Política de tasca, país à rasca.
É um pouco o que pode dizer-se do que se vem passando e acentuado por certos comportamentos como o do definhado líder do PSD, Marques Mendes. Desta vez, está na Madeira, essa bela ilha, a acompanhar o Presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim.
Da perspectiva da Madeira admito que 'Alberto João' seja um óptimo líder, sobretudo na canalização de fundos vindos do Continente e da UE e da sua aplicação em infraestruturas, apesar de existirem, sabe-se, problemas de expressão política na região e um desequilíbrio entre povo e elites [leia-se famílias favoritas], que existindo também no Continente, é menos gritante, com classes médias mais amplas.
No entanto, do ponto de vista do Continente, e devido ao comportamento do Presidente do Governo Regional eleito pelos madeirenses, a Madeira é um flop, seja financeiro, seja em educação: trata-nos mal, e ainda por cima dá-nos prejuízo.
Por isso, é estranha a visita do líder do PSD à Madeira e à festa do Chão da Lagoa que, como descreve o DN na sua p.15 de 3o.7.2oo7, 'chegaram em viatura descapotável. Eram 1o.3o. Hora de início da visita pelas tascas do recinto'.
E lá começou, às 1oh3o, a bebida de poncha. Como gozou o Expresso de 28.7.2oo7, sob o título 'Uma poncha mágica', Marques Mendes foi ''beber votos'às barraquinhas da festa do Chão da Lagoa'.
Pelo timing, que coincide com a sua recandidatura a líder do PSD, sabendo já ter a oposição de Menezes de Gaia, Marques Mendes sujeitou-se às piadolas do governo, vindas do Ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, que o acusou de mendigar votos na Madeira.
A visita acabou por ser inútil -- apenas a demonstrar o poder de Alberto João Jardim na região e nos políticos do Continente, e em particular do seu próprio partido, o PSD.
Porém, o tema da autonomia regional continua. Alberto João Jardim -- e compreendo a sua posição -- insiste em usar o discurso da autonomia regional e dos cubanos do Continente, separatistas, etc.etc.; o seu discurso para consumo interno, dos madeirenses, acirrados contra o Continente e apenas tendo consolo no seu líder, Alberto João Jardim.
Alberto João Jardim é pois um vencedor, ao qual nenhum político do Continente fez frente, nem primeiros-ministros nem presidentes da república.
Não deixaria de ser um confronto interessante.
Seria interessante ver, por exemplo, a República fazer aquilo que Alberto João pede de forma mais ou menos explícita. A independência. Depois se veria o resultado.
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