Porque é que não vai haver uma Presidente de França.
Será?
Ségoléne Royal teria todas as condições para ganhar. É um rosto novo, não é feia [o que certamente deve dar muita conversa de cabeleireiro e muito vídeo no X Tube] e, claro, seria uma hipotética Primeira Presidente e logo uma candidata natural para as mulheres de esquerda e de direita moderada ou, pelo menos, não machista.
Mas julgo que não vai ser assim. O palpite de Lorenzetti é que Ségoléne não vai ganhar porque foi mal apoiada, sendo a consequência disso muitas gaffes discursivas.
Falta a Ségoléne aquilo que Le Pen tem de positivo: talento [ou peno menos bom apoio de backoffice] discursivo. Deu muitas ‘gaffes’.
Tal como os que não falam se safam, porque não falando não dizem asneiras (mesmo que as pensem e que não tenham nada de valor), Ségoléne a chumbar é por faltas.
O povo gosta de candidatos certinhos. É conservador no sentido em que gosta de candidatos previsíveis, mesmo que seja para o mal. É provavelmente por isso que candidatos como Fátima Felgueiras ou Isaltino Morais ganham eleições.
Ségoléne falou muito e quando falou deu gaffes.
E não tem uma experiência política que a apoie. Ninguém dirá ‘desta vez foi azar’. Porque não há ‘vezes anteriores’, pelo menos conhecidas do eleitorado. A menos que o centro se concentre em Royal por por duas razões: a escolha de um PM transversal, como Strauss-Kahn; a viragem à esquerda, depois de 12 anos de Presidentes de direita e tendo em conta as dúvidas de alguns sobre o futuro da segurança social com Sarkozy vs. o apoio do povo francês às prestações sociais.
Sarkozy terá os votos da esquerda que não gosta ou não acredita em Ségoléne.
Sarkozy terá os votos do centro ou dos indecisos, que não confiam na dama das gaffes.
Sarkozy terá os votos da direita não porque seja um bom candidato, mas porque é o único [numa diferença de uns 7 pontos, disse-me ontem uma... francesa!] à direita próximo de Ségoléne nas sondagens.
Le Pen, nas últimas eleições, teve 17.79 pontos na segunda volta. Os seus consultores de imagem e discursos rendem. Os de Ségoléne não. E ela só precisava de uns 5 pontos. Não de 17.
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