30 outubro 2005

Pessoas, Tempo e Rótulos



Saiu mais um belo número do Investment Commentary do Banco Wegelin.

Desta vez, umas boas sobre realistic time management. Vejamos os 3 rótulos:


'Essentially, we can distinguish three types of people by the way they deal with time. The first group attempts to manage its agenda virtually mechanistically. The result is a diary organized with minute-by-minute accuracy, largely dependent on external influences, with very little flexibility for dealing with the unexpected, and often with a similarly meticulous planning of that time which should in principle be freely disposable. Games of golf and tennis are thus also entered in
the diary, as are such matters as “serious discussion with son and heir – 55 minutes”.

The second group are readily identifiable to readers of Alice in Wonderland as “White Rabbits”. They rush into meetings late, and then have to rush out early (due to “other unavoidable commitments”). They register for every possible event, only to cancel at short notice (or not even to cancel – we now have a considerable and unattractive “no-show” culture). They claim that they can manage on four hours sleep, and then can be observed dozing off from time to time, more or less inconspicuously. Their time allocation suffers under their continuously changing priorities. They invariably appear somewhat stressed, and also give the impression that they should be doing something more important than whatever it is they are doing at the moment. This is, among other things, disrespectful.

The third group might be described as “time management artists”. They are the people who, despite extensive calls on their time, always seem to have enough of this scarce good. The ones who appear not stressed, but well rested, who hardly ever arrive late and leave early, who seem to have limitless time and affection for their loved ones, and who always manage to find some reserves for crisis situations. We would all obviously like to belong to this group of sovereign time managers,
and from time to time, we even manage to. But as stress on a daily basis is one of the most frequently observed lifestyles, it is worth giving some consideration to the elements that distinguish an artist in time management. The more so, as consideration of these elements will lead us directly into the matter of the management of businesses and social structures'

29 outubro 2005

PCP e Bloco a mesma tralha?


Olhe que não, olhe que não, Teguesa.


Este seu post
desiludiu-me imenso.

Então eu pensava que ia desancar os comunistas e acaba por desancar os bloquistas... acabando por elogiá-los?

Que grande confusão. Trotskistas estão no Bloco, filha. E esses é que são do INOX.

os outros querem lá saber do ADSL, nem sabem o que isso é. São o proletariado... Esses é que são comunistas, por consciência ou por reconhecimento.

Não confundamos as coisas. Ele há esquerda ideológica como os famosos comunas e esquerda chique como a que a Teguesa descreve... mas essa, a do INOX, está no Bloco, querida.

Às vezes você preocupa-me. Pergunto-me se não gostarei de si.

28 outubro 2005

Da 'Sem Wonderbra':


De resto, queria apenas dizer que é muito bem feito, para toda a sociedade portuguesa, haver o Alberto João Jardim; e que ele esteja à solta.
O Alberto João Jardim é tão mau como metade da classe politica portuguesa, só que os outros disfarçam, com aquele ar enfezado e a cara de cu de quem não manda uma queca há vinte anos. Ele não, e deve-se divertir imenso com isso.
Pelo menos eu divertia-me, se todos os dias pudesse ir para a televisão dizer o que me apetecesse e que isso chateasse muito toda a gente.
O Alberto João Jardim é apenas a imagem do que Portugal é.
É muito bem feito haver o Alberto João Jardim.


Sem Wonderbra

25 outubro 2005

Photoberg


TM!

+1 belíssimo blog com fotografia em português [mas texto em inglês...].

É de um certo André Bergonzi e para já só merece os nossos parabéns e, evidémment, o belo do link.

Lorenzetti is watching YOU.

24 outubro 2005

BES... na prisão?

Escrevemos um post intitulado 'BES na RTP'.

Tendo em conta o frisson mediático, empresarial, policial e judicial, tem de haver um frisson 'Lorenzetti'.

Afinal, estamos à beira de um frisson social, como se não estivéssemos já em pleno frisson económico.

O BES é um dos grandes grupos empresariais Portugueses, não só na área financeira [sem falar ainda em participações de relevo, como no grupo PT, com todo o peso associado a esse grupo], e não só em Portugal. É muito mais do que isso.

E o preocupante não é o BES em si, nem sequer os vários [5?] grupos que controlam 85%?] o sector financeiro em Portugal.

O preocupante é o desdobrar do chamado 'risco sistémico', é o 'efeito de contágio' que pode -- e certamente existe -- ter lugar na economia Portuguesa.

Não se interprete isto como um argumento subtil para safar seja quem for.

