À escuta
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percebe-se que não estamos a falar de escutas, mas de 'meros' registos de chamadas, meros extractos detalhados quanto à originação e terminação de chamadas vocais, com indicação das horas de início e de fim de chamadas e sua duração.
A ser isto não há escutas.
É evidente que se colocam questões relacionadas com o segredo de Estado e/ou privacidade, conquanto estejamos a falar ou de linhas e conversas entre titulares de órgãos de soberania ou de linhas e conversas pertencentes a particulares, ainda que sendo estes titulares de órgãos de soberania.
In any case, a habitual histeria popular e mediática em torno de questões como esta -- que é muito grave -- em nada ajuda à resolução do problema.
Desde logo, importa saber de forma clara e decisiva qual a fonte do jornal 24 Horas, que terá dado o mote à polémica.
Em segundo lugar, responsabilizar os responsáveis pela fuga de informação.
E em terceiro e provavelmente último lugar, apurar se além da fuga de informação, estamos perante informação que, ela própria, pela sua natureza, era detida e/ou processada legalmente [e aqui não nos referimos naturalmente ao operador de telecomunicações, mas à entidade ou entidades que acederam à informação e a transmitiram ao jornal ou relativamente às quais o jornal obteve informação, até porque em declarações a um canal de televisão, um responsável do mesmo jornal disse, em jeito de graça [na óptica do próprio, dada a forma como o disse], que não tinha sido o jornal a roubar os dados à PT.
É certo. Aquilo veio de algum lado, e isso é que importa.
Se o Procurador se demite ou não... isso é o menos.
Marcadores: escutas, política, portugal, presidente
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