30 março 2007

29 março 2007

Genial.

Pintura e Escultura Medieval do Museu Nacional de Varsóvia (séculos XII-XVI)
1 de Março a 17 de Junho de 2007

Além do número impressionante de peças, uma qualidade e conservação excepcionais, a merecer visita[s].

MNAA

Marcadores:

28 março 2007

'Trabalho Doméstico'


Lorenzetti gosta de Lido, mas detesta a lida.

O trabalho doméstico. Arrumar depois de cozinhar, fazer camas, atender telefones, limpar o chão, substituir lâmpadas, engraxar sapatos, comprar papel higiénico, essas coisas.

Não gosta sequer de conduzir.

É claro, pode pois perguntar-se se Lorenzetti, caso seja homem e casado, obriga a mulher a fazer isto tudo.

Nada disso.

Lorenzetti nunca percebeu a discussão sobre a igualdade entre sexos no trabalho doméstico.

Porque nunca ponderou fazê-lo. E, muito menos, obrigar a sua cara metade a fazê-lo.

É que as palavras serviçal e cônjuge não são, pelo menos para mim, compatíveis.

E a ideia de esforço individual associado a limpeza de chão também não.

Daí que a opção seja ter um 'terceiro elemento' que trate dessas coisas.

E o mais interessante na discussão sobre a igualdade entre sexos no trabalho doméstico é que os seus protagonistas -- mais das vezes mulheres -- não são sequer afectadas pelo problema.

Porque as Marias tratam do assunto enquanto 'elas' discutem na televisão.

'Elas' podiam arranjar algo mais interessante para fazer.

E os espectadores também.

Começando, por exemplo, por arranjar uma empregada. One will do. Generally speaking of course.


PS - é claro que Lorenzetti prefere o assistente (sem sexo incluído...) que guie, que faça as compras (desde charutos a papel higiénico), recados, resuma os noticiários e os jornais do dia, responda a cartas, trate da segurança, de marcar jantares, bricolage, viagens, tudo menos fazer posts. Vou pensar nisso.

Marcadores: ,

Berardo no Art Newspaper, com o título


Portuguese billionaire’s UK shopping spree

'José Berardo has bought eight large sculptures from the Cass Sculpture Foundation to display outside Parliament in Lisbon

By Gareth Harris | Posted 22 March 2007


Lisbon-bound: Lynn Chadwick’s Ace of Diamonds III (2003)
LONDON. The Portuguese billionaire José Berardo has bought eight modern and contemporary sculptures by international artists which he plans to put on show in front of the Portuguese parliament in Lisbon next month.

Mr Berardo, chairman of the investments company Metalgest, purchased the pieces from the Cass Sculpture Foundation, a charitable trust based in Goodwood in the south of England.

Wilfred Cass, the charity’s co-founder, told The Art Newspaper that the number of works sold to Berardo was the largest single purchase ever made from the foundation by a foreign collector.

The pieces include Lynn Chadwick’s stainless steel sculpture Ace of Diamonds III (2003); Peter Burke’s Register (2003), made up of 2,000 cast iron copies of the artist’s hand; Zadok Ben-David’s bronze female figure Looking Back (2005); Allen Jones’s Temple (1998); William Furlong’s hollow steel Walls of Sound (1998); and Tony Cragg’s bronze Line of Thought (2002).

Neither Mr Cass nor Mr Berardo would disclose the cost of the works but the current market price for comparable pieces by Cragg is up to $660,000.

Meanwhile, 862 modern and contemporary works from Mr Berardo’s 4,000-piece collection will go on rotating display at Lisbon’s Belem Cultural Centre from July as part of the bil­lionaire’s partnership with the Portuguese government (The Art Newspaper, May 2006, p22).

The state offered the centre as a display space for part of Mr Berardo’s collection on condition that it has the option to buy the works housed there at the end of a ten-year tenure. The centre will be renamed the Berardo Museum. French art historian Jean-François Chougnet has been appointed the new museum’s artistic director.

Over 500 artists are represented in Mr Berardo’s collection including Francis Bacon, Dan Flavin, Bruce Nauman, James Turrell and the Chapman brothers. '


Art Newspaper

'Berardo Collection'

imagem: Clive BARKER [1999] Fridge

Marcadores:

25 março 2007

A moda das desculpas.


Pedir desculpas é uma coisa que fica bem socialmente. A velha história de reconhecer erros.

Ao mesmo tempo, confirma a prática do erro. E como seria tão genial tão tê-lo cometido. Isso sim, seria importante.

Porque na prática, as desculpas não servem para nada.

Apenas para uma de duas coisas: ou para conforto psicológico [não dando porém uma ideia feliz de quem as dá e de quem as aceita levemente] ou, de modo mais sofisticado, para simplesmente tapar uma agressão. Agride-se, sabendo-se que com umas desculpas tudo fica bem. É a despachar.

Pedir desculpas pela escravatura está na moda.

Perdão... não pela escravatura em geral.

Mas pela escravatura do século anterior aos séculos XX e XXI. E sobretudo anterior ao século XXI.

Tem havido movimentos nesse sentido nos EUA [onde existem inclusive lobbies que tentam obter, imagine-se, indemnizações para os descendentes -- logisticamente complicado, e eticamente duvidoso] e no Reino Unido o PM 'Tony' Blair fê-lo esta semana, depois do 'Mayor' de Londres, no contexto de um aniversário da abolição e de vários eventos relacionados com o facto.

