Desta vez não escrevemos sobre a falta de educação em geral, mas a falta que nos faz a falta da actual Ministra da Educação.
Mesmo que se tratasse de óptima pessoa -- como foi o caso de Leonor Beleza, utilizada como exemplo por Marcelo na TVI -- teria de sair do Governo, não por si, mas pela crise instalada.
Tratar-se-ia, não mais, de percepção: 'podes ser bom, mas se não tens legitimidade, terás de sair'.
Assim acontece com a Ministra da Educação do PS Lourdes Rodrigues. Ou, para quem a achar incompetente, pior: além de não ter legitimação, não tem competência para o cargo.
Em qualquer dos casos, o caminho é só um.
Porém, José Sócrates parece querer mantê-la, numa teimosia quase infantil, provavelmente a demonstrar mais um distúrbio de personalidade do que persistência política. É que nem o Ministro da Saúde -- que foi despedido de forma pouco educada por Sócrates, como se sabe -- ficou no cargo.
Não se percebe portanto que Lourdes Rodrigues fique.
Entre o estratégia e a esperteza saloia há uma linha ténue que Sócrates e o seu PS parecem ter ultrapassado.
E seria triste ver o PS a cair simplesmente por uma Lourdes Rodrigues.
Sobretudo, num momento em que o PSD não surge como alternativa de governo.
Suponho que seja esse o 'raciocínio' de Sócrates e do seu PS: continuam no Governo não porque Portugal goste deles, mas porque não vê alternativa no PSD de Menezes.
Porém, esquecem-se de um pequeno detalhe: é precisamente nestes impasses que o povo vai para um de dois lados -- ou aguenta o PS mais uns tempos mesmo com Lourdes Rodrigues (coisa em que Sócrates e o seu PS parecem apostar) ou degenera num golpe de Estado, revolução civil, insurgimento, motim, ou algo que o valha (coisa sugerida pelo oficial Garcia Leandro e pelo comunicado da SEDES). Motim que só o aumento em 50% do preço do pão já justificava, para alguns (como exemplificava M.ª José Nogueira Pinto na SIC Notícias).
Se isso acontecer não tenho pena de Sócrates ou do PS e do que lhes acontecer.
Mas Portugal deixa-me preocupado.
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