Interprete-se isto como aquilo que é: o receio, digamos assim, de uma certa [digamos assim.......] Revolução social.

Os grupos já estão nervosos, e quedas poderão abalar toda a economia e todos os Portugueses, mesmo que tal abalo não seja imediatamente financeiro, mas imeditamente social: um certo pânico.

Juntar a isto questões orçamentais e políticas internas e gripe asiática não pode dar bom resultado.

Sejamos claros [como tentamos sempre...]:Lorenzetti está MESMO muito preocupado.

Como equilibrar justiça e cumprimento da lei com estabilidade social e económica [e política!] num pequeno país do Sul da Europa?

Eis a questão. Eis a questão.

23 outubro 2005

Aquilo que nunca escrevemos...


... sobre as últimas eleições em Portugal:

'Estas eleições demonstraram que os portugueses são os maiores. Nem sob a ameaça de um furacão, a malta deixou de votar no Isaltino, na Fatinha e no Major'.

Ainda bem que alguém o fez. [leia-se... escreveu].

De seu nome Esdrúxulos.

22 outubro 2005

O General


O General Ramalho Eanes apoia a candidatura de Cavaco Silva para a Presidência da República de Portugal.

Por aqui, apoiávamos o General Ramalho Eanes para a Presidência da República. Sempre apoiámos.

Pois é o único com perfil.

Lembramo-nos de outro sénior, na idade, na cultura, no rigor, na disciplina e na seriedade: Vieira de Almeida, sugerido para a Presidência por Baptista Bastos.

Um óbice: Vieira de Almeida dificilmente conquistaria o apoio das massas. E não haveria tempo para uma learning curve.

Surgiu porém como apoiante incondicional de Márrio Soares, que, a nosso ver, não é melhor que o mestre, e que, pensamos, não tem perfil. Nunca teve.

Eanes seria a solução. Foi Presidente, cremos, na altura errada. Hoje precisamos dele. E 'ele' sugere-nos uma decepção.

Vieira de Almeida e Ramalho Eanes, ambos 'presidenciáveis', sugerem duas decepções, dois políticos que já foram, respectivamente, Presidente (e Primeiro-Ministro) e Primeiro-Ministro.

É uma pena.

E demonstra aquilo que temos lamentado: a falta de líderes com carisma, dignidade e competência.

Não encontramos isso em nenhuma das candidaturas, sobretudo nestas eleições que se avizinham. Votaremos com algum pesar.

20 outubro 2005

+Fotografia em Portugal

Parabéns ao Prata em Pó.

Um novo blog com fotografia portuguesa de qualidade.

Parabéns. Parabéns. Parabéns.

Arrasem connosco, e nunca arrasem o blog.

PS - Para ilustrar este post, ia colocar esta fotografia , de Vanessa Gaspar e com o título 'À tua Espera'. E também com um belo poema. Mas, cheguei à conclusão que a assassinava [à fotografia...] com fundo a branco. É uma fotografia que merece o 'preto eterno'. Vamos deixá-la por lá. E não a substituir. É 'seguir o link'.

19 outubro 2005

...agora só falta mesmo o humano. 'Mon ami' Closeau...




A Pantera Cor de Rosa


Za fink féntarrrr !!!!!!!


Esperava por isto há anos. A colecção completa dos desenhos animados do Pink Panther... Da década de '60 até à de '80. Vão ser uns belos domingos de Outono.

17 outubro 2005

Surfista Calhorda !





Letra muito lá ;)Dos Replicantes, uma banda punk brasileira, em pleno ano de 1986.




Os Replicantes - 'Surfista Calhorda' - O Futuro é Vortex.



Réqui na caranga muito louca pra dar banda
Cheque na carteira recheada de paranga
Prancha importada assombrando a meninada
Corpo de atleta e rosto de Baby Johnson
É, mas quando entra na água
É, na primeira braçada
É, ele não vale uma nada
Ele não surfa nada, ele não surfa nada
Tem duas surfshops que só abrem meio dia
Vive da herança milionária de uma tia
Vai pra Nova Iorque estudar advocacia
Ah, Surfista Calhorda
Vai surfar noutra borda

13 outubro 2005

Praxes


Inicia-se o ano académico, reiniciam-se as praxis de praxe da praxe.

A famosa praxe.

A polémica praxe, venerada e odiada.

A praxe não encanta nem desencanta L.. Desilude.

É uma verdadeira decepção, pois demonstra o muito que ainda falta fazer para tornar Portugal um país civilizado.