Todos nos recordamos de o Papa ter feito algo similar [não o actual, mas o anterior, em relação à acção da Inquisição].

E como o 'passado' é desculpa para tantas coisas.

E o sempiterno argumento do 'contexto histórico'.

No caso da escravatura é ridículo. Sobretudo deveria ser para os milhões que vêm noticiários e lêm jornais e em particular aqueles que enchem as salas de exposição da World Press Photo. e em muito particular aqueles que conhecem a fotografia deliciosamente sépia-akin de Sebastião Salgado.

E pedir desculpas pelo passado é sempre simples. Sobretudo quando a acção foi tomada por outra pessoa.

Ainda não vimos desculpas pelas invasões do Iraque, Afeganistão e afins, ou pelos raptos, detenções ilegais e tortura praticados em Guantánamo. E por todas as restantes aventuras militares e ofensas aos direitos humanos por todo o mundo, em maior ou menor escala.

A história irá julgar-nos. Esperemos que a sentença não seja apenas pedir desculpas. Porque de desculpas...

Marcadores: , , , , ,

23 março 2007

Timor... a saga continua.


O tema não é novo.

Desta vez, há uma Resolução n.º 47/2007 do Conselho de Ministros. 'Determina a constituição e empenhamento de uma segunda unidade constituída de polícia, da GNR, a integrar a Missão Integrada das Nações Unidas para Timor-Leste e autoriza o comandante-geral da GNR a contratar os serviços e a adquirir o material necessário e específico para a constituição e manutenção daquela força'.

Como se não bastassem os anteriores e demonstrados erros, tendo como momento tragicómico a supremacia das forças australianas sobre as forças portuguesas na região, o governo de Portugal insiste em gastar recursos do país que obriga a apertar o cinto. os Portugueses [pelo menos os que pensam no mínimo de modo esporádico] não percebem isto. E têm razão. Porque isto não tem objectivo nenhum. E mesmo que tivesse, haveria sempre a 'concorrência' australiana, contra a qual Portugal nada pode. pelo menos através do envio de GNR para a região...

Portugal já teve o grande contributo que poderia ter: a defesa de Timor contra a opressão indonésia. Neste momento Portugal precisa de ajuda ele próprio e não pode meter-se em aventuras militares, como é moda nos EUA. E com os efeitos conhecidos.

Marcadores: ,

21 março 2007

No 'Estado Novo'


A cut glass English accent can fool unsuspecting Americans into detecting a "brilliance that isn't there", says Stephen Fry. So is a British accent - of any variety - the route to success in the United States?

[...]

Alison Walters, an immigration lawyer in Los Angeles. But she enjoys feeling unique, and says that people are more friendly, and treat her with respect. "You do get preferential treatment and more of people's time, but I do think that is also down to our manners - saying please and thank you."

[...]

Then there's the perception that a British accent equals a brain the size of a planet - a perception reinforced by the not-uncommon belief that for the British, English is a second language.

[...]

the average American has a hard time following what she's saying, "perhaps the perception of being more intelligent comes from the fact they only understand 50% of what you are uttering".

[Texto completo]

Marcadores: , , ,

18 março 2007

Tragam o Pulitzer.



'Andreia recebida em festa apesar da proibição dos técnicos'


'O excesso de emoções e o aparato mediático marcaram o regresso a casa de Andreia Elisabete, a menina raptada no hospital de Penafiel que ontem todos quiseram ver'

'mal foram transmitidos os noticiários das 13.00 a dar conta da sua chegada, a aldeia de Cernadelo, em Lousada, tornou-se local de romaria para muitos desconhecidos. Alguns até deixaram "a comida na mesa". Insistiam em "ver a menina". E conseguiram.

Pressionada pelos populares, a mãe, Isaura Pinto, trouxe-a duas vezes à janela, para júbilo da população, que batia palmas e gritava pelo seu nome. Algumas horas, críticas e alguns insultos depois, os pais acabaram mesmo por levar Andreia ao local da festa. "Tinha de ser, tinha de ser!", reclamava Mariana Augusta.

Paredes, Penafiel, Paços de Ferreira, Gondomar, Ovar, até de Chaves, gente que "fazia muito gosto em ver-lhe a carinha". Foguetes, "tocadores de cantares típicos", comes e bebes e curiosos fizeram de Cernadelo uma espécie de santuário, com Andreia como atracção. De Fafe chegou mesmo um vidente, que apregoava a previsão do regresso da menina e aproveitou para distribuir panfletos. "Os avós foram lá depois do rapto e eu disse: 'Vai demorar, mas não está em perigo e vai aparecer'", recordou António.

"Vejo aqui gente que nunca vi na vida!", contava Natalina Aurora. Já após o regresso da bebé, a vizinha de Isaura Pinto não fazia questão de se juntar às muitas dezenas que fincaram pé frente à casa da comadre do casal - onde se refugiaram para não expor a criança. "Pouco a pouco, porque isto agora é muita confusão."

