05 junho 2007

'Liberty and justice for all'


De acordo com a notícia 'Guantánamo trials in chaos after judge throws out two cases' publicada hoje no Guardian, 385 prisioneiros dos EUA na sua 'prisão offshore' em Guantánamo, Cuba, são abrangidos pela decisão do Tribunal Militar dos próprios EUA dado o governo dos EUA não ter conseguido provar a existência de uma jurisdição clara.

Guantánamo é um escândalo internacional.

Por causa de duas 'twin towers' [que nunca se percebeu como caíram, nem porquê, nem por causa de quem] e de armas nucleares iraquianas que nunca foram encontradas, 385 pessoas [não necessariamente maiores de idade, como referido na notícia] foram raptadas pelos EUA e presas num campo de concentração chamado Guantánamo.

Às vezes tudo parece uma questão de perspectiva e de rigor no uso da gramática.

Existe uma diferença entre prisão legítima e sequestro. A primeira é legal, e em regra consequência ou suspeita de um crime. A segunda é, ela própria, um crime.

Como refere o Guardian, que como se sabe é ao lado do Times o jornal de referência no Reino Unido [aliado tradicional dos EUA], estas 385 têm sido mantidas em cativeiro há mais de 5 anos sem qualquer acusação ['held for more than five years without charge'], algo contrário a todos os documentos sobre direitos humanos e constituições de Estados civilizados e / ou minimamente arejados e 'modernos'.

Aliás o próprio Times noticia hoje este caso, referindo que o 'arguido' neste caso tinha 15 anos quando foi preso em Guantánamo: 'A judge ruled that he did not have jurisdiction to try Omar Khadr, a “child soldier” who has been held at the US naval base in Cuba since he was 15 [...]Judge Colonel Peter Brownback said that the Pentagon had designated Mr Khadr, a Canadian citizen now aged 20 who faced charges of terrorism and murdering a US soldier, as an “enemy combatant”'.

Como refere a Amnistia Internacional, trata-se de centenas de pessoas de mais de 30 nacionalidades [e portanto não apenas 'árabes' ou iraquianos]:'hundreds of people of more than 30 nationalities are still there: without charge, and with little hope of obtaining a fair trial.

Hundreds of people are feared to have been unlawfully detained and transferred, usually in secret, to countries where they face further human rights violations, including torture or other ill-treatment and enforced disappearance.

Some victims of this US-led practice have ended up in official US detention centres. Others have disappeared after being arrested by US agents or turned over to US custody.

Amnesty International calls on all governments to ensure that counter-terrorism measures do not lead to human rights violations'
.

Ou como refere a BBC: '380 prisoners are being held without charge or trial'.

'The US military had originally refused to release the names of the men it was holding at Guantanamo Bay.

The names were made public in 2006 after the Associated Press news agency won a court case against the military.'

'The 160 detainees at Camp 6 are confined in solid-wall cells most of the day, with recreation limited to a maximum of two hours a day. Contact with other detainees is severely restricted and they have little exposure to natural light'.



Mas como se percebe pela notícia publicada hoje no Guardian, tudo continua na mesma.

Marcadores: , ,