E é um verdadeiro desafio, porque são precisamente as 'esperanças' do futuro de Portugal que a praticam.

Afinal, a 'praxe' é uma prática de muitos universitários; aqueles que, precisamente, em razão da sua educação superior, deveriam ter o comportamento mais racional, exemplar e consciente.

Porém, são os únicos que têm um comportamento tão boçal como o que habitualmente se vê, inicialmente nas universidades [nos 'campus', como saloiamente agora se diz por estas bandas]e depois em plena praça pública.

Há quem ache graça: 'É a miudagem'; 'Nós gostamos porque os integramos'; 'não me importo porque já estava à espera', etc. etc..

Mas em boa verdade integrar e ridicularizar são coisas completamente diferentes.

Na Faculdade a praxe de L. foi oferecer um jantar a todos os novos alunos. Foi simpático e uma forma de integrá-los, conhecendo-os melhor.

As pinturas, os baldes, as orelhas de burro e afins são apenas peças, que poderiam estar num infantário, num bordel ou numa sala de tortura, tanto faz.

L. não compreende que estejam numa sala de aula ou numa rua.

Apenas demonstram problemas de ego, sedes de protagonismo, e formas de conhecer pessoas à força.

A praxe, como é feita na maioria dos casos, não é apenas um problema de 'atitude'. É um problema de ignorância, de demência e de provincianismo.

E, em último caso, é um comportamento criminoso, que ofende os direitos básicos das pessoas enquanto seres livres e dignos.

Até quando a palhaçada inconsequente, desumana e javarda?

praxis


Inicia-se o ano académico, reiniciam-se as praxis de praxe da praxe.

A famosa praxe.

A polémica praxe, venerada e odiada.

A praxe não me encanta nem desencanta. Desilude-me.

É uma verdadeira decepção, pois demonstra o muito que ainda falta fazer para tornar Portugal um país civilizado.

E é um verdadeiro desafio, porque são precisamente as 'esperanças' do futuro de Portugal que a praticam.

Afinal, a 'praxe' é uma prática de muitos universitários; aqueles que, precisamente, em razão da sua educação superior, deveriam ter o comportamento mais racional, exemplar e consciente.

Porém, são os únicos que têm um comportamento tão boçal como o que habitualmente se vê, inicialmente nas universidades (nos 'campus', como saloiamente agora se diz por estas bandas)e depois em plena praça pública.

Há quem ache graça: 'É a miudagem'; 'Nós gostamos porque os integramos'; 'não me importo porque já estava à espera', etc. etc..

Mas em boa verdade integrar e ridicularizar são coisas completamente diferentes.

Na Faculdade a nossa praxe foi oferecer um jantar a todos os novos alunos. Foi simpático e uma forma de os integrar, conhecendo-os melhor.

As pinturas, os baldes, as orelhas de burro e afins são apenas peças, que poderiam estar num infantário, num bordel ou numa sala de tortura, tanto faz.

Não percebo que estejam numa sala de aula ou numa rua.

Não t~em sentido, apenas demonstram problemas de ego, sedes de protagonismo, e formas de conhecer pessoas à força.

A praxe, como é feita na maioria dos casos, não é apenas um problema de 'atitude'. É um problema de ignorância, de demência e de provincianismo. E, em último caso, é um comportamento criminoso, que ofende os direitos básicos das pessoas enquanto seres livres e dignos.

Até quando a palhaçada inconsequente e javarda?

12 outubro 2005

A caça da gata ao gato



Já terei falado por aqui [?] do Thomas Crown.

O filme de 1999, The Thomas Crown Affair.

Foi um remake do fime de 1968.

Acabo de ver o de 1968, protagonizado por Steve McQueen e Faye Dunaway.

A história é algo diferente, desde logo [e para não arruinar surpresas] pelo tipo de roubo: confesso que prefiro, neste aspecto -- e talvez só neste, embora a música do segundo também seja mais feliz -- o segundo filme. Um roubo 'de arte' tem sempre mais charme, mais interesse, requer mais 'perícia' e sugere métodos mais curiosos.

