Lisboa
Com o dramatismo do costume, o advogado e membro do 'Bloco de Esquerda' José Sá Fernandes dizia 'a Câmara caiu'. Era o Jornal 2, na RTP2.
As notícias sucediam-se. Todos os vereadores pediram a demissão, tirando dois do PSD que têm o mandato suspenso por estarem envolvidos em processos judiciais, e em circunstâncias pouco agradáveis. E o Presidente Carmona [não o Marechal, mas o substituto de Santana Lopes] parece ir no mesmo caminho. Esperemos que o seu desaparecimento da cena política autárquica não seja também um desaparecimento da vida judicial...
A Câmara de Lisboa tem agora três mulheres possíveis, o que não deixa de ser curioso num pais ainda machista: Ferreira Leite, Nogueira Pinto e Roseta.
E claro, um Santana Lopes que reaparece como um strobe do Stones.
E quem sabe, Carrilho volta a aparecer com a modelo-mulher [não confundir com mulher-modelo] e com o filho, que protagonizou anúncios de campanha, como se recordarão...
Mais uma vez, vamos ter eleições em Lisboa. E mais uma vez irão votar poucas das pessoas que de facto vivem em Lisboa [porque a maioria dos que vivem na cidade, trabalham nela, apesar de não residirem nela]. Falámos disso anteriormente.
Para quando o direito de voto alargado a todos os que trabalham na cidade, algo perfeitamente justificável, pois trata-se da principal cidade do país, onde quem vive na cidade não tem direito de voto, pelo simples facto de não dormir nela?
Isso parece-me bem mais importante do que discutir o carro de Santana Lopes, ou os episódios de campanha em que Carrilho não aperta a mão a Carmona e Carmona lhe chama 'grande ordinário'.
Porque o resto são politiquices.
E na verdade Lisboa precisa de votos úteis de cidadãos úteis. Não só os que dormem na cidade, mas os que nela trabalham todo o dia ou noite e portanto a vivem.
E de votos e candidatos que tragam boa gestão financeira mas sobretudo sensibilidade urbanística. renovação urbana, boa arquitectura, ocupação de edifícios, actividade cultural, redução do crime.
É assim tão difícil? Não parece. Pelo menos se não se perdessem em discussões [discussõezinhas?] camarárias irrelevantes entre partidos ou dentro de partidos.
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