13 dezembro 2005

putos e política [a política de putos fika p outra]


Esta campanha para as presidenciais dá para rios de posts. Até para discutir se um dos candidatos [e dos grandes] não chegará ao final por falta de assinaturas: é verdade -- 'diz-se' -- que um dos 'neste momento' candidatos não reuniu/reunirá assinaturas suficientes para ser 'formalmente' candidato. Não liguem: rumores, meros boatos. E daí... veremos.

Cavaco Silva
resumiu, no final do 'debate' com Francisco Louçã, a sua candidatura num apelo aos jovens. Louçã também está no partido dos 'jovens'. E Soares diz que é jovem [e que ainda é 'fixe!']. Idem para Alegre, e aspas para as réstias dos candidatos.

Porém, o que liga os jovens à política partidária [e não a política em geral]? Como escolhem eles o seu partido?

Do que temos visto por aqui -- e ainda é qualquer coisa, porque circulamos em meios bem variados -- é a escolha porqué o pai também é, ou a escolha porque é porreiro, ou a escolha porque é p que 'faz sentido'. Esta última seria a mais simpática não é? Mas não é.

A malta do 'que faz sentido' não é a malta do 'pensei e decidi'. É a malta do 'quais é que são mais parecidos comigo?'.

E esta malta escolhe pela onda.

E a malta olha-se de cima a baixo e vê o partido do outro.

Isto é adorável. Testo a teoria todos os dias e nunca falha.

É ir tomar um bellini [por uns belos 16 euros] ao Ritz, de blaser e havano fumegante, e dizem que sou de direita.

É ir ao Lux de ténis Miu Miu e dançar a noite toda a ouvir miss kittin e sou bloquista [senão gay!].

É ir a uma manifestação [que não seja contra o aborto nem de apoio a Paulo Portas] e sou do MRPP, comunista ou, pelo menos, do Bloco de Esquerda.

É recusar comer em tascas e não gostar de Swatch e sou logo um snob de direita.

É ir à Zambujeira e ser um javardo de esquerda.

É ir à Quinta do Lago ou à Marinha e ser um crominho 'reaccionário' de direita.

É ter objectos de design alegadamente minimal e passar por esquerdista liberal pintas que adora New York.

É ter mobiliário barroco e passar por monárquico empedernido que cospe nos 'comunas'.

ISto é exagero. Pois é. É exagero face ao bom senso. Mas também é a realidade. E essa, não tem tido senso [sentido...] nenhum.

Enfim. Se tivesse problemas de ego, com as barbaridades que as 'primeiras impressões' inspiram e eu ouço, já estaria politicamente estrábico.

O que vale é que não tenho problemas de ego. Porra [à esquerda]. Valha-me Nossa Senhora [à direita]. Do you see what I mean? Back to basics.


Imagem: sinal de trânsito, Finlândia. [www.Tiehallinto.fi]