O mesmo não pensou Maria Rosalina, um dos rostos dos excessos que pressionaram a família. Mal conseguia falar "com os nervos" a mulher que "não conhecia ninguém", mas viu o caso na televisão e ficou "doente". "O povo fazia gosto que a menina viesse aqui", contou, esbaforida, alguns momentos depois de se empoleirar junto à janela onde a bebé foi mostrada: "Estou aqui com uma dor como se a tivessem roubado a mim." Mas não foi a única. Pedro Santos, um dos muitos que se fizeram ouvir durante o dia, veio de Chaves. "Porque tenho sentimento", disse o homem, que trouxe uma embalagem de 12 litros de leite.

Ao final do dia, Isaura e Albino Pinto acederam em passar tímida e fugazmente com a criança pelo local onde a vizinhança instalou a festa. "Mas ninguém pode tocar nela", avisava um familiar. Os populares - muitos indignados com a possibilidade de isso não acontecer - cumpriram a promessa, cantaram os Parabéns e bateram muitas palmas. A criança passou e a festa continuou. "Vamos comer! Vamos comer!", gritou Pedro Santos. Apesar de admitir "alguns exageros das pessoas", Fátima Couto, amiga e confidente da mãe da criança, não cabia em si de contente: "Estou feliz, sem palavras, foi muito bonito, uma loucura."

Esteé um extracto de uma notícia publicada no DN de 18.03.2007, século XXI.

Quem diria.

Lido distraidamente, pareceria um folhetim de jornal de 1800 em ortografia moderna, sobre algo passado no remoto interior do Minho, Alentejo ou Algarve.

Parabéns aos redactores: este é o Portugal real [com r minúsculo].

16 março 2007

Em política, o que parece é.


No DN de hoje, refere-se a primeira aula dada pelo ex-presidente Jorge Sampaio na UNL.

refere que o ex-presidente entende que 'A dissolução do Parlamento é um "poder exercido em dueto" entre o Presidente da República (PR) e o eleitorado'.

Quer isto dizer, desde logo, que Jorge Sampaio quis, ou pelo menos abordou, o tema mais polémico dos seus mandatos.

E refere ainda o jornal que 'E se, em vez de estarem em sintonia, a votação confirmar a mesma maioria política de deputados na Assembleia da República (AR), então o Chefe do Estado' -- e citam Jorge Sampaio, ex-presidente da República Portuguesa durante dois mandatos e conhecido por alguma formalidade -- 'fica com cara de parvo, com vontade de se meter debaixo da mesa'.

A frase recordou-me, desde logo, outra de um outro político português [Oliveira Salazar]: 'em política, o que parece é'.

E a linguagem que se usa, os termos que se usam, as expressões que se afirma, exigem todo o cuidado, sobretudo perante uma audiência e sobretudo quando as expectativas da audiência -- pelo perfil do orador -- são elevadas e pré-definidas.

Digamos que neste caso o orador se expôs.

E o DN não deixou a coisa por menos: entitulou o artigo de 'Sampaio arriscou ficar com "cara de parvo"'.

Marcadores: , ,

Paquistão: como em tudo, uma questão de 'perspectiva'.


A BBC publicou uma notícia com o título 'Confrontation in Pakistan deepens', relatando as pedras atiradas por manifestantes e a reacção policial com bastões e gás em Islamabad.

Desta feita tudo parece girar em torno de um juiz do Supremo Tribunal em Islamabad, conhecido pelas suas decisões independentes 'e por vezes' desfavoráveis ao Estado. Esse juiz, de seu nome Iftikhar Muhammad Chaudhry, foi suspenso por 'abuse of office', sem que tenha sido publicada a acusação.

Apesar do aparato policial, centenas de advogados protestaram junto do Tribunal e encontram-se em 'greve'. Uma estação de televisão paquistanesa mostrou imagens dos eventos, e a polícia rapidamente invadiu essa estação e, com bastões, destruiu o equipamento de transmissão e mobiliário.

Foram presos vários membros da oposição, incluindo um ex-presidente, Rafique Tarar, que liderou uma manifestação em Lahore e a polícia actuou, em vários casos, sem uniforme.

A Pemra, autoridade televisiva do país, baniu a Geo TV de emitir um dos seus programas noticiosos habituais e tal como a estação Aaj, foi proibida de efectuar qualquer transmissão durante os dias dos protestos.

Perguntei a uma colega minha, do Paquistão o que se passava no país e referi o que vinha na imprensa. Segundo ela, são só invenções e o país está calmíssimo e devo ir lá verificar.

Suspeito que o facto de ser da 'família do Governo' orientou, digamos assim, esta 'perspectiva'. Uma das desilusões de infância foi perceber que a imparcialidade não existe, por muito esforço individual que a ela se devote.

[Outras imagens]

Marcadores:

15 março 2007

Londres em alta.


Vale a pena ler o artigo 'How art follows money: why London is gaining on New York', de Georgina Adam no Art Newspaper.

Fala dos 750 milhoes de libras de volume de negociacao em leiloes em Londres numa das ultimas semanas.

Estive la e foram de facto dos melhores leiloes de sempre, com muitos novos ricos da Asia e Russia.

No artigo, a autora comenta a supremacia londrina no mercado da arte, por oposicao a ate agora supremacia norte-americana.

