Fátima.
Já falámos aqui de Fátima, sobretudo para criticar o abuso da fé e da religião, e com sequência.
Desta vez falamos de Fátima a propósito da disparatada Igreja da Santíssima Trindade.
A estupidez da construção de novas igrejas, a torto e a direito, sem qualquer cuidado arquitectónico, muitas vezes, não pode ser aceite.
A área de intervenção é de 35.673 m2, a área Bruta de construção 38.516 m2 [igual a 3 campos de futebol], o volume de construção de 130.000 m3, as vigas principais têm comprimento de 182 metros e meio, sendo a capacidade de 200 + 400 lugares sentados 'para portugueses' e 140 + 140 lugares sentados 'para estrangeiros' e confessionários para 32 'portugueses' e 16 'estrangeiros'. Um verdadeiro MacDonalds, tirando o preço: 80 milhões de euros.
Com a celebração dos '90 anos das aparições' [que se fossem hoje, teriam como consequência provável um teste de despistagem de drogas pela nossa GNR], inaugura-se esta nova Igreja, iniciada em Março de 2oo4, e que é simbólica.
Símbolo do desprezo pelo património histórico, artístico e religioso.
Pois há igrejas fantásticas; centenárias ou milenares, espalhadas por Portugal e por esse mundo fora, que estão a cair. Seria bem mais importante que se recuperassem essas, e se abandonassem planos megalómanos, de mercantilização da religião.
Como se de um hamburguer se tratasse.
imagem: Convento do Carmo, um dos exemplos mais típicos de património degradado e nunca restaurado. O mesmo se aplica a muitas, tantas, igrejas e conventos, como se sabe, alguns tão importantes, como a capela do Castelo dos Mouros [do tempo de D.Afonso Henriques e que continua sem tecto e sem paredes na nave, mas onde ainda se notam frescos no altar] ou as famosíssimas 'capelas imperfeitas', do Mosteiro da Batalha.
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