

E ainda mais simples do que escrever para a Visão ou enviar emails.

Ou, até, escrever um post num blog.

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25 abril 2008

TAP, pelo seu 'CEO'


no Diário Económico de 24.o4.2oo8:

'problema que a TAP hoje não tem: a interferência política. Em oito anos à frente da companhia, Fernando Pinto aprendeu a defender-se desta pressão, a falar pouco e especializou-se na valorização do trabalho feito até aqui. Sempre que pode, sublinha que a TAP não custa nada ao Estado, contribui com impostos – 60 milhões em IRS e 80 milhões à Segurança Social –, além de fazer girar o 'hub' que liga Portugal a 56 destinos, com voos directos'

[...]

'a TAP tem capacidade para consolidar um 'hub' em Lisboa'



'Daqui a dez anos a TAP existirá como hoje ou há alguma possibilidade de ser envolvida num processo de consolidação? Pode ser comprada ou será a compradora?
Há exercícios de futurologia que acho sempre muito difíceis de fazer. Quando cheguei aqui, lembro-me de uma conversa com a comissária europeia Loyola del Palacio, durante a qual apresentámos um plano que defendia que a TAP, em três anos, tinha condições para recuperar da situação em que estava, saindo de um prejuízo de 120 milhões de euros que apresentara nos últimos anos. Nessa reunião, mostrámos que teoricamente era viável. A reacção não foi a esperada. Lembro-me de ela ter comentado que não acreditava naquilo. Não acreditava na viabilidade da empresa e achava que a companhia só recuperaria se fosse comprada por uma maior.



Como reagiu?
Eu disse que nós também considerávamos a consolidação, mas de forma diferente. Não pela venda da empresa, mas através de alianças internacionais. Nessa altura, como hoje, não víamos a necessidade de estar dentro de um grande grupo, mas sim dentro de um acordo comercial onde mantivéssemos a autonomia.


E assinou o acordo com a Star Alliance.
Sim. A verdade é que a viabilidade ficou demonstrada e, em três anos, a empresa já estava a dar resultados positivos. A consolidação destes resultados também está relacionada com o acordo com a Star Alliance. Aumentámos muito as nossas vendas.

[...]



Faz sentido comercial manter hoje uma companhia de bandeira? Ou faz sentido para o país?
Eu acho que faz sentido haver uma companhia de bandeira. É importante que o país tenha uma empresa que se foque nele, exclusivamente, e isso é muito importante para o cliente português. Se não tivéssemos a nossa base principal aqui, dificilmente teríamos condições de fazer o volume de voos directos que fazemos a partir de Portugal. As condições seriam piores do que as que oferecemos agora, com mais escalas e menos oferta.


Se a TAP fosse comprada, Lisboa teria menos rotas e ligações, é isso?
Se a companhia fosse comprada, a primeira coisa que aconteceria seria a junção dos 'hubs', penalizando Lisboa. Ora, nesta junção acabar-se-ia por perder algumas das vantagens actuais, nomeadamente o passageiro teria de voar muitas vezes para outro 'hub' para depois prosseguir viagem. Hoje não é assim. Com base na aliança que fizemos e nos nichos de mercado que se descobriram – e ainda não atingimos o potencial máximo, há muito para desenvolver –, sabemos que esta empresa é financeiramente sustentável com uma aliança internacional, que traz apoio sem retirar autonomia ao país e aos passageiros portugueses.

[...]



Onde foi buscar esse dinheiro?
Aumento de eficiência. A operação dos novos A330 foi muito grande, com menos custos e mais volume de passageiros. Gostaria de lembrar que, em sete anos de operação, a TAP duplicou os resultados e sempre com um número de pessoal inferior ao que tinha no passado. Conseguimos um aumento claro de eficiência. Esta é a única forma de sobreviver.


Mas este aumento de eficiência justifica uma subida tão grande nos lucros? Há quem desconfie destes números…
No fundo, é tudo uma questão de acréscimo de proveitos com um máximo de contenção nos custos. As diferenças são muito pequenas para valores muito grandes, é essa a explicação. A TAP tem proveitos de perto de dois mil milhões de euros para cerca de 1,9 mil milhões de custos totais. Qualquer pequena diferença nessa relação pode dar um resultado negativo, positivo, pequeno ou muito grande. São pequenas variações que pesam nos números finais.

Um dos objectivos é preparar a empresa para uma eventual privatização. Quando é que o Governo vai definir?
Não sei, há toda uma dependência do mercado. Da nossa parte estamos a cumprir o que está previsto.



Se o Governo quiser, a privatização é feita este ano?
É isso, mas acho difícil.

Aponta mais para 2009?
Bem aí já não sei, é uma decisão do Governo.

Vê vantagens na privatização da TAP?
A privatização é algo que vai acontecer naturalmente um dia, não tenho dúvida nenhuma, pelas necessidades de capital da empresa.


A entrevista de F. Pinto ao Diário Económico ia muito bem, até à privatização. Mas percebe-se: qualquer gestor público que seja contra uma privatização, num governo PS ou PSD, é provavelmente despedido.

Com tão bons resultados não faz sentido nenhum privatizar. Para obter capital basta reaver áreas lucrativas ligadas à própria gestão do aeroporto ou emitir obrigações, e não acções. Mas mesmo que se coloquem acções em bolsa, pode-se ter um float prudente e manter mais de 50% do capital no Estado. Isso sim, seria injectar capital garantindo a receita para o Estado. Recorde-se o que referiu F. Pinto:
'a TAP não custa nada ao Estado, contribui com impostos – 60 milhões em IRS e 80 milhões à Segurança Social –, além de fazer girar o 'hub' que liga Portugal a 56 destinos, com voos directos'.

E como dizia a própria TAP no seu press release de 3 de Abril, 'A TAP teve em 2007 o melhor ano da sua história, com os lucros a ascenderem a 32,8 milhões de euros, mais 350 por cento que os 7,3 milhões registados no exercício do ano anterior'.

Ora uma empresa destas não se privatiza.

Só políticos com graves problemas mentais -- adaptando os dizeres de Sousa Tavares para o tabaco -- ou, diremos nós, com lobbies / interesses e influências duvidosas.

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22 abril 2008

'Casamentos gay'

O Bloco de Esquerda propôs a existência de casamentos gay.

Discordamos.

E não por serem gay, mas porque o casamento é um sacramento, um acto religioso, e não deve ser considerado um acto civil. Seja hetero ou homossexual.



Sendo o Estado laico, não deve interferir com a liberdade religiosa e 'importar' o casamento para o Código Civil, como o fez. Da mesma forma que não deve agora alargar esse pseudo-casamento aos gays.

Lorenzetti percebe que os não religiosos gostem de fazer festas e vestir-se de branco, etc etc, sejam hetero ou homossexuais, e podem fazê-lo fora da Igreja, se assim o quiserem. Mas o que não faz nenhum sentido é criar figuras jurídicas só para a festarola, como se o casamento fosse uma banalidade e não um sacramento.



Só falta o Estado fazer baptismos 'laicos', ou ter funcionários públicos a administrar a extrema unção a gays e não gays. Não se trata de igualdade entre cidadãos: trata-se de um estado laico. E não deve haver casamento gay no Estado, como não deve haver casamento não gay no Estado, mas sim na Igreja, para quem seja religioso.



A discussão que o Bloco de Esquerda quer ter deverá ser com o Estado do Vaticano e não com o Estado Português.