Esta nova supremacia londrina e apenas mais uma.

alem da arte, ja se fazia sentir no mercado de divida (desde logo emissoes de obrigacoes) e nestas ultimas semanas no relatorio Bloomberg referia que Londres assumia-se agora como lider no mercado accionista, por oposicao a Nova Iorque.

A Europa tem de transformar este momento numa realidade definitiva. Como sucedeu ate ao seculo XIX.

Se a recuperacao europeia continuar -- sobretudo com a ascensao da Asia -- os EUA acabam por ser um pormenor da historia, no rapido seculo XX.

Phonica com duas novidades,

bastante mainstream, que se mencionam:

LCD Soundsystem
Sound of Silver
DFA
EMI
[dias 14 e 15 no Astoria, Londres, 26 no Razzamatazz, Barcelona e 27 no Bataclan, Paris]


Trentemöller

Part 1
White Label

P.S. - até que me apetecia ir ao Porto dia 17: Miss Kittin no Indústria. Vai estar nos EUA e Europa este mês e não passa em Londres. SCandal!



[Phonica Records]

Marcadores: , , , ,

A novela do '11 de Setembro'


Já não há paciência.

A BBC World diz hoje que 'Key 9/11 suspect 'admits guilt' - A Guantanamo detainee has admitted being behind 9/11 and planning more attacks in the UK', citando o 'Pentágono'.

Se me levassem à força até ao campo de concentração de Guantanamo e me fizessem ficar com este aspecto [que tendo em conta as descrições e estado de outros 'residentes', até não parece dos piores] até eu confessava...

Digamos que há aqui um défice de credibilidade, a juntar a todos os outros défices já conhecidos quanto a esta matéria.

O que parece haver, e aos molhos, é hipocrisia e histerismo político-militar. E a Europa continua a alinhar nisso.

Marcadores: , , , , ,

14 março 2007

The Doors


Paulo Portas está de volta.

O regresso do filho pródigo do CDS, não que seja filho, ainda que tenha idade para isso.

Depois da célebre 'caminhada no deserto', típica dos ciclos políticos e a fazer lembrar a operação 'Raposa do Deserto' [cujo protagonista acaba enforcado pelo Ocidente Civilizado], o Paulinho das Feiras está de volta.

Na memória, além da imagem que se vê, o debate em que zurziu o então secretário geral do PCP Carlos Carvalhas. Portas partiu a loiça, ao citar os preços de um cabaz de compras, após Carvalhas lhe perguntar se sabia o preço de um quilo de cebolas ou algo do género. Nos seus périplos pelas feiras, e certamente com a esperteza de quem sabe ao que vai, o que vale e o que não sabe, preparou-se.

Carvalhas e Portas são exemplos opostos: Carvalhas no PCP, simpático, mas péssimo gestor de imagem. Portas no CDS, antipático, mas óptimo gestor de imagem.

Ainda me recordo de umas eleições em que, aguardando-se os resultados, uma jornalista estava na sede do CDS e entrava na sala onde estava Paulo Portas. Na sala, Portas escrevia e fumava, com ar de poucos amigos, e ao seu lado, claro, o padrinho Nobre Guedes. Apercebendo-se da entrada da jornalista [e sobretudo, da câmara], salta da cadeira, abre o sorriso rasgado, e grita por vitória... Surreal.

De facto, nada sobra. Além do Independente, um simples jornal de escândalos políticos entretanto falido, o CV de Portas é zero.

Ou era, antes do CDS. A sua rampa para a fama, que levou um célebre e mordaz cronista a chamar-lhe, se não me engano [e creio que não, como o 'Professor' Cavaco Silva], 'prostituta política'.

Aparece já com todos os dentes, e com roupa a abrir o século XXI. A contrastar, abraça nos mercados quem nunca terá dentes novos, e muito menos roupa no século XXI.

Com promessas para os reformados, pensionistas e ex-combatentes [que hoje lhe chamam traidor], passeia nos mercados e chega a Ministro da Defesa, em aliança com Santana, rodeado pelas chamadas Santanettes. Mas recorde-se: Santana tem CV político. Deixemo-lo para outro momento.

Portas está de volta. Finalmente. Parafraseando Durão Barroso, 'só não se sabia quando'.

Depois de deixar o histórico e bem intencionado -- aparentemente ingénuo? -- Ribeiro e Castro definhar por si, Portas regressa, seguro das suas hostes. Já não as populares, mas a malta do CDS que o viu como a única solução possível.

Portas tem no entanto novos desafios. Carvalhas saiu, e Jerónimo fez pelo PCP o que Portas fez pelo CDS.

Sócrates tem maioria parlamentar e provavelmente puxou eleitorado gay que hesitava entre o PS e o Bloco de Esquerda.

E a ideia de Direita de Portas está fora de moda e, digamos, de afectos. Para quando uma Direita inteligente ou um partido conservador com miolos? O Iraque já não vende, nem o Afeganistão, nem o 11 de Setembro. Não se sabe de armas, Saddam foi enforcado como não se via na Europa há séculos e a própria BBC avançou uma reportagem em que coloca a hipótese [imagine-se!] de o 11 de Setembro ele mesmo ter sido uma operação interna americana [no dizer da BBC, a 'self-inflicted wound'].

