Esta campanha para as presidenciais dá para rios de posts. Até para discutir se um dos candidatos [e dos grandes] não chegará ao final por falta de assinaturas: é verdade -- 'diz-se' -- que um dos 'neste momento' candidatos não reuniu/reunirá assinaturas suficientes para ser 'formalmente' candidato. Não liguem: rumores, meros boatos. E daí... veremos.
Cavaco Silva resumiu, no final do 'debate' com
Francisco Louçã, a sua candidatura num apelo aos jovens. Louçã também está no partido dos 'jovens'. E Soares diz que é jovem [e que ainda é 'fixe!']. Idem para
Alegre, e aspas para as réstias dos candidatos.
Porém, o que liga os jovens à política partidária [e não a política em geral]? Como escolhem eles o seu partido?
Do que temos visto por aqui -- e ainda é qualquer coisa, porque circulamos em meios bem variados -- é a escolha porqué o pai também é, ou a escolha porque é porreiro, ou a escolha porque é p que 'faz sentido'. Esta última seria a mais simpática não é? Mas não é.
A malta do 'que faz sentido' não é a malta do 'pensei e decidi'. É a malta do 'quais é que são mais parecidos comigo?'.
E esta malta escolhe pela onda.
E a malta olha-se de cima a baixo e vê o partido do outro.
Isto é adorável. Testo a teoria todos os dias e nunca falha.
É ir tomar um bellini [por uns belos 16 euros] ao
Ritz, de blaser e
havano fumegante, e dizem que sou de direita.
É ir ao
Lux de ténis
Miu Miu e dançar a noite toda a ouvir
miss kittin e sou
bloquista [senão gay!].
É ir a uma manifestação [que não seja contra o aborto nem de apoio a Paulo Portas] e sou do
MRPP, comunista ou, pelo menos, do
Bloco de Esquerda.
É recusar comer em tascas e não gostar de
Swatch e sou logo um
snob de direita.
É ir à
Zambujeira e ser um javardo de esquerda.
É ir à
Quinta do Lago ou à
Marinha e ser um crominho 'reaccionário' de direita.
É ter objectos de design alegadamente minimal e passar por esquerdista liberal pintas que adora
New York.
É ter mobiliário barroco e passar por
monárquico empedernido que cospe nos 'comunas'.
ISto é exagero. Pois é. É exagero face ao bom senso. Mas também é a realidade. E essa, não tem tido senso [sentido...] nenhum.
Enfim. Se tivesse problemas de ego, com as barbaridades que as 'primeiras impressões' inspiram e eu ouço, já estaria politicamente estrábico.
O que vale é que não tenho problemas de ego. Porra [à esquerda]. Valha-me
Nossa Senhora [à direita].
Do you see what I mean? Back to basics.Imagem: sinal de trânsito, Finlândia. [
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