O roubo 'de banco' é um clássico que embora possa não ser banalizado, é banalizável... Há sempre um 'mistério' [o 'mistério' de todos os clássicos] no roubo 'de banco', mas o espírito Crown é bem mais interessante -- pela natureza da personagem -- com o roubo do quadro. Bem sei que estou a inverter a ordem, e acaba por ser uma preferência pessoal. É certo que no primeiro filme o roubo é de um banco, pelo que a noção que tenho de personagem, é a sugerida pelo segundo filme. Porém, pessoalmente, é a personagem mais atraente. Confesso que não gostei de ver Crown no primeiro filme a seguir dicas num leilão e a assumi-las, perante Vicky, como suas. Quem viu ou quem vir, perceberá. Porém, é certo que é a versão mais real, menos rosa. O 'financier' Crown retratado no filme é, em geral, less expert e mais diletante. Porém, suficientemente cuidadoso para ter o seu perito at disposal. Assim acontece em 1968. Mas convenhamos que o de 1999, tem uma autonomia que o torna um personagem verdadeiramente interessante.

Após esta nota, a que mais me marcou nas diferenças entre ambos os filmes, direi que no resto o argumento é igual.

Já no 'resto' que não é o argumento, o de 1968 fica a ganhar. e em grande. É ver. O DVD anda como um recente ex-primeiro-ministro: por aí.






Vejam a galeria de fotos deste filme, no já 'clásssico' IMDB.

11 outubro 2005

Tácita

10 outubro 2005

E já agora uns tiros para o ar

Isto é greve? Ou é balda?

Antigamente batia-se em quem se baldava à greve.

E agora, o que fazer a quem faz greve à balda?







Agentes da PSP vão fazer greve às multas até ao fim do ano

Os agentes da PSP vão ignorar as infracções rodoviárias e não irão autuar os prevaricadores até ao final do ano. A medida de protesto contra as políticas do Governo foi aprovada esta terça-feira pelo Conselho Nacional de Delegados do Sindicato de Profissionais de Polícia, noticia a Rádio Renascença.



A iniciativa já tinha sido posta em prática, mas por um período de 11 dias.
O sindicato estima que esta medida poderá traduzir-se numa quebra de até 80% nas receitas das multas.

Foi também aprovada a realização de um piquete à porta do Ministério da Administração Interna (MAI) que se prolongará por vários dias. A data em que esta iniciativa terá início deverá ser fixada após as eleições autárquicas do próximo domingo.

04-10-2005 18:39:40
Diário Digital

09 outubro 2005

Atrasado...


... mas a TEMPO:

Festival de Música de Mafra 2005
Programa


CORRAM!

07 outubro 2005

Sujaganda


Spam era uma marca de carne enlatada que originou um conhecido gag dos Monty Python.

Do gag passou-se a SPAM como termo 'técnico' a designar mensagens não solicitadas.

A Propaganda política tornou-se [ou é hoje explicitamente] SPAM.

É claro que, 'juridicamente', não é SPAM. Porque se entende de interesse público.

Discordamos.

Não porque defendamos a proibição da propaganda política através da sua qualificação como SPAM. Nada disso.

O que sucede é que o interesse público não está na forma da propaganda, está no conteúdo.

E o conteúdo terá de ser, necessariamente, algo correspondente ao que será executado no exercício do poder político eleito.

A peça fundamental de tudo isto é clara: o Programa Eleitoral.

Em qualquer eleição política [inclusive, com as devidas adaptações, para a Presidência da República] o Programa é o essencial.

É dele que tudo depende.

Deve ser claro, com princípios curtos, fundamentais e transparentes. E deve fornecer pistas bem definidas [não necessariamente bíblias de execução!] daquilo que será feito para atingir os objectivos propostos e respeitar os princípios de base.

E tal documento é a base da proposta política, da votação política, da decisão política e do julgamento político subsequente.

Outdoors e as típicas caravanas de campanha, além do verdadeiro merchandising digno de qualquer parque temático [canetas, bonés, aventais, óculos de Sol, e toda uma parafernália típica de feira] descredibilizam a campanha política e ofuscam o essencial.

E, claro, sujam todo o país, sobretudo as cidades. Gasta-se papel inutilmente.

E é evidente: muito dinheiro, que tem de vir de algum lado.

Ora com a descida maciça da militância política, e das baixas contribuições feitas para os partidos [à excepção daquele que, como se sabe, fica com percentagens dos salários auferidos pelos seus membros], nada mais resta do que a dependência do financiamento privado, regra geral empresarial, incluindo associações patronais e sectoriais de vária índole.

Sem que, como se sabe, tais financiadores sejam, em regra, conhecidos, sobretudo as quantias dadas por cada um.

Assim, a propaganda é, em suma, contraproducente, pois ofusca o verdadeiro debate político e o compromisso claro com o eleitorado; prejudica o ambiente e a qualidade de vida; incentiva à corrupção, pelas receitas enormes que se exige para financiar o mercado da publicidade, desde o design de campanhas até à sua execução e distribuição de materiais.