Porém, o actual Governo começa a definhar e já teve a maior manifestação de sempre, que aqui referimos há semanas. Será uma abertura para uma coligação de 'Direita'? Qual a opinao de Marques Mendes [ou melhor, dos chefes de Marques Mendes]?

Não se sabe, mas sabe-se que é o próximo passo, pois sozinho Portas não chega lá, sobretudo já tendo passado de moda. Portas vais pois ser uma espécie de Ray Ban remade, que regressa, mas não fica.

No entanto, não deixa de nos fazer rir. Como praticamente todos os restantes.

Só as estatísticas é que não.

Marcadores: , , , ,

13 março 2007

Privatizar porque?


Ja falamos aqui deste tema. privatiza-se so quando as empresas dao lucro, o que e comico. Se dao lucro, que ate pode ajudar o Estado a reduzir a carga fiscal e obter receitas de formas mais adequadas para todos, para que privatizar?

O caso da TAP e interessante. De acordo com os dados divulgados esta semana pela empresa, a 'TAP registou em 2006 um lucro líquido de 7,311 milhões de euros, evidenciando uma recuperação notável de 17,6 milhões face aos 10,3 milhões de prejuízos apurados no exercício de 2005'.
Esta companhia aerea esta, portanto, a dar lucro.

'O aumento global da actividade e a melhoria da eficiência permitiram à companhia terminar o ano passado com um resultado operacional positivo de 30,3 milhões de euros, 39,8 milhões melhor que os 9,5 milhões negativos de 2005'.
Isto apesar do aumento de custos globais de exploração, que 'em 2006 situaram-se nos 1.470 milhões de euros, mais 18,1 por cento que os 1.245 milhões registados no ano anterior, fortemente influenciados pelo efeito da alta dos preços do combustível (...) Os custos de exploração, sem o efeito do combustível, aumentaram apenas 14,4 por cento, passando de 958,3 milhões de euros em 2005 para 1.096,4 milhões no ano passado, ou seja, menos que o aumento dos proveitos, que foi de 21,7 por cento'.

E nao se diga que as receitas da TAP sao a custa do proprio contribuinte, ou que se trata de um monopolio ou posicao de dominio escandaloso: '64 por cento das receitas da TAP são obtidas fora de Portugal (60% em 2005). O crescimento do volume de vendas beneficiou igualmente do aumento das vendas em Portugal, que registaram um incremento de 9,9 por cento, tendo a companhia aumentado a sua quota no mercado nacional de 46,8 para 48,4 por cento'.

E assim acontece.

Quer mesmo o Estado dispensar uma das poucas coisas onde ganha dinheiro jogando com as regras de mercado, privilegiando lobbies duvidosos e prejudicando os contribuintes e provavelmente a propria empresa? Quando a equipa joga bem...

Marcadores: , , ,

12 março 2007

O Diário da Caça


O Diário da República, esse jornalito [diário...!] onde são publicadas as leis e afins de Portugal está recheado de afins, sem fim nenhum, pelo menos com dignidade de publicação naquela edição.

Refiro-me aos insuportáveis e já publicamente rejeitados avisos relativos a autorizações de caça.

A caça, se segura e para efeitos alimentares e sem utilização de armas desproporcionais, degradantes ou das odiosas armadilhas, é algo perfeitamente saudável e a encorajar.

No entanto, fará sentido publicar dezenas de portarias em tantas edições do DR, perdendo-se os actios lçegislativos mesmo importantes naquele manancial de informação de 'reservas cinegéticas' e caça?

Não.

Sobretudo quando já existem séries especiais para actos societários e outros emitidos por entidades administrativas, entretanto reduzidas a uma segunda série pelo actual Governo, que não resolveu, porém, o premente 'problema da caça'.

Ao menos, que a caça venha numa separata ou que seja remetida para um capítulo final...

Exemplo de hoje [quem tiver paciência que conte; eu vou almoçar...]:

Índice do Diário n.º 50, Série I de 2007-03-12

Resolução do Conselho de Ministros n.º 40/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Presidência do Conselho de Ministros
Cria, na dependência do Ministro da Defesa Nacional, a Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar e altera a composição e a duração do mandato da Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar, criada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 128/2005, de 10 de Agosto

Resolução do Conselho de Ministros n.º 41/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Presidência do Conselho de Ministros
Desafecta do domínio público militar e integra no domínio privado do Estado um imóvel com a área de 700 m2, parte integrante do prédio militar n.º 1/Vendas Novas, designado «Palácio de Vendas e os anexos», no concelho de Vendas Novas

Resolução do Conselho de Ministros n.º 42/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Presidência do Conselho de Ministros
Desafecta do domínio público militar e integra no domínio privado do Estado uma parcela de terreno, com a área de 1473 m2, da Estação Radionaval Comandante Nunes Ribeiro, situada em Algés de Cima, no concelho de Oeiras

Portaria n.º 256/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério da Administração Interna
Altera a Portaria n.º 931/2006, de 8 de Setembro (estabelece os modelos de licenças, alvarás, certificados e outras autorizações a emitir pela Polícia de Segurança Pública)