Mais do que propor o casamento gay no Código Civil e Constituição, ficaria bem ao Bloco de Esquerda eliminar o casamento de qualquer lei, pois ele depende da Igreja e não do Estado.

Isso sim, seria progressista.

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Os 'missing links' da UE

são vários, entre eles algumas demonstrações de como há medidas básicas que ainda não foram tomadas e que simplificariam IMENSO a vida ao cidadão comum e legitimariam mais a integração europeia, combatendo o famoso défice democrático:

- matrícula automóvel única europeia;

- impostos estaduais comuns evitando a burocracia dos tratados de dupla tributação e afins;

- segurança social comum;

- igual sinalização de trânsito;

- sistema comum de transportes e títulos válidos para várias cidades europeias, reduzindo os preços dos voos entre cidades
europeias;
- taxa única para comunicações móveis entre a UE, da mesma forma que é igual dentro do território de cada Estado membro.

- uma língua comum, sem prejuízo da manutenão das línguas nacionais.

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'Perda de tempo' e 'burocracia'

Como explicar a uma criança o que são:

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'Tesourinho político'



Delicioso o momento e a forma como Almeida Santos 'manda calar' o líder da oposição.

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A Lei 12/2008 veio alterar o regime os 'serviços públicos essenciais', a versão nacional das 'essential facilities', como a água, gás, electricidade, telefone, etc..

Entre outras coisas deixa de ser permitido às empresas prestadoras desses serviços cobrar taxas pelos contadores.

O que não deixa de ser curioso é que, com ou sem concessões, se privatizem tais empresas.

É uma contradição que irá revelar-se fatal [como já sucedeu noutros países, onde agora se re-nacionaliza ou tomam medidas não menos extremas, em Estados tão díspares como a Venezuela ou o Reino Unido]: não faz qualquer sentido que um serviço público declarado essencial e portanto estratégico porque fundamental para a sobrevivência e segurança dos cidadãos seja detido por privados, num regresso ao regime dos Senhores Feudais, anteriores ao Estado de direito democrático que levámos 900 anos a atingir.

É achar que o Estado, que se construiu em séculos, não serve para nada.



Se os gestores públicos nem sempre são mais competentes que os privados, o que é certo é que antes de privatizar sabem bem por as empresas a funcionar [senão os privados não as compravam]. Alguém diz que a PT não era uma empresa interessante quando pertencia ao Estado? E quanto passámos a pagar mais de impostos para compensar as receitas perdidas pelo Estado com a privatização da PT, pela qual se recebeu pouco na altura, e quase nada quando se vendeu à PT a rede fixa, a preço de saldo? O mesmo acontece/rá com a EDP, a TAP, a GDP, a GALP, e afins.

Por outro lado, as empresas privatizadas têm em regra accionistas maioritariamente privados enquanto que nas empresas públicas a propriedade plena é do Estado e portanto de todos os beneficiários destes serviços essenciais. Sobretudo num momento em que as restrições ao capital estrangeiro deixaram de ser permitidas [sobretudo para a UE] bem como as golden shares.

Mas tendo em conta a promiscuidade entre políticos e o sector privado, não é de admirar.

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21 abril 2008

Futebol

Numa entrevista ao DN de Domingo ao treinador do Sporting Paulo Bento, o destaque vai para a frase 'Temos de valorizar [o] facto de só dependermos de nós'.

Suponho que o dito treinador se referisse ao trabalho da equipa, que tem de ser feito 'com tranquilidade'.



Mas podia ser aplicado -- e se calhar foi -- ao facto de os clubes poderem [e deverem] ser independentes.

Tendo em conta os milhões em torno do futebol, seja em contratações milionárias, negócios [negociatas?] de terrenos, estádios, preço elevado dos bilhetes e o maná da publicidade e merchandising, não se percebe que os clubes recebam subsídios do Estado, sobretudo num momento em que fazia mais falta esse dinheiro nos hospitais e nas escolas.

E não num bocado de relva com 11 jogadores de cada lado.

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Lei n.º 18/2008, D.R. n.º 78, Série I de 2008-04-21
Autoriza o Governo a alterar o Código de Processo Civil, o Estatuto da Câmara dos Solicitadores e o Estatuto da Ordem dos Advogados, no que respeita à acção executiva

Lei n.º 19/2008, D.R. n.º 78, Série I de 2008-04-21
Aprova medidas de combate à corrupção e procede à primeira alteração à Lei n.º 5/2002, de 11 de Janeiro, à décima sétima alteração à lei geral tributária e à terceira alteração à Lei n.º 4/83, de 2 de Abril

Lei n.º 20/2008, D.R. n.º 78, Série I de 2008-04-21
Cria o novo regime penal de corrupção no comércio internacional e no sector privado, dando cumprimento à Decisão Quadro n.º 2003/568/JAI, do Conselho, de 22 de Julho

Portaria n.º 305/2008, D.R. n.º 78, Série I de 2008-04-21
Fixa a dotação de consultores, em regime de comissão de serviço, nas áreas de planeamento e política legislativa, da Direcção-Geral da Política de Justiça (DGPJ)

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Hans MEMLING [1470-1480] O Martírio de S. Sebastião

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Carjacking, essa miudeza.



A vaga de notícias sobre 'carjacking' já provoca náuseas.

Se é certo que há muitas notícias sobre este tipo de crime, há imensos outros tipos de crime que nascem todos os dias ou que já existiam e continuam a ser praticados, muito provavelmente com origens comuns.

Mais do que combater este ou aquele tipo de crime, perdendo-nos em manchetes de jornais e modas policiais, seria importante combatermos as causas directas do crime, por um lado, e os criminosos em si, por outro.


Se as causas do crime seriam resolvidas com Ministras da Educação de jeito e afins, os criminosos em si, na sua maioria, alojam-se em zonas problemáticas, sobretudo nos arredores de Lisboa e Porto, ou de qualquer outra 'grande' cidade, como se sabe, e a sabendo onde estão, é mais fácil actuar. Não se percebe porque não há (pelo menos mais) acção. E quando não há acção há cumplicidade.

Não se quer com isto dizer que se deve bombear esses bairros ['dinamitar', estilo ponte, como diria Almeida Santos do PS...] ou matar toda a gente, ou desterrá-los, ou queimar tudo. Quer-se com isto dizer que as entradas e saídas nesses bairros devem ser vigiadas, os seus habitantes alvo de recenseamento específico, as casas alvo de buscas mais frequentes, e os grupos mais suspeitos vigiados por agentes especiais evitando assim a prática de actos criminosos ou possibilitando a recolha de provas para a sua condenação por crimes tentados ou executados. As leis sobre privacidade e as regras constitucionais aplicáveis não devem ser obstáculo à investigação nesses bairros que, não tenhamos dúvidas, devem ser consideradas zonas especiais, onde o direito à vida e à segurança física deve prevalecer.



Deve igualmente avançar-se, com base nesse recenseamento especial, não só para a investigação específica de cada um dos residentes, mas para o seu realojamento e destruição desses bairros, muitos ilegais, e permitidos, inacreditavelmente, pelas câmaras municipais.

Os responsáveis pela maioria da criminalidade e por guettos e 'bairros problemáticos' são, não tenhamos dúvidas, as câmaras municipais e a sua passividade face à aglutinação de marginais em bairros que se tornaram guildas de violência, doença e droga.

Já falámos do tema há dias, aquando do 'cerco' policial esporádico ao Martim Moniz. é preciso mais e melhor.



