Financiamento dos Partidos
Se há coisa que demonstra a seriedade de alguém é sua vida financeira.
E se há coisa que Lorenzetti valoriza nos partidos é transparência nas contas. As conclusões retiradas pelo Tribunal Constitucional na análise que faz às contas dos partidos merecem pois alguma atenção.
A ideia de chamar a questão dos financiamentos das campanhas no âmbito destas presidenciais em Portugal é simplesmente deliciosa. Uma ideia da esquerda, disse o DN, que nem é propriamente de esquerda.
É que aqui caem as máscaras.
Afinal quem paga a quem?
E, sobretudo, quem é pago por quem?
E é interessante ver as 'ideias' [!] dos candidatos e a correspondência da natureza dessas 'teses' [ou mesmo 'promessas', ainda que não se trate de legislativas] com a natureza das entidades ou pessoas que financiam os candidatos.
O único candidato que vi pronunciar-se sobre o assunto, num qualquer telejornal [não vejo muita TV, confesso] foi Cavaco Silva, que afirmou ser essa uma questão do seu Director Financeiro.
Uma jornalista perguntou-lhe quem eram, não todos, mas quais os seus maiores financiadores. Cavaco disse algo como 'não me lembro'. E percebeu-se bem o que disse Cavaco, porque desta vez não havia bolo.
Continuamos sem perceber de onde vem o dinheiro dos muitos bolos eu por aí andam.
Podemos dar largas à imaginação com base em ideias feitas sobre os candidatos:
O dinheiro para a campanha de Louçã vem do próprio Louçã, de outros Louçãs, e de alguns misteriosos doadores, desde o sector circense até [pasme-se] o sector religioso;
O dinheiro para a campanha de Cavaco vem de empreiteiros de Boliqueime e banqueiros de Lisboa e Porto com contas na Madeira e Zurique;
O dinheiro para a campanha de Soares vem [ver supra e juntar alguns democratas];
O dinheiro para a campanha de Jerónimo de Sousa vem das assets do PCP, e das doações de militantes vivos ou de legados de falecidos.
Será assim?
Pois é, têm razão: não sabemos.
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