Aviso n.º 90/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério dos Negócios Estrangeiros
Torna público ter o Secretariado-Geral do Conselho da União Europeia notificado, por nota de 8 de Fevereiro de 2007, ter Portugal concluído, em 20 de Dezembro de 2006, as formalidades constitucionais necessárias à entrada em vigor do Protocolo Elaborado com Base no n.º 1 do Artigo 43.º da Convenção Que Cria Um Serviço Europeu de Polícia (Convenção EUROPOL), que altera essa Convenção, assinado em Bruxelas em 27 de Novembro de 2003

Decreto-Lei n.º 54/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional
Primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 135/2004, de 3 de Junho, que aprova o PROHABITA - Programa de Financiamento para Acesso à Habitação e regula a concessão de financiamento para resolução de situações de grave carência habitacional de agregados familiares residentes no território nacional

Decreto-Lei n.º 55/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional
Terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 327/90, de 22 de Outubro, alterado, por ratificação, pela Lei n.º 54/91, de 8 de Agosto, e pelo Decreto-Lei n.º 34/99, de 5 de Fevereiro, que estabelece medidas de protecção aos povoamentos florestais percorridos por incêndios

Portaria n.º 257/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional
Interdita o exercício da caça em todos os terrenos cinegéticos não ordenados dentro dos limites do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

Portaria n.º 258/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional
Interdita o exercício da caça em todos os terrenos cinegéticos não ordenados dentro dos limites do Parque Natural da Serra da Estrela

Portaria n.º 259/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Cria a zona de caça municipal das Galveias, pelo período de seis anos, e transfere a sua gestão para a Associação de Caçadores de Galveias, integrando os terrenos cinegéticos sitos na freguesia de Galveias, município de Ponte de Sor (processo n.º 4554-DGRF)

Portaria n.º 260/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Concessiona, pelo período de 10 anos, à Associação de Caça e Pesca Os Sanluizenses a zona de caça associativa da Herdade de Vale Porcas e outras, englobando vários prédios rústicos sitos nas freguesias de São Luís e Vila Nova de Milfontes, município de Odemira (processo n.º 4565-DGRF)

Portaria n.º 261/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Anexa à zona de caça turística da Herdade do Sobral, Ricos, Courela, Sesmarias, os prédios rústicos denominados «Courela da Aldeia» e «Herdade dos Solteiros», sitos nas freguesias de São Cristóvão e Santiago do Escoural, município de Montemor-o-Novo (processo n.º 304-DGRF)

Portaria n.º 262/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Exclui da zona de caça municipal da Zambujeira do Mar o prédio rústico denominado «Sardão», sito na freguesia de São Teotónio, município de Odemira

Portaria n.º 263/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Anexa à zona de caça associativa do Talurdo vários prédios rústicos sitos nas freguesias de São Bartolomeu de Messines e de São Marcos da Serra, município de Silves (processo n.º 4211-DGRF)

Portaria n.º 264/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Anexa à zona de caça associativa do Malhão da Seiceira vários prédios rústicos sitos na freguesia de São Marcos da Serra, município de Silves (processo n.º 3494-DGRF)

Portaria n.º 265/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Renova a zona de caça associativa da Herdade do Touril e Daroeira, por um período de oito anos, e anexa à presente zona de caça vários prédios rústicos sitos na freguesia de São Teotónio, município de Odemira (processo n.º 2001-DGRF)

Portaria n.º 266/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Exclui da zona de caça municipal de Silves vários prédios rústicos sitos nas freguesias de São Marcos da Serra e de São Bartolomeu de Messines, município de Silves (processo n.º 4215-DGRF)

Portaria n.º 267/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Altera a Portaria n.º 1036/2003, de 19 de Setembro, alterada pela Portaria n.º 1264-BA/2004, de 29 de Setembro, que cria a zona de caça municipal da serra do Monfurado (processo n.º 3244-DGRF), pelo período de seis anos, a transfere a sua gestão para a Associação de Caçadores e Pescadores do Terreno Livre de Montemor-o-Novo

Portaria n.º 268/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Altera a redacção do n.º 2.º da Portaria n.º 762/2003, de 9 de Agosto, que cria a zona de caça municipal de Santiago do Escoural, pelo período de seis anos, e transfere a sua gestão para a Associação Desportiva de Caça e Pesca de Santiago do Escoural (processo n.º 3024-DGRF)

Portaria n.º 269/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Extingue a zona de caça municipal de Vale de Maceiras (processo n.º 3159-DGRF) e anexa à zona de caça associativa de Vale Paredes, renovada pela Portaria n.º 1029/2001, de 22 de Agosto, vários prédios rústicos sitos na freguesia de Santo Amador, município de Sousel, e na freguesia de São Saturnino, município de Fronteira (processo n.º 1734-DGRF)

Portaria n.º 270/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Renova, por um período de 12 anos, a concessão da zona de caça associativa da freguesia de Paialvo, abrangendo vários prédios rústicos sitos na freguesia de Paialvo, município de Tomar (processo n.º 1682-DGRF)

Portaria n.º 271/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Transfere para o Clube de Caçadores de Monte das Courelas a zona de caça associativa da Herdade da Confraria e anexas, situada na freguesia e município de Vendas Novas (processo n.º 597-DGRF)

Portaria n.º 272/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Renova, por um período de 12 anos, a concessão da zona de caça turística de Arouca, abrangendo vários prédios rústicos sitos na freguesia de Santiago, município de Alcácer do Sal (processo n.º 1715-DGRF)