É certo que há bandidos na Lapa ou no Restelo em Lisboa, ou na Foz do Douro. Mas ninguém tem dúvida que a percentagem de meliantes por crimes de sangue e de maior violência concentram-se em bairros periféricos, 'bem conhecidos'.

Lorenzetti não vai ao ponto -- extremo e idiota -- de proibir o uso de 'hoodies' [camisolas com capucho/capuz], que se ponderou banir dos centros comerciais no Reino Unido, pois a população tem medo dessa gente, que associa a marginais].

Mas sugere investidas da PSP, PJ, SEF, SIS e serviços de assistência social em zonas como:

Amadora [bairros de charme como o 6 de Maio (Damaia) ; Estrela de África (Venda Nova); Estrada Militar do Alto da Damaia; Alto da Cova da Moura; Quinta da Lage; Serra da Mira; Boba; Bairro de Santa Filomena; Reboleira; Portas de Benfica, Azinhaga dos Besouros];

Chelas;



Bairro da Serra [Prior Velho, Loures e Odivelas];

Pica-Pau Amarelo e Monte da Caparica [Almada];

Arrentela e Zona de Miratejo [Seixal];

Vale da Amoreira [Moita];



Quinta da Mina [Barreiro];

Bairro do Afonsoeiro [Montijo];

Bairro da Bela Vista [Setúbal];



Aleixo, S. João de Deus, Cerco e Pinheiro Torres, Gaia, Matosinhos, Gondomar [Porto].

Até:

Sintra [Moinho das Rolas; Navegadores]; e

Cascais [o antigo Bairro das Marianas; Bairro da Cruz Vermelha; Bairro da Torre; Bairro de Hollywood [Alcoitão], tais são os cenários doidos, e o do Fim do Mundo, cujo nome não podia ser mais expressivo...].



etc, etc.



Se Lorenzetti tem esta lista, o que não terão as instituições competentes? Façam favor que usar os meios que têm ou arranjar mais. O que pagamos em impostos e a segurança do Estado e dos cidadãos honestos [muitos deles até viverão nesses bairros, entre o lúmpen] não justificam menos.

E não se entenda que a eliminação destes bairros deva passar pelo realojamento automático: salvo em casos excepcionais, não há razão para os contribuintes pagarem casas a criminosos, ou a imigrantes ilegais que podem ser deportados, ou a simples pessoas que habitavam ilegalmente nesses bairros [na maioria bairros ilegais], que o Estado tem todo o direito [e dever] de demolir.



A culpa do estado das coisas e a acção necessária cabem claramente à PSP, à PJ, ao SIS, ao SEF e aos departamentos de urbanismo, higiene e habitação das Câmaras Municipais e ao Governo, como agente financiador dos recursos humanos e materiais das forças de segurança.


Só a acção nestes bairros trará legitimidade ao Estado, segurança aos cidadãos, e minimizará as queixas [algumas correctas] de grupos políticos extremistas que [creiam] não seriam tão benevolentes como Lorenzetti ao entrar nesses bairros e que desde logo utilizariam milícias populares armadas e afins...

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20 abril 2008

Estoril Open

Este ano foi diferente e não apareci.

A 'malta' aparece no Domingo, para o social, no dia da final.

Durante a semana vão os filhos, para o engate e tomar uns copos [bastantes] na tenda VIP, e nada de ir aos jogos...

Este ano essa parte deve ter sido igual, mas com as diferenças de ter lugares marcados e uma enchente de gente que quis ver Federer. Mesmo que não visse ténis. O que interessava era levar a máquina e fotografar o dito. E dizer, ao jantar, 'eu vi o Federer; não foste ver?'.



A vitória foi de pirro: Federer ganhou não porque jogou, mas porque Davydenko desistiu...

A piada do Estoril Open é ser relativamente sossegado e conhecerem-se novos talentos do ténis. este ano foi ao contrário.



Esperemos que o próximo volte aos velhos tempos e que a única diferença seja para melhor. Mudar, por exemplo, de local -- mantendo o entanto a boa paisagem -- porque aquele court central pré-fabricado [contrariamente ao belo centralito] não dá para nada...

E 'Estoril' Open fora do Estoril também é meio estranho. E não digam que é por ser 'linha' do Estoril...

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Cavaco Silva

estava a ser menos mau, mas na Madeira estragou tudo.

É verdade.



Todos sabem quanto Lorenzetti achava Cavaco fraco, e não apenas pela sua origem de Boliqueime, ou de ter rodado o carro para o congresso e voltado líder do PSD e futuro Primeiro-Ministro [PM], ou por se achar ter sido um bom PM numa altura em que, com os fundos europeus, qualquer PM seria bom PM, ou pelo famoso momento do bolo rei.



Como PR, Cavaco nem ia muito mal. Ia até melhor que Sampaio, cujo intervencionismo -- sobretudo o golpe de Estado em que tirou Santana Lopes sem justificação plausível -- foi fatal.



Cavaco tem sido aquilo que se espera de um PR: não faz nada, diz bem de tudo e todos ou não comenta. É quase invisível, sobretudo com um governo PS cujo líder é ex-JSD e faz aquilo que o PSD de Cavaco faria no Governo.



A diferença é que já não contam com grandes fundos europeus. Mas mesmo assim ainda planeiam mais betão e autoestradas... Antes era Ferreira do Amaral, hoje é Jorge Coelho. Tudo bons rapazes, e a caravana passa.



Mas a visita à Madeira foi de escândalo e demonstra o estranho poder e a reverência absurda pelo governador do ilhéu.



Pactuar com o regime da Madeira é desrespeitar a democracia e a boa educação, que não tolerariam os comportamentos conhecidos de 'Alberto João'. Sobretudo o último, de chamar 'bando de loucos' aos membros do Parlamento Regional e fascista ao PND e referir-se aos 'tipos do partido socialista' e , não indo, como deveria, o PR ao Parlamento regional, mas encontrando-se com o governador do ilhéu que, fumando charuto, nos chama de cubanos e colonialistas, e aos jornalistas, chamou de 'bastardos' e, finalmente, de 'fdp'.

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'Polícia ajuda Benfica a fugir dos seus adeptos'

Insólito, mas real. É a capa do DN de hoje.



Espero que seja uma demonstração de que os adeptos, perante maus resultados, não se viram apenas contra o treinador ou o presidente do Clube, SAD, ou lá o que é, mas contra quem joga e recebe, para ganhar e não para perder, salários bem acima do normal [e desde logo do treinador e executivos dos clubes].

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P S D



Muito se fala do que se passa no PSD.

Para nós não há novidades, é o costume, desde os anos 70.

O PSD teve vida apenas com dois líderes: Sá Carneiro, fundador; Cavaco, reanimador.

O resto é conversa.



E Menezes uma insignificância como todos os outros líderes. O PSD perdeu Sá Carneiro e a ideologia. E Cavaco, sem ela, tinha um carisma que funcionou. Os restantes líderes, sem carisma ou ideologia, nada fizeram.

Por isso, com a saída de Menezes, não há uma crise no PSD.

A crise prática existe desde os anos 90, e a ideológica deste 80.



A solução passa por um partido de direita, com o PSD e o CDS, e quem sabe alguns do PS, que hoje é, em boa verdade, um PSD.

O PSD não precisa de mais um líder, mas de um partido.

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18 abril 2008

Pérolas sobre a Síria


No blog dos Amigos do Museu Nacional do Azulejo lê-se o seguinte:

'"sabia que" a SÍRIA:

- é um país de extraordinária variedade geográfica - desde deserto, montanhas a férteis planícies, habitado por um povo caloroso e onde, apesar da instabilidade da região em que se insere, o turista não corre o menor risco de ser roubado ou incomodado?