Propaganda para quê?

Um exemplar do Programa Eleitoral por cada Português e debates públicos com todos os candidatos. Nas autárquicas, nas legislativas e nas presidenciais. E, se possível, nas europeias.

Nada mais.

06 outubro 2005

E o meu nome não digo, porque vem no bilhete




Bernardo Sassetti apresentou esta terça feira o seu novo disco, Ascent.

Foi numa Culturgest a abarrotar, com um público maioritariamente vintão-trintão bem descontraído, aind que com um pequeníssimo toque da habitual turma do social.

Contrariamente ao esperado, até porque já o tinha ouvido sem ser a solo [só no concerto de homenagem a Luís Villas-Boas, na Aula Magna, com o inesquecível Moreiras jazztet], não fiquei muito movido e não penso sequer comprar o disco.

Continuo a preferir Sassetti a solo, como provou o seu encore... a solo.

Sem prejuízo dessa minha preferência -- e também a razão deste post -- Sassetti merece uma homenagem pela inovação musical trazida pelo grupo [Bernardo Sassetti Trio], com uma especial vénia a Carlos Barreto [as minhas cunhas são sempre transparentes ou, se preferirem, descaradas].

Foi de aplaudir a liberdade instrumental [no sentido do uso 'diferente' de instrumentos clássicos como o piano ou do tão versátil baterista] e o recurso, bem sucedido [ainda que algo fastidiante na parte inicial, em que todos ficámos a aguardar o início do concerto, com o trio no palco, e as imagens a passar incessante, repetida e algo monotonamente], à projecção de fotografias. Como ironizou Sassetti, 'estava tudo desfocado'. Foi uma junção interessante, sem tocar o puro e seco marketing de imagem, entre duas artes: música e fotografia.

O balanço é pois positivo. Num panorama de inovação tão vazio em Portugal -- ou pimbice grosseira ou chachada sem sal -- o início da noite de 4 de Outubro de 2005 foi uma lufada de ar fresco em Lisboa. Que continuou para quem foi dar e receber parabéns no ultra prolongado Lux.

O que mais me agradou nesse início de noite foi ver o futuro do nosso país [pelo menos generacionalmente falando] aos saltos na saída [ou nos saltos à saída?] da Culturgest, num momento empolgante, onde todo o entusiasmo sincero era preenchido pela música de Sassetti. 'Eh pá viste isto, isto é kié pah, brutal, é incrível!!!'.

04 outubro 2005

Outubro na




Este mês o nosso destaque vai para a Caixa dos Vícios da Dupont, o look holandês, o sal aromatizado, a nova Armani Casa de Tóquio por Tadao Ando, o artigo sobre o design da sede das Nações Unidas, e mais umas coisas. Afinal, e apesar das 35 páginas iniciais de publicidade integral, sempre sobram 401 páginas.


E sobretudo, a casa maravilha na Suécia, construída junto a um rochedo, de cima para baixo, aproveitando-o como parede.

Nota ainda para a recomendação de tapetes de Miguel Vieira Baptista.

02 outubro 2005

Claude Chabrol, Paris, 1924



'Este' realizador francês deu uma entrevista ao DN, na sequência do lançamento em Portugal do seu livro Como fazer um filme.



Algumas pérolas:

'Acho que a família é uma das maiores farsas já inventadas, que se transformou numa estrutura social obrigatória e atroz. O conceito de família merece-me muito pouca credibilidade'

'a burguesia é a única classe identificável que nos resta'

Como é que escolhe os seus actores?

'Convido-os para almoçar, observo como comem, como gesticulam, e assim descubro, de um modo natural, as suas qualidades e defeitos. À mesa ninguém pode mentir'.

01 outubro 2005

Dirty Politics: is there any other?


A 'cena' entre os candidatos do PS ['Carrilho'] e PPD-PSD ['Carmona'] à Câmara de Lisboa (não) é surreal.

É bem crua, e mostra a política nua.

A cena repete-se, vezes sem fim, no carrossel da nossa política, bem reveladora da nossa ignorância. Continuamos iguais e burros. Estejamos no poder político ou no poder do voto.

A 'petite question' avivou-me a memória: a última vez que estive atento e fiquei chocado desta forma foi com as circunstâncias da morte de Sousa Franco.

O lado mais atroz da política revelou-se novamente.

Caciquismo puro e duro [como a cabeça que os transporta], frases feitas, chalaças, mas nada de concreto ou verdadeiramente relevante.

A cereja no topo do bolo: 'Grande ordinário!!!'.

E assim, acontece.