Portaria n.º 273/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Exclui da zona de caça municipal de Pechão vários prédios rústicos sitos na freguesia de Estói, município de Faro (processo n.º 3334-DGF)

Portaria n.º 274/2007, D.R. n.º 50, Série I de 2007-03-12
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Renova, por um período de seis anos, a concessão da zona de caça associativa de Vale de Ursa, abrangendo vários prédios rústicos sitos nas freguesias de Santa Clara-a-Nova e Gomes Aires, município de Almodôvar (processo n.º 2521-DGRF)

11 março 2007


Samba de uma Nota Só

Tom Jobim/Newton Mendonça

Eis aqui este sambinha
Feito numa nota só
Outras notas vão entrar
Mas a base é uma só
Esta outra é consequência
Do que acabo de dizer
Como eu sou a consequência
Inevitável de você

Quanta gente existe por aí
Que fala tanto
e não diz nada
Ou quase nada
Já me utilizei de toda a escala
E no final não sobrou nada
Não deu em nada

E voltei prá minha nota
Como eu volto prá você
Vou cantar com a minha nota
Como eu gosto de você
E quem quer todas as notas
Ré mi fá sol la si dó
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só

Giovanni Allevi


é a nossa descoberta de hoje.

JOY
Giovanni Allevi

10 março 2007



Com o título 'Belmiro cai na lista da 'Forbes', foi só rir a ler uma 'notícia' no DN de hoje:

'Belmiro de Azevedo diz ser um homem frugal, tendo colocado essa característica como essencial no "homem" Sonae. Frugalidade à parte, Belmiro de Azevedo amealha fortuna. Este ano, embora tenha caído posições no ranking dos mais ricos elaborado pela revista Forbes, Belmiro de Azevedo aparece com mais 100 milhões de dólares (76 milhões de euros, ou na moeda antiga 15 milhões de contos) que no ano anterior. O seu mealheiro tem, na lista divulgada ontem, 2,3 mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros ou 340 milhões de contos). [...]

Pelo 13.º ano consecutivo, Bill Gates, o fundador da Microsoft onde se mantém como presidente, surge como o multimilionário com a maior fortuna, avaliada em 56 mil milhões de dólares e sempre a crescer. Este ano aumentou-a em seis mil milhões de dólares. Bill Gates (ou William Gates III) não gosta desta distinção. "Não há nada de bom que possa sair daí", terá dito. O DN não conseguiu obter um depoimento de Belmiro de Azevedo.

[...] No top 5 não houve, no entanto, mudanças nos nomes, houve sim no valor das suas fortunas'.

09 março 2007

Burocracias...




'If you wish to inform us that someone has passed away please refer to the 'When Someone Dies' section.'

... tragicomicas.

08 março 2007

Delicioso.


'Confira o novo Blogger!

Já saímos da fase beta e estamos prontos para o que der e vier.'


É aquilo que aparece quando se entra neste momento no Blogger.

07 março 2007

PCP e a tese da cassete


Todos sabemos que o PCP reúne históricos que levaram com o cassetete policial e mais jovens que levam com o cassetete do 'political prejudice', acusados de viver em torno de cassetes.

Não sei se a teoria da cassete é verdadeira ou não [ainda tal teoria seja algo favorável ao chamado relativismo dominante, combatido precisamente pelos neo-liberais], mas parece-me especialmente importante que se seja honesto e rigoroso naquilo que se diz.

Sobretudo quando se é jornalista, ao que acresce então -- a menos que se escreva a título de comentário ou pessoal -- o dever de imparcialidade.

No DN de hoje li uma 'notícia' com o título 'PCP diz que teses de Cunhal com 60 anos estão actuais'.

Fiquei curioso. Dada a 'teoria da cassete', quis perceber qual o conteúdo da cassete.

No entanto, refere o autor do artigo, citando Jerónimo de Sousa, actual líder do PCP, que 'Nos textos do camarada Álvaro Cunhal agora publicados, todos escritos há mais de seis décadas relevam questões que continuam a ter uma actualidade incontornavel e são uma referência para os comunistas do nosso tempo'.

Li a notícia mais do que uma vez, mas o erro persistia.

O que o jornalista não percebeu, ou não quis perceber [e o mesmo se aplica ao revisor e ao editor que admitiu a publicação], é que não havia ali ideias nenhumas, mas factos.

Ao dizer 'relevam questões que continuam a ter uma actualidade incontornavel ' é evidente que a referência é aos problemas, e não às soluções.

E se as soluções são políticas -- à esquerda, direita, centro ou outra coisa qualquer -- os problemas são de facto.

Portanto não se falava certamente das 'teses de Cunhal', mas apenas de 'questões que continuam a ter uma actualidade incontornavel '.

Uma amiga minha, que não é, de todo, do PCP, e nem sequer de esquerda ou de direita suave, dizia-me ao almoço que Jerónimo era uma espécie de Lula português. Lula era torneiro mecânico e Jerónimo de Sousa, creio, era operário fabril.

É curioso que um ex-operário fabril seja mais rigoroso que um jornalista no activo.

Às vezes, até que prefiro quando os jornalistas cometem erros ortográficos. Esses ao menos beneficiam da desculpa do mistype e não de raciocínio obtuso ou parcial.