[...]

- que - sinal duma certa liberalização económica - , não é difícil trocar euros nalguns bancos privados, mas que também convém guardar alguns, úteis para negociar em souk's onde esta moeda é muito apreciada?

[...]
- que, polícia de toda a espécie, secreta ou não, é omnipresente, mas que são só os próprios sírios que a temem, e que aos turistas lhes basta mostrar sem hesitação os seus papéis quando assim for solicitado?

- que os assuntos de conversa com a população local a evitar - pela possibilidade de o interlocutor ser um agente a paisana - são a democracia, a liberdade de imprensa, Israel e as relações sírio-libanesas e que fora disso todos são possíveis?'


Delicioso.

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12 abril 2008

'Não viria mal nenhum ao mundo se os países mais ricos um dia tomassem a iniciativa de acabar com as «off-shores»'

Carlos Rodrigues, Presidente do Banco BIG
in Expresso, Economia, 12.4.2oo8, p.11

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Tod's


em Portugal.

A Tod's abriu uma loja na Av. da Liberdade, em Lisboa, a mostrar que há quem resista bem à crise [!].

E para além da questão orçamental percebe-se o gosto pela Tod's: os mocassins /loafers são, de facto, do mais confortável que há [ainda há quem prefira ténis, pasme-se!] e recomendam-se. Já os chapéus, cuidado com o cheiro da pele.

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Lobbying


surgiu como tema do dia, depois do caso Coelho.

Diz a famosa Wikipedia 'Lobbying includes all attempts to influence legislators and officials, whether by other legislators, constituents or organized groups'.

Fala-se em lei do lobbying e de regimes estilo EUA ou Comissão Europeia.

Lorenzetti pergunta-se se a diferença do lobbying 'legal' e do tráfico de influências é a mesma do que 'matar com previsão legal' e 'matar sem previsão legal'. É que matar continua a ser matar.

E traficar influências também.

Com ou sem quadro legal.

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Jorge coelho sai do Conselho de Estado...


... e entra Gomes Canotilho.

Mais do que a célebre questão de Jorge coelho, é inacreditável esta substituição.

Inacreditável, dada a qualidade de quem entra, face à de quem sai.

Comparar o constitucionalista Gomes Canotilho, figura respeitadíssima do direito português, a Jorge Coelho, é como comparar um cruzeiro nas Caraíbas a um tour de autocarro na Amadora.

Quase que nos apetece felicitar Coelho por ter ido para a Mota...

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Ferreira do Amaral, d'après Jorge Coelho


Diz o Expresso que 'Ferreira demarca-se'. É um caso de ilegalidade zero e questão moral zero. entrei na Lusoponte 12 anos depois de ter deixado o governo', afirma Joaquim Ferreira do amaral, ex-ministro das Obras Públicas'.

Lorenzetti concorda.

É um caso de questão moral zero.

Disso, não haja dúvidas...

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Julgamento de Mário Machado / SkinHeads

Escrever sobre estes temas é sempre complicado. Primeiro porque exigem inteligência política, filosófica, histórica e até psicológica. Segundo porque nos arriscamos a levar uma bela sova. No mínimo.

E é por estas razões -- sobretudo pela primeira -- que este texto pode não ser perfeito e porque apontamos pontos positivos e negativos à extrema direita portuguesa.



E é para mim interessante pensar e escrever sobre a extrema direita em Portugal por várias razões. Uma delas é porque o meu estilo de vida é muitas vezes associado à direita tradicional [prefiro a caça ao futebol e o cognac à cerveja, o contador indo-português ao móvel IKEA e o charuto ao cigarro, por exemplo], mas até me acho bastante liberal [não no sentido económico] em muitas coisas. Não me considero pois de esquerda ou de direita puras, e odeio o oportunismo e vazio do centro.

Escrever sobre direita é pois um desafio interessante e agradável.

O motivo é o caso Mário Machado; um exemplo sublime de léxico e inteligência política. A vénia a Mário Machado, embora discorde dele em muitos outros aspectos. Mas com o respeito que a democracia exige entre portugueses livres e conscientes.



Machado conta, desde logo, com o apoio indefectível de José Pinto Coelho, do PNR, um partido legal, quando a Constituição proíbe 'associações armadas nem de tipo militar; militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista' (art. 46.º-3) e o prefácio até prevê o 'caminho para uma sociedade socialista'. É uma vitória fundamental de José Pinto Coelho e de Mário Machado.

A questão lexical referida envolve situações como a negação de racismo opondo o conceito racialismo.



Defendendo, por exemplo, que o orgulho branco não é um acto racista, mas um acto de orgulho nacional ou racial.

Outra vitória de Mário Machado é ter conseguido que o Bastonário da Ordem dos Advogados o tenha visitado, sem que os advogados nem a classe jurídica, nem o Presidente da República o tenham censurado o Bastonário por isso. O Bastonário terá dito que só foi visitar alguém de cuja prisão preventiva discorda. Ora haveria milhares de presos preventivos que poderiam ter sido visitados para o mesmo fim. Mas o Bastonário visitou um: Mário Machado.

Foi igualmente interessante a referência à sua situação como de prisão política, invocando o 25 de Abril [mês no qual estamos, curiosamente] e exigindo liberdade de expressão.

A extrema direita tem razão numa coisa: os portugueses, ou as pessoas em geral, têm uma opinião semelhante a eles. É um dos paradoxos da democracia e da natureza humana: ao amor possível entre as pessoas, junta-se o ódio e a inveja. E 'no fundo' as pessoas, portuguesas ou não, são racistas. Não digo que isso seja bom, ou aceitável, ou desejável. Apenas digo que isso é um facto. Achamos sempre que não deve haver racismo. Mas casaríamos com um negro/a? Não. É um facto. Acharíamos piada a ter um filho transsexual? Não, mesmo que digamos o contrário. Não é por acaso que as elites raramente têm negros ou hispânicos, mesmo em países com imensos, como os EUA ou Inglaterra. E Pinto Coelho sabe isso e, com mestria, sabe sugerir que os portugueses pensam como ele. E acredito que muitos pensem. E a maioria, mesmo que não seja racista, age de modo racista. É um facto.

O que já não creio ser aceitável é a utilização da violência. E Pinto Coelho -- que até suspeito ser meu primo bem afastado -- sabe que a maioria dos portugueses concorda comigo.

E é por isso que disse esta semana que Mário Machado soube passar de lutador armado para lutador político.
Foi mais uma vitória de Mário Machado, apoiada no léxico e na inteligência conjunta com Pinto Coelho.



Esta distinção é fundamental: torna o PNR e o grupo de Mário Machado mais atraentes para os portugueses, num momento de crise do bloco central: os portugueses estão fartos do PS e PSD e odeiam os comunistas [que acham sempre iguais e maus] e pelos bloquistas [que foram moda e não passaram disso] e ainda menos pelo CDS [idem quanto à moda, conseguida e perdida por Paulo Portas].

O problema é que a prisão de Mário Machado [ou a 'última gota de água', para as autoridades] deveu-se -- aparentemente -- ao facto de ter aparecido na SIC exibindo armas alegadamente ilegais e a defender um putativo levantamento.

E esta foi a falha. Se isso pode trazer-lhe apoiantes de estrato médio [os activistas] causa-lhe dois problemas: perde militantes de base [porque o povo tenta evitar a luta armada e quer apenas luta política] e causa confrontos com o poder judicial [que embora descredibilizado, não está tanto que o povo se vire em defesa de Machado, que aí seria mártir, mas que para já não se torna].

