02 agosto 2007

Continuamos sem saber o CV de José Sócrates,

o nosso Presidente do Conselho em exercício.

Sabe-se agora que a Procuradoria arquivou o inquérito sobre a 'licenciatura' de José Sócrates, considerando, como diz o Público, 'que da análise aos elementos de prova recolhidos não se verificou a prática de crime de falsificação de documento'.

Mas isto não era novidade para ninguém.



O que era e tem de ser investigado é se o grau académico foi conferido como deve ser.

Se houve aulas, quando, como, com quem. E exames.

Porque a PGR no seu comunicado diz que 'em 13 de Março de 2007, um ilustre advogado denunciou ao procurador-geral da república um crime de falsificação de documento autêntico, envolvendo a licenciatura em Engenharia Civil na Universidade Independente de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa'.

Ora não é esta a questão relevante. Essa -- a 'falsificaçãozinha' -- nem era, no contexto, o mais relevante.

O relevante é sabermos como funcionava a Universidade Independente.

Não é o diploma ser falsificado ou José Sócrates não ter dinheiro ou cérebro para ter tirado o curso em Oxford ou Harvard.

É sabermos como foi obtido o diploma.

Porque só sabendo isso saberemos se José Sócrates, actual Presidente do Conselho, mentiu ao país sobre a sua própria qualificação. E que mereceu, como se sabe, várias alterações ao CV publicado no website do Governo.



E que envolveu, como se sabe, suspeitas quanto à inexistência de inscrição na Ordem dos Engenheiros [que mereceu a piada do Ministro Mário Lino, esse nunca demitido]. E um suposto exame de inglês técnico levado para casa. E um suposto professor que dava todas as cadeiras. Etc., etc..

O caso de falsificação pode ter sido arquivado.

Mas a verdade do que se passou entre Sócrates e a Independente não. E continuamos sem saber qual é.

Marcadores: , , ,