Que no caso, nem ajuda os anticomunistas.

Marcadores: , , , , ,

06 março 2007

“O sistema gira deste modo, sem fim e sem finalidade”


Morreu Jean Baudrillard.

04 março 2007

'To live is the rarest thing in the world. Most people exist, that is all'

Oscar WILDE

03 março 2007

Sinais de Civilizacao...


... sao, por exemplo, quando os bombeiros oferecem alarmes de incendio, os instalam e procedem a vistorias gratuitas.

Exemplo >

We want you to be safe and sound. We're carrying out free home fire safety checks in your borough.

We'll also fit a free smoke alarm where needed.

If you would like a visit or would like to arrange a free home fire safety check on behalf of a member of your family or a friend please check with them first and then contact us by:

* calling us free on 08000 28 44 28
* emailing us at smokealarms@london-fire.gov.uk
* faxing us at 020 7587 4222

Fires in the home are the main cause of fire deaths. Our campaign targets vulnerable people at boroughs throughout London where fires and fire deaths are high.

Getting a smoke alarm, regularly testing and maintaining it, as well as planning your escape route in the event of a fire can dramatically decrease the risk of death or serious injury.

Already, hundreds of people across London have called our freephone number or emailed us to request a home fire safety check.

02 março 2007

Um país num saco de vácuo: a ditadura light


Vive-se hoje em Portugal uma certa ditadura light: corrupção incrustada, tráfico de influências permanente, um governo autoritário que embora não espanque pessoas por motivos políticos [pelo menos que se saiba], não liga nenhuma aos outros partidos [incluindo PSD e CDS, que raramente discordam do governo] e sobretudo com maioria parlamentar e um titular do cargo de Presidente da República que não mata, mas esfola.

De acordo com a imprensa de hoje, e cita-se por exemplo o jornal Público, 'em Lisboa, trabalhadores dos sectores público e privado contestaram hoje a política laboral do Governo de José Sócrates'. Uma 'manifestação reúne mais de 100 mil pessoas'.

E como se viu, incluiu o sector privado: não se pode pois dizer que são os 'suspeitos do costume', 'género' professores.

Em outros países a coisa vai mais ou menos igual. Em França ninguém sabe em quem votar, nos EUA Bush desiludiu mesmo os mais radicais dos republicanos e no Reino Unido Blair é hoje visto não só como right wing, como incompetente e, por alguns mentiroso [sobretudo quanto ao Iraque e à política 'social de esquerda']: chamam-lhe hoje 'Bliar'. E a Tate Gallery, por exemplo, exibe neste momento em que David Cameron se comporta como em campanha eleitoral e em que Blair sai, reconhecendo a sua incapacidade, protestos anti Blair [na maioria cartazes e outros elementos usados em manifestações de protesto] como se de arte se tratasse, em plena galeria central.

Em Portugal, aquilo que alguns viam como as reformas do século e o espírito empreendedor de Sócrates, é hoje tomado como birras do Primeiro-Ministro, que começa a Governar, peculiarmente, contra o país e contra as pessoas.

As mesmas pessoas que o elegeram e que vieram a perceber que não votaram num primeiro-ministro de esquerda, porque essa ficou na gaveta há muito tempo.

Sócrates, sabe-se, veio do PPD-PSD. O mesmo partido do actual Presidente da República, vindo de Boliqueime e da vivenda MariAni, curiosa junção dos nomes do casal.

Se a vivenda era MariAni, hoje Portugal é SóCravaco. Um mata, o outro esfola.

A morte tem sido lenta, mas pedagógica: o povo começa a perceber que a esquerda não existe, pelo menos no PS, tal como não existe no Labour. Sobram, em Portugal, e com representação parlamentar, o PCP e o Bloco de Esquerda, este último sem ideário, sem história, sem rumo.

Pior, a Direita que se diz Direita e que não se vê: um CDS com um líder socialmente paralítico, com um partido paralisado, e um PSD que na Constituinte não votou contra e que apoiou a reforma agrária, que vive à custa do defunto Sá Carneiro, cujo líder actual é a mesa de cabeceira de líderes anteriores, um dos quais é hoje Presidente de um país que foi.

Sem esquerda [tirando os comunistas] e sem direita [tirando alguns conservadores ou radicais sem expressão partidária], é o vazio.

Não sabemos para onde vamos nem como lá chegar, e dado o analfabetismo latente, muitos nem sabemos de onde vimos. Apenas sabemos onde estamos: na mesma.

E é assim que queremos ficar. Neste equilíbrio rotativista, onde rodam partidos, cervejas e jogos de futebol,, e onde a elite de chinelo [direi havaianas?] se mantém, impávida e serena.

Politicamente, é certo: no PS de hoje não há socialismo, no PSD de hoje, o partido 'dos empresários', não há democracia popular, no CDS [que ninguém percebe o que é, senão um clube de touradas] não existe centro democrático e social.

Portugal precisa de cérebros rapidamente.

De esquerda e de direita.

E sobretudo, que saibam pensar, motivar e agir.

Caso contrário mais vale pensar numa fusão por incorporação, ou talvez contratar um bom CEO que além de lucro contabilístico compreenda o conceito de 'lucro social' para por isto [isso] a andar.