16 outubro 2007

Santana... reloaded.



Pois é, no estado em que os últimos partidos e governos têm deixado Portugal, tenhos vivido de 'reedições', da mesma forma que o mundo musical diz que o 'old school is the new school'.

Lorenzetti é too cool for school e não liga nenhuma.

Aliás acha mais piada aos reloads na política, como o caso recente [e bem rápido] de Santana Lopes. Já aqui se falou dele, por várias vezes. Basta fazer uma pesquisa no campo 'Search' no canto superior esquerdo da 'capa' do blog.

E desta vez, Santana liderará o PSD no Parlamento sem especial intervenção de Menezes que, como se sabe, não só não é deputado -- não podendo pois sentar-se na bancada parlamentar do PSD, sobretudo para as deliciosas questões ao Governo -- como não tem tanta experiência política como Santana.

Pode-se discordar do estilo e apurar algum vazio de conteúdo [sobretudo cultural] em Santana. Não pode é confundir-se [ou desculpar-se] isso com juventude: Santana é já um histórico do PSD, embora não pareça. E é essa experiência que justifica os seus bons truques de cintura, sobretudo no jogo mediático. A sua saída da SIC, há dias, foi genial.



E é interessante o putativo regresso de Santana, que tem, não tenhamos dúvidas, 'unfinished business' com o país e alguns dos seus políticos [o caso de Jorge Sampaio é flagrante].

Santana mantém a tese: foi censurado e expulso da presidência do conselho por um presidente socialista que aí viu a oportunidade. Seria interessante ver como seria Sampaio presidente com Sócrates no governo... A situação inverteu-se. Hoje o PR não diz mata e o PM esfola. É o PM a esfolar e o PR a aplaudir, com o silêncio de quem sabe que no cargo em que está, estar calado é a melhor maneira de não fazer asneira.

A dificuldade de Santana é clara: vai ser difícil uma 'vingança' apenas no Parlamento. Santana terá certamente -- e caso nada lhe aconteça até lá -- o desejo irresistível de se candidatar à Presidência da República [a concorrer com Marcelo e Sócrates, depois de um segundo mandato de Cavaco?] ou à 'Presidência do Conselho'. E para o segundo caso, Menezes teria de ficar de fora [o que é fácil pois pode cair entretanto sem que ninguém ligue].

E essa incerteza vai ser difícil de gerir.

Com Costa numa CML alegadamente falida, com Sócrates no Governo e Cavaco a representar o país no estrangeiro e um parlamento iníquo e oposição quase inexistente, acho que vou continuar uns tempos como 'emigrante'. Desde logo, não tropeço na 'calçada portuguesa' nem caio num dos seus famosos buracos, bem mais graves que o orçamental.

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