No entanto, apesar desta falha, é sempre um treino, e Mário Machado conta com todos os pontos ganhos com o referido acima: tem o apoio do PNR, partido político legalizado, e com o apoio inédito do Bastonário da Ordem dos Advogados. E com uma inteligência política admirável.



Embora não concorde com as ideias de Mário Machado -- desde logo a utilização da força e o culpar os estrangeiros de todos os nossos males -- respeito a sua inteligência e a forma como tem gerido este processo, verdadeira aula de ciência política, juntamente com Pinto Coelho do PNR. Creio no entanto que matar não é a melhor solução, nem sou fã de tatuagens, heavy metal, Hitler e totalmente contra a imigração, como se tudo fosse bom em portugal e mau lá fora, a mesma forma que não é tudo bom lá fora e há imensas coisas e pessoas fantásticas no meu país que é Portugal, um dos mais antigos Estados do mundo.

Mas mesmo que que não concordemos, temos de reconhecer duas coisas.

Em primeiro lugar, são inteligentes.

E em segundo lugar, são políticos a sério: perfilham uma ideologia e defendem-na de forma activa. Mesmo não concordando, reconheço isso, sobretudo quando os restantes partidos [tirando os comunistas] já não têm ideologias nem acção. Apenas abrigam os boys do costume. Esses sim, são os responsáveis pelo estado das coisas. Não os estrangeiros[*] só porque são estrangeiros. Há bons e maus estrangeiros. E bons e maus portugueses. A criancinha do telemóvel era claramente uma má portuguesa. E Gulbenkian foi um óptimo estrangeiro. A minha empregada é uma óptima portuguesa. A Ratazzi foi uma péssima estrangeira. Enfim...



PS - embora este blog não tenha espaço de comentários, recorda-se que o email está sempre activo e pode ser utilizado. Se pertinentes, os comentários serão tidos em conta.

[*] Note-se no entanto que o excesso de estrangeiros que não respeitem as tradições locais podem significar o fim de uma cultura. Será Londres ainda inglesa? Falaremos disso em breve. Mas não se ache que defendemos a expulsão dos estrangeiros, como sugere o PNR. Partilhamos a preocupação, mas cremos que a solução passa pela integração e não pela expulsão. Sendo que a integração supõe o cumprimento dos deveres e tradicionais nacionais. Em Roma sê Romano.

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'Insegurança'


Esta semana lá foi a polícia, ASAE e mais uns tantos ao Martim Moniz, uma daquelas coisas que Lorenzetti sabe que existem e tem a sorte de não lá ter e por os pés, nem os olhos.

Contrariamente a Alberto João Jardim ou Maria José Nogueira Pinto, Lorenzetti não se rala de haver chineses em Portugal ou na Baixa. Até porque a qualidade e serviço de muitas lojas portuguesas é tão má ou pior.



O problema no Martim Moniz não é a 'raça' ou a 'nacionalidade'. É o urbanismo vergonhoso [e isso é culpa das Câmaras e do Governos PS e PSD] e a insegurança [culpa dos mesmos e também da polícia e demais forças de segurança]. Renovar a praça do Martim Moniz de nada serviu: a praça central ficou aparentemente limpa, mas os vagabundos e criminosos já a pisam outra vez, e os prédios todos em volta, os bairros, continuam iguais.



A polícia e afins disseram à imprensa que não se tratou de uma operação de cosmética.

Não sei.

O que sei é que estas operações [esta chamava-se Vasco da Gama, o que tem o seu quê de colonial, sabendo-se que o Martim Moniz anda pejado de indianos] são 'operações'. Acontecem às vezes. E a insegurança acontece todos os dias.

É evidente que prender um ou outro badameco não tem interesse nenhum.

O que interessa é garantir a segurança 24 horas.

E isso não se faz com videovigilância nem com operações esporádicas.

Faz-se com urbanismo de qualidade e com acção policial permanente. Não é preciso um polícia a cada esquina, mas é preciso acção policial permanente. Controlo diário de licenças de estabelecimentos, de trabalhadores, vigilância dos traficantes de droga, utilzando os consumidores para chegar lá. E isso cabe à PJ e PSP e até ao SIS.

E as diferenças existem. Basta comparar a Quinta da Marinha ao Martim Moniz. Creio que é fácil escolher o mais e o menos aprazível. E importa analisar porquê.

E não se trata apenas de ter mais ou menos dinheiro. Trata-se, desde logo, de urbanismo. E a culpa é claro da Câmara e do Governo.

Não é aceitável que o Martim Moniz tenha o aspecto que tem, os prédios decrépitos que tem e que abrigam pensões e prostitutas e traficantes. Prédios esses que a Câmara licencia ou admite, senhorios que não notifica e dois centros comerciais bem duvidosos [pelo menos] que deixou edificar e deixa funcionar. E o rol de negligências continua.

Os criminosos têm culpa de ser criminosos. Mas a Câmara e o Governo têm culpa de os deixar andar à solta e ter portos de abrigo onde se multiplicam.

Depois admiram-se que os partidos extremistas ganhem votos.

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Hospital a 'cinqueuro'

O envelope 69

10 abril 2008

Acordo Ortográfico


Segundo a sondagem do Público online, que acabamos de consultar, 70 e tal % discorda do novo acordo ortográfico.

Não comentamos o novo acordo ortográfico e muito menos a tão debatida questão de ser mais ou menos 'português', i.e. se cedemos ou não às ex-colónias.

A cedência é, desde logo, a existência de um acordo desnecessário.

Ou achavam que África e Brasil vão passar a falar inglês?

Nós é que agora vamos escrever em brasilês.

E isso é inaceitável, por muito simpático e amigo que seja o Brasil.

Sobretudo quando o Acordo de 1990 previa a co-existência de 2 sistemas: o português e o brasileiro e o novo Acordo importa para Portugal a 'simplicidade' da ortografia do Brasil. Passamos a obedecer à Academia Brasileira de Letras e lá vai à vida o tão falado dicionário de Morais.

E comentei...

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Tratantes.


Acabo de ler que 'Polónia torna-se no oitavo país a ratificar o Tratado de Lisboa'.

E ainda diziam que a Polónia era um problema.

O problema é mesmo a criptoConstituição, que faz com que a 'sugestão' de Menezes, do PSD, de uma nova Constituição pata Portugal [sugestão desesperada em política, que acaprece de modo crónico] não tenha sentido.

Para quê nova Constituição quando já temos um Tratado?

Porreiro pá.

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Tachos: distinguir o trigo do joio. Ou tirar coelhos da cartola.

No Público de hoje é divulgada uma acção de denúncia através da qual o PCP e Bloco de Esquerda demonstram como 'a nomeação de Jorge Coelho para presidir à Mota-Engil' é 'um exemplo de promiscuidade entre a política e os negócios. O PCP foi mais longe e desfiou uma longa lista de ex-governantes que foram para grandes empresas. E ficou sem resposta de todas as bancadas'.

Esta experiência é tão útil como perigosa.

É útil porque denuncia casos de possível corrupção, tráfico de influências e política suja, sem que tenha sido apresentada argumentação convincente pelos outros partidos.

É perigosa porque estimula uma característica bem portuguesa: a inveja e o tribunal popular.

Tem pois que ser gerida com cuidado.



