Capitalismo de fachada
Continuamos a brincar à economia. Desta vez, e depois da escandalosa nacionalização do Northern Rock, é a ajuda da Fed ao Bear Sterns. Diz hoje o Financial Times que 'Fed leads Bear Stearns rescue'. A JP Morgan vai receber um empréstimo da Fed para comprar o Sterns a 1 décimo do seu valor. O que será pior? Nacionalizar algo falido ou emprestar dinheiro para alguém o comprar? Não sei.
E claro, perante a crise de liquidez, as acções do Bearn Sterns caíram a pique.
O FT é um exemplo, mesmo os jornais generalistas não falam sobre outra coisa (ver aqui o NYTimes).
Os bancos centrais estão a bombear fundos e fundos para aguentar a crise.
No capitalismo a sério, não seria assim. Num mundo onde o Estado é desprezado pelos neo-liberais e grandes defensores do mercado livre, a nova geração de políticos de esquerda soft e de direita moderada, contradiz-se.
Agora que a crise chegou, o mercado parece não ter nenhuma mão invisível; ou se tem, parece ter parkinson ou algo que o valha.
Não deixa de ser irónico que os maiores bancos de investimento do mundo, vistos como os verdadeiros Estados, o verdadeiro poder, estejam em queda.
Sobretudo, que precisem do Estado, que os nacionaliza (Northern Rock) assumindo todas as dívidas, ou financiando-os através dos bancos centrais. Só nos EUA foram 'entregues' ao mercado 280 biliões de dólares.
São os pobres, os cidadãos, que agora pagam a má gestão e os disparates que andaram a ser feitos pelos gurus do mercado.
E a desculpa do credit crunch já não engana ninguém. É bem pior que isso. A Enron e a Worldcom foram amendoins. E o Northern Rock também.
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