12 janeiro 2006

PT


PT é muitas vezes utilizado como sigla para Portugal.

É igualmente sigla de um conhecido grupo empresarial Português: a Portugal Telecom.

Grupo que lançou uma campanha publicitária, de 30 de Dzeembro e até 22 de Janeiro de 2oo6, que tem causado algum frisson.

Aqui no Lorenzetti causou aquela sensação do 'olha mais uns'.

Como diria alguém, 'já não há pachorra'.

Continuam a debater-se estas questões, mas nada acontece. É um país inconsequente, sem que daqui devam retirar-se conclusões políticas transviantes...

Para ficarmos desde já entendidos,' a Bandeira Nacional, símbolo da soberania da República, da independência, unidade e integridade de Portugal, é a adoptada pela República instaurada pela Revolução de 5 de Outubro de 1910. O Hino Nacional é A Portuguesa. A língua oficial é o Português [Art. 11 da Constituição].

E 'quem publicamente, por palavras, gestos ou divulgação de escrito, ou por meio de comunicação com o público, ultrajar a República, a bandeira ou o hino nacionais, as armas ou emblemas da soberania portuguesa, ou faltar ao respeito que lhes é devido, é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias. Se os factos descritos no número anterior forem praticados contra as Regiões Autónomas, as bandeiras ou hinos regionais, ou os emblemas da respectiva autonomia, o agente é punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 120 dias' [art. 332 do Código Penal].

A bandeira nacional é um assunto complexo, como a imagem demonstra [!] e é um dos símbolos nacionais, devendo ser utilizada em momentos solenes de carácter nacional e oficial. Não em campanhas publicitárias nem no topo de barracas. Seja o produto um telefone ou um rolo de papel higiénico.

Isto parece-me pacífico à esquerda e à direita do espectro político.

Creio ser consensual. A Nação é una, indivisível, e os cidadãos respeitam-na porque estão dentro dela e garantem a sua dinâmica e revêm-se nela, percebendo a sua utilidade afectiva e funcional.

A bandeira nacional, 'como símbolo da Pátria, representa a soberania da Nação e a independência, a unidade e a integridade de Portugal, devendo ser respeitada por todos os cidadãos, sob pena de sujeição à cominação prevista na lei penal' [Art.1/1 do DL 150/87, em plena democracia...].

E a bandeira nacional 'será usada, em todo o território nacional, de harmonia com o previsto' no DL 150/87.

Prescindir dos símbolos nacionais [o mesmo se aplica ao Hino] a publicidade não é falta de ousadia, é bom senso.

Usá-los é falta de imaginação e de criatividade: é um verdadeiro ready-made; é mau serviço publicitário e um abuso evidente e desnecessário dos símbolos nacionais.

Continuamos sem perceber qual a mente destorcida que teve uma ideia [ou, precisamente, não tem ideias...] tão infeliz e pobre.

É um mau dia para a publicidade em Portugal e para Portugal no mundo. Mesmo que não se considerasse [e considera-se, pelo menos por aqui] um acto fora da lei.

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