Lê-se no Público 'outros exemplos de ex-ministros de Obras Públicas que ingressaram em grandes empresas, como Ferreira do Amaral (PSD), na Lusoponte, António Mexia (PSD) na Galp e depois na EDP. Bernardino Soares referiu também muitos casos na banca: um ex-ministro PSD (Fernando Nogueira), um ex-secretário de Estado da presidência (Paulo Teixeira Pinto, PSD) e um ex-ministro-adjunto (Armando Vara, PS) no BCP. O Banco Santander recrutou uma ex-ministra das Finanças (Manuela Ferreira Leite, PSD) e um ministro da Presidência (António Vitorino, PS). Foram também referidos "vários ministros e secretários de Estado" que foram para o Banco Espírito Santo, Banco Português de Negócios ou Banco Privado Português. Noutras áreas, o líder da bancada do PCP referiu ainda um secretário de Estado da Saúde (José Lopes Martins, PSD) para a administração do Hospital Amadora-Sintra cujo contrato negociou, um ex-ministro do Desporto e da Administração Interna (Fernando Gomes, PS) na Galp, e um ex-ministro das Finanças (Pina Moura, PS) na Iberdrola e na Prisa. Nem mesmo a Assembleia da República escapou ao rol: "Até temos um deputado, porta-voz de um partido, e logo o mais representado que é provedor das empresas de trabalho temporário e defende, claro está com toda a independência que a legislação laboral devia ser mais liberalizada", prosseguiu Bernardino Soares, referindo-se ao dirigente socialista Vitalino Canas. Para o líder da bancada comunista, “esta situação de promiscuidade mina os alicerces do Estado democrático, compromete a independência de decisão e dá justificadas razões para que o povo esteja descrente nos partidos que alternam a governação”. Esta declaração política foi recebida com silêncio. Nenhum partido quis intervir. [...]



Helena Pinto referiu o caso de Jorge Coelho na Mota-Engil, “uma das construtoras com maiores interesses nas actuais concessões de auto-estradas, algumas delas assinadas pelo próprio Jorge Coelho, e nas futuras obras públicas agora anunciadas pelo primeiro-ministro”. [...] Em defesa de Jorge Coelho, o deputado socialista José Junqueiro disse não poder aceitar que se façam “juízos de valor sobre a honestidade de pessoas que estão na vida pública”. Jorge Coelho “saiu da política há sete anos, a lei das incompatibilidades não foi ferida”'.

Como é evidente é de louvar que as acusações tenham sido fundadas com exemplos, que devem agora ser investigadas pelo Ministério Público e tratadas nos tribunais.

O que tem de provar-se é que há tráfico de influências. Não se pode condenar um deputado porque trabalha ou trabalhou para o sector privado, mas porque esse trabalho perturba o exercício da sua missão parlamentar e/ou está associada a práticas de corrupção e/ou tráfico de influências. Não é de admirar que um banco contrate um político que é economista. Mas é claro que um indivíduo sem CV na área da empresa que o contrata depois de ser ministro, levanta desconfianças... e deve ser investigado.



O silêncio das outras bancadas parlamentares é de lamentar [faz lembrar o 'só falo na presença do meu advogado'] e a putativa defesa de José Junqueiro é falhada: o facto de Jorge Coelho, por exemplo, ter respeitado os anos que a lei impõe entre o exercício dos dois cargos nada nos diz que não houve corrupção. Diz-nos apenas que entre as funções públicas e as privadas houve um período de nojo correspondente aos anos estipulados na lei.

Mas o que está em causa não é se os políticos portugueses respeitam o período de nojo previsto na lei.

O que está em causa é:

1. casos de tráfico de influências e falta de independência;
2. se a lei das incompatibilidades é correcta e, não o sendo, deve ser alterada.

O facto de se ter estado 7 anos fora da política não nos garante que um ex-ministro que sobre à administração de uma construtora civil sem ter CV nessa área não favoreceu e não favorecerá interesses privados contra interesses públicos.

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McCann re-reloaded.

Lorenzetti clarifica que não concorda com a atitude de o Parlamento Europeu receber e promover o casal McCann, que é arguido num Estado Membro.

O Parlamento tem de respeitar os interesses das populações dos Estados Membros e não pode violar a sua soberania em matéria criminal, nem qualquer processo criminal em curso.

Não queira isto dizer que Lorenzetti concorda que o casal McCann seja arguido. É bem possível que sejam culpados. Mas sem provas não faz sentido torná-los arguidos.



Já se perdeu muito tempo e sobretudo reputação com este caso, que parece ressurgir agora só para ofuscar o caso da famosa e infame chama olímpica e o escàndalo financeiro relativo aos salários dos assistentes dos deputados no PE. As declarações do Governador do Tibete no PE só reforçam esta tese...

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'Corrupção'

Não o famoso filme sobre um certo líder desportivo português, mas a investigação do SRO [Serious Fraud Office] do Reino Unido sobre as 'comissões' / 'luvas' / 'subornos' que terão sido dadas ao Príncipe Bandar da Arábia Saudita pelo Reino Unido [também houve suspeitas quanto ao Presidente dos EUA] de modo a 'facilitar' celebração de contratos de venda de armas pelo Reino Unido à Arábia Saudita.

Esta investigação foi fechada por ordem de Tony Blair, que alegava 'interesses nacionais', 6000 empregos gerados no Reino Unido e 'segredos e interesses estratégicos de defesa nacional'.



O High Court veio hoje decidir que, pois claro, esta suspensão das investigações é ilegal. Como é evidente, os fins não justificam os meios e subornos são subornos, mesmo que estejam em causa 'interesses nacionais' ou '6000 empregos' na indústria militar.

Lorenzetti suspeita que o Governo Inglês irá recorrer da decisão do High Court para a Câmara dos Lordes...

... e suspeita também que os Lords irão aceitar o recurso e dar razão ao Governo. Rule Britannia!

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A caça à tocha.

Deixou de ser um problema da China ou do Tibete.

Neste momento é um jogo tipo supermário: será que alguém apanha a tocha? será que a apaga? Será que é preso?

E tem várias etapas: em cada cidade pela qual passa.

Em S. Francisco foi protegida por mais polícias do que John Kennedy em Dallas.



E para apimentar o jogo, é levada por alguém em cadeira de rodas.

Assim, o impacto de alguém que derrube a tocha é ainda maior: derruba um deficiente numa cadeira de rodas.



Toda esta situação torna-se patética e hipócrita e seria de todo conveniente ou cancelar a volta da tocha ou os próprios jogos, sob pena de consequ~encias mais graves.

Uma delas, já em estado avançado, é a banalização da tocha -- outrora símbolo intocável -- que passou a um simples objectozeco parolo, naquilo que é a 'caça à tocha'.

Aí está uma boa modalidade olímpica...

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'McCann' reloaded

Mais uma vez, o 'casal McCann' demonstra o seu poder de lobbying e apesar de serem suspeitos da eventual morte da sua filha menor em Portugal, foram recebidos esta manhã no Parlamento Europeu e estão neste momento a dar uma conferência de imprensa no Parlamento Europeu, utilizando recursos parlamentares.

Não deixa de ser insólito que dois arguidos em processo crime por homicídio (infanticídio) num Estado Membro sejam recebidos no Parlamento Europeu e aí realizem conferências de imprensa.

Sobretudo sendo um português que preside à Comissão, e Portugal ter presidido há pouco tempo ao Conselho da União.

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09 abril 2008

Quem visita o Lorenzetti

Modas.



