14 outubro 2007

Sócrates e a sua polícia.



Continua o crescendo mediático sobre o PM José Sócrates, do PS, a quem já nenhum spin-doctor parece valer.

Nem mesmo tácticas como a referida no Eixo do Mal de 13.102oo7 segundo a qual detalhes do Orçamento de Estado apresentado na sexta-feira teriam sido 'libertados' pelo Governo ao longo da semana, para entreter e distrair os portugueses, cidadãos e eleitores, da escandaleira da Covilhã, onde mais uma vez -- e nesta vez na cidade onde o próprio Sócrates nasceu e estudou, e onde o PCP tem baixa votação -- Sócrates foi vaiado, e desta vez apelidado já de fascista.

A melhor resposta que Sócrates e os seus spin-doctors -- que claramente já sabiam da manifestação -- arranjaram, foi esta: 'o primeiro-ministro disse que'a democracia faz-se assim: há quem aplauda, há quem assobie' [Público], negativa, difusa, tanto faz. Além de fraca, esta resposta tem um risco: a de dar a ideia -- correcta ou não -- de que o PM está-se nas tintas para a opinião pública: positiva, negativa, difusa, tanto faz.

O que é certo é que a PSP esteve, à paisana, num sindicato que nem sequer participava na manifestação, e terá retirado material do dito sindicato.

Não se percebe então porque é que o processo disciplinar não teve seguimento. Ou é normal? É que se for [e parece, com a notícia 'Governo Civil de Castelo Branco diz que visita da PSP a sindicatos é procedimento de rotina'], o caso é mais grave: porque se os polícias em casa não são responsáveis, é a sua tutela. De acordo com o Público, houve 'reacções por parte do Sindicato dos Profissionais de Polícia, que considerou que a PSP está a ser "o bode expiatório da hostilidade dos sindicatos para com o primeiro-ministro'. Pois é, a polícia também tem um sindicato [e nesse pode entrar à vontade].

Não se percebe. Se a PSP é inocente, o que fazia dentro do sindicato e à paisana? Tomava chá?

Ou representava o seu próprio sindicato e também ia manifestar-se?

Pois é. Uma história mal contada. Estilo JFK, Camarate, Al Qaeda ou Casa Pia. O costume. Tentemos lembrar-nos dela nas próximas eleições. Eu vou.



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