08 março 2008

'Marcha da Indignação'

Podemos chamar-lhes talvez mais apropriadamente os PSP-files ou, para simplificar, tiramos o P, e fica PS-files.

Lê-se no Público que 'A PSP visitou anteontem várias escolas do país perguntando quantos professores iriam aderir à manifestação de amanhã. ... a PSP sustentou que quis apenas “garantir a segurança dos manifestantes” e, pouco tempo depois, o próprio Rui Pereira anunciava a abertura de um processo de averiguações'.



Diz a TSF que 'O Comando Distrital da PSP de Santarém assegurou que não deu qualquer ordem referente a uma recolha de dados junto das escolas referente à manifestação de professores que vai decorrer no sábado em Lisboa e citam o porta-voz da PSP de Santarém/Ourém, 'onde dois agentes da PSP visitaram uma escola para saber quanto professores iriam à manifestação.'Achamos muito estranho que alguém tenha feito esse tipo de disparate...qualquer ordem teria de passar pelo Comando e nós não demos qualquer ordem...o Comando de Polícia não deu esta ordem como naturalmente não poderia dar. Estas situações não são admissíveis e nunca poderia ter havido este tipo de ordem', explicou'.

Isto é adorável.



Supomos então que se não houve ordem, não houve mal-entendido...

E supomos então que vários polícias se lembraram, de repente, de ir a escolas, à paisana, interrogar professores sobre a manifestação de sábado.

Supomos ainda que isto só pode ser um fenómeno paranormal [ou, como diria Herman, 'fenómenos para anormais'].

Como por exemplo uma nave espacial que raptou polícias e os convenceu a ir às escolas, dado não haver nenhuma ordem do Comando nesse sentido, e dado ter sido mais de um polícia a sentir o impulso irresistível de ir a escolas, e à paisana.

E tendo ido à paisana e sem ordens, supomos que tenha sido um pequeno passeio, uma visita pessoal, um hobbie fora da actividade policial.



Este caso é tão mais estranho que a desculpa da 'segurança pública' não vinga: os portugueses não se lembram de polícias a fazer isto noutros casos de outras manifestações ou greves depois do 25 de Abril. Só mesmo na manifestação de professores anterior, também com o actual Governo...

Diz o Sol: 'As posições estão extremadas, até no PS...Mais de 70 mil pessoas de todos os quadrantes políticos são esperadas hoje em Lisboa'.

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