Quando recebi isto num fw:, que li por ter o título IKEA e ser sempre cómico gozar com o IKEA, lembrei-me da Rita e da Jan. Foram minhas colegas e enquanto que a Rita comprava muito e mau, a Jan comprava pouco e bom. Não excpcional, mas bom, e claramente melhor do que a Rita.

Não sei qual gastava mais ou menos. Mas sei que a Jan tinha alguma qualidade e durabilidade e conforto, e a Rita tinha quantidade que se esgotava rápido, que mudava bastante, e que a fazia parecer uma colegial de centro comercial.

Eram duas opções.

O IKEA é uma opção para 'mobiliário', que foi famosa pelo preço e pela novidade. E há uma terceira razão: por ter apresentado propostas mais inovadoras em termos de design. Se é certo que não eram propostas pedagógicas para os consumidores, eram pelo menos menos chocantes, em muitos casos, que muitas coisas que por aí andam.



Sinceramente nunca achei piada à vida IKEA. E sai-me caro. Não sou do tipo de ir até Alfragide, parar num estacionamento que me faz lembrar o aeroporto ou um centro comercial, entrar num armazém enorme cheio de pessoas em vagas como cardumes e ruidosas como tudo, arrastar caixas até à caixa, esperar, pagar, e ter de por tudo num carro onde não cabe, ou ter de ficar ainda mais tempo [5x o da caixa? mais?] à espera de pagar mais para me levarem aquilo a casa, onde serei eu a montar, caso consiga, tenha tempo e paciência. Se querem detalhes de experiências análogas procurem na vossa memória ou leiam a crónica do 'RAP' na Visão. O problema é o conceito, e não só o facto de as madeiras serem más [perdão, o contraplacado / não sei quê compacto].

E depois de montar sinto-me num escritório ou loja ou cenário de TV. Ou naquelas casas das pessoas que acabaram de se mudar ou casar e estão tão felizes que nem reparam nos móveis e no tão artificial que parece a sua casa, de tão catálogo que parece.



Não tenho prazer em montar móveis, como não tenho prazer em jogar ténis. Gosto de usar e ver os móveis, não do processo em si, que deixo a algém que perceba e/ou goste do assunto. O mesmo com o ténis. Entre ficar suado ou ver a Hantuchova a suar, prefiro a segunda hipótese, e ficaria satisfeito se este ano servissem chá, biscoitos ou cocktails no Court Central do Jamor.

E ainda há aquilo que já todos perceberam: 'se é do IKEA, toda a gente tem'. Monotonia, previsibilidade, contrariamente ao que se espera do mundo do design.



Para minha angústia, não gosto do IKEA. Prefiro herdar ou ir a um antiquário, ou, em desespero de causa, encomendar uma reprodução, que em Portugal se consegue facilmente nas oficinas da FRESS.

Para minha angústia pelo preço, pelo peso, pelos assaltos, pelas mudanças, pelos incêndios, pelos parasitas. E finalmente pelas pessoas que nos acham ricos, quando não temos coisas do IKEA.

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08 abril 2008




Lorenzetti deixou de ir a alguns locais em Lisboa e na linha; os que o 'traíram' e proibiram o fumo em absoluto. Felizmente foram poucos dos poucos que já eram.

Ficam algumas sugestões de locais simpáticos que não expulsaram quem gosta de tabaco e não se deixa levar por políticas discriminatórias do recreio que é a política nacional.

Snob

Cimas

A Gôndola

La Moneda

Lisboa à Noite

Procópio

Ritz

Pabe

Bica do Sapato

Casa do Largo

Hotel Palácio, Estoril

Fortaleza do Guincho

Pavilhão Chinez


Alguns faltarão [ainda não faço ideia se proibiram no XL, entre outros...] e mesmo estes convém confirmar depois e passadas umas semanas ou meses deste post. A 'mob' anti tabaco avança, não sabendo distinguir o vício do cigarro do prazer do charuto, e desconhecendo o conceito de fumoir. Saloios pseudomodernos.

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Os 45 vinhos portugueses premiados pela Vinalies 2oo8


Vinalies Paris 2oo8 [29 Fev-4Março]:
Resultados das provas cegas de vinhos portugueses
45 vinhos portugueses premiados

[salvo indicação, são tintos]

Os portugueses premiados [lista organizada por Lorenzetti a partir da lista bruta dos 45 vinhos portugueses premiados e preços de referência]:

Medalhas de Ouro

Azul, Ribatejo, 2006

Callabriga Reserva, Douro, 2004, 18-29,9 €

Callabriga, Douro, 2005, 8-11,9 €

Casa Ermelinda Freitas Syrah, Sado, 2005, 5-7,9 €

Caves São João Reserva, Beiras, 2005, 5-7,9 €

Cerro das Mouras Grande Escolha, Douro, 2004, 18-29,9 €

Curva Reserva, Douro, 2005

Mark Stephen Schultz, Ribatejo, 2005, 8-11,9 €

Quinta do Vale Perdido, Estremadura, 2006

S de Soberanas, Sado, 2004, 12-17,9 €

Terraços do Tejo, Ribatejo, 2007


Medalhas de Prata

Callabriga Dão 2005, 8-11,9 €

Casa Ermelinda Freitas Trincadeira, Sado, 2005, 5-7,9 €

Casa Ferreirinha Esteva, Douro, 2006

Casa Ferreirinha Vinha Grande, Douro, 2003, 8-11,9 €

Cortes de Cima Touriga Nacional, Alentejo, 2005, 30-49,9 €

Guarda Rios, Ribatejo, 2006, 8-11,9 €

Mark Stephen Schultz, Ribatejo, branco, 2005, 5-7,9 € e tinto 8-11,9 €

Palha-canas, Estremadura, 2006

Pena de Pato Dão, 2005, 5-7,9 €

Quinta da Alorna Touriga nacional / Cabernet-Sauvignon Reserva, Ribatejo, 2006, 8-
11,9 €

Quinta da Espiga, Estremadura, 2006

Quinta da Mimosa, Palmela, 2005, 5-7,9 €

Quinta das Amoras, Estremadura, 2006

Quinta das Setencostas, Alenquer, 2006

Quinta de Bons-ventos, Estremadura, 2006

Quinta dos Carvalhais Alfrocheiro, 2003

Sousao, Estremadura, 2006


Porto e Moscatel


Ouro

Barros Vintage 2005

Burmester Vintage 2005

Calem Vintage 2005

Sandeman Vau vintage 2000, 12-17,9 €

Sandeman tawny 10 anos, 12-17,9 €

Sandeman tawny 30 anos, 30-49,9 €

Ferreira LBV 2000, 12-17,9 €

Vista Alegre LBV, 2002, 8-11,9 €


Prata

Kopke vintage 2005

Quinta de Valle Longo vintage, 2005, 30-49,9 €

Ferreira Duque de Bragança, tawny 20 anos, 30-49,9 €

Sandeman, tawny 20 anos, 18-29,9 €

Sandeman Imperial reserve tawny, 8-11,9 €

Casa Burmester Reserva 2005


Favaios branco, 1980, 12-17,9 €

Favaito Moscatel mistura aperitivo, 3 anos, branco


[Lorenzetti não tem interesses negociais no vinho e apresenta estes dados como mero apreciador]

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Carlos Mena canta hoje


às 21h na Academia das Ciênias, Lisboa, trazdo pela Gulbenkian:

LUX ORPHEI
CARLOS MENA (canto / direcção)

«Voglio di vita uscir»

Benedetto Ferrari
Ciaccona: «Voglio di vita uscir»
Cantata spirituale: «Queste pungenti spine»

Bernardo Storace
Aria sopra la Spagnoletta

Giovanni Sances
Pianto della Madonna: «Stabat Mater»

Claudio Monteverdi
Ciaccona: «Voglio di vita uscir»

Alessandro Scarlatti
Cantata: «Fermate, omai fermate»

Antonio Cesti
Cantata: «Era la notte»

Giovanni Bononcini
Cantata: «Lasciami un sol momento»

Georg Friedrich Händel
Cantata: «Dolce pur d’amor l’affanno»

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O melhor tinto de 2oo8 é português


da casa Ermelinda de Freitas, que tenho bebido ocasionalmente, como vinho simples, de mesa e que custa menos de 8 euros [para já...] a garrafa!

O Syrah 2oo5, da Casa Ermelinda Freitas, Palmela, foi eleito em prova cega [só assim ganhou um português, diz-se...] entre 3000 vinhos de todo o mundo nas Vinalies Internationales 2oo8.

A Casa Santos Lima [estremadura, pasme-se] saiu-se em grande, com um número muito significativo de vinhos.

A parte triste [para quem gosta deles...] é continuarmos a não ter vinhos brancos de referência.

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TAP, privatizações e o sector público.

Já aqui falámos várias vezes da TAP como exemplo de empresa de capitais públicos que não deve ser privatizada, dado gerar lucros fundamentais para o Estado que substituem, evidentemente, receitas que só seriam obtidas através de maior carga fiscal.

As privatizações, neste sentido, são meios de redução da qualidade dos serviços do Estado [que perde receita] e/ou do aumento dos impostos, para compensar a perda de receita resultante a privatização.

Com a privatização o Estado encaixa algum dinheiro -- extraordinário e não ordinário! -- mas deixa de ter, no longo prazo, as receitas que tinha. Os contribuintes perdem, pois ou os impostos aumentam para compensar e/ou a qualidade dos serviços públicos desce por falta de financiamento.

Isto porque uma empresa 'privatizável' é sempre uma boa empresa: se não fosse, os privados não a compravam.



A TAP continua -- como já aqui demos conta em anos anteriores -- com bons resultados.

Para o Governo [PS ou PSD, é irrelevante] isso significa preparação para a privatização.

Para nós, isso significa o contrário: ao tornar-se lucrativa, torna-se importante para o Estado ficar com ela e usar os lucros em benefício de todos os portugueses e não dos putativos compradores da empresa privatizada.

Era o que faltava que o Estado servisse de milagreiro económico, transformando as suas empresas desvalidas [más] em empresas lucrativas [boas] e classificando-as aí como 'privatizáveis' e vendendo-as, sem aproveitar os resultados dessa recuperação. Isso poderia acontecer em pequenas empresas, estilo private equity, mas não com utilities e grandes empresas como a PT, a EDP, a ANA, a TAP, a GDP, os CTT, etc, etc..



Regressando ao caso da TAP, os dados objectivos deste ano que demonstram a melhoria sustentada da sua performance [equivalendo a boa performance anterior de que falámos anteriormente] e portanto o dever manter-se a TAP nas mãos do Estado e de todos os portugueses. Este ano [2007, ano económico anterior do qual agora se apresentaram resultados] a TAP:

- aumentou os proveitos de passagens em 18.2%, sendo parte de um aumento de 88% entre 2000 e 2008;

- aumentou os proveitos de manutenção de aeronaves em 7.6%, desde 2000 51%;

- aumentou as receitas de vendas e serviços externos em 15.3% entre 2006 e 2007;

- aumentou os proveitos de carga e correio em 5%, sendo que desde 2000 estes aumentaram 44.5%;

- os proveitos operacionais aumentaram 16.1%, e desde 2000 aumentaram 78.6%;

- o EBITDA [earnings before interest, taxes, depreciation and amortization] entre 2000 e 2007 aumentou 228% e este ano 35.9%;

- passou de um resultado operacional negativo de 62 em milhões de euros em 2000 para resultados positivos de 30 milhões em 2006 e de mais 163% no ano passado, ou seja, 79 milhões;

- os resultados líquidos passaram de um negativo de 122 milhões em 2000 para 7.3 milhões positivos em 2006 e em 2007 o valor foi de 32.8 milhões, o que representa um aumento, entre 2006 e 2007, de 349%;


- mantém a sua frota própria, detendo apenas parte em leasing operacional [em 68 aviões, apenas 19 estão em leasing].


A TAP pesa 1.14% no PIB português, sendo menor o peso de empresas congéneres nos seus países de origem, como é o caso da Air France, KLM, Austrian Airlines, Lufthansa, Swiss Air, BA, Turkish, Iberia, Alitalia, LOT... Por exemplo, a Iberia pesa apenas 0.51% no PIB de Espanha e a British Airways apenas 0.61% no PIB do Reino Unido.




Às vezes sinto que os dois grande defeitos da TAP, na perspectiva dos passageiros -- os atrasos e o feudalismo de alguns serviços [e.g. sempre que pegam no microfone e não se percebe nada pela má qualidade de som, ou pronúncia, ou pausas] -- é de propósito, fazendo os portugueses querer ver-se livres da TAP.

Au contraire, basta melhorar isso e, juntando às contas, temos uma empresa genial, cuja privatização é um erro económico [que defrauda os interesses do Estado e dos portugueses a favor dos grupos económicos do costume] e político [de sobreposição de interesses de alguns aos interesses da maioria].

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07 abril 2008

Jogos Olímpicos.



Para se defender dos ataques dos pró-tibetanos, diz a comissão olímpica que os jogos são um evento desportivo e não político.



Se é certo que há argumentos para a comissão não se envolver na questão do Tibete, há ainda mais argumentos para afirmar que os jogos olímpicos são verdadeiramente políticos.



Os custos que acarretam e os investimentos dos Estados, o simbolismo da chama e de todos os cerimoniais de abertura e encerramento, a segurança em torno destes eventos, o protagonismo que sempre tiveram em ditaduras de esquerda e de direita, em particular na Alemanha Nazi e na Rússia Comunista, agora na China e entretanto nos EUA, são mais que evidências. E não se diga que se trata de meros aproveitamentos políticos: antes desse aproveitamento, alguém atribuiu à Alemanha ou Rússia a organização dos eventos...



A lógica do boicote pode ser contrariada de várias formas. Mas não se encha os jogos de cosmética a dizer que são puro desporto. São, sim, impura política internacional.

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'Jardim diz que Sócrates está refém do ministro das Finanças'

Lê-se hoje no Público.

É verdade que usa as finanças e o défice como desculpa para tudo, contrariando a visão de membros do seu próprio partido e ex-PR como Jorge Sampaio, que outrora exclamaram 'há vida para além do défice'.

É verdade que apesar disso, estranhamente, decide gastar o maior dinheiro possível [em infraestruturas como aeroporto, TGV, ponte sobre o Tejo, etc] tendo prometido não aumentar os impostos.

Mas da mesma maneira que o actual Governo da República abusa do argumento orçamental, o Governo da Madeira tem sido 'refém' dos subsídios, não gerando excedentes que garantam a sua autosuficiência.

E argumentar com desejos de independência e mais autonomia de nada serve, pois a Madeira não sobreviveria economicamente, sobretudo se tivesse de devolver o que já recebeu.

Alberto João Jardim disse pois uma meia verdade, mas falta-lhe coerência. Quem tem telhados de vidro [e neste caso pouco limpo]...

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