17 maio 2007

Moves


Num país civilizado com uma economia moderna e pessoas arejadas, uma move é comum e óptima.

Significa que há pessoas com talento que não ficam no 'quentinho' e que partem de um projecto interessante [ou que está a perder interesse] para um projecto mais interessante.

Há quem não pense assim.

A Linklaters é uma grande sociedade de advogados inglesa representada em Portugal, com um pequeno escritório de gente atarefada.

Alguns dos advogados desta sociedade saíram para um projecto mais interessante. Mas antes disso suceder a sociedade ameaçou despedi-los.

Portugal continua a ficar 'zangado' com certas coisas, e esquece-se de que a economia liberal e de mercado que tanto de propagandeia é assim.

A notícia veio no The Lawyer, e um pouco por qualquer praça financeira, a risota era incontrolável.

Quem ameaça despedir alguém por causa de uma move?

A pergunta parece ter agora uma resposta: a Linklaters Lisboa.

Curiosamente, cerca de uma semana depois, o associado Joacim Björk saiu da Linklaters Estocolmo para a Linden Gruppen como sénior. Seguindo o próprio, também à The Lawyer, pagavam-lhe o dobro e foi inevitável recusar.

É curioso como aqueles que defendem o mercado livre acabam por não o revelar em ca[u]sa própria.

Se há moves é porque as empresas [ou sociedades de advogados, ou outra coisa qualquer] não são competitivas.

E no limite, extinguem-se.

Isto acontece com empregos como com casamentos. Se aparecer algo melhor, adeusinho.

Quem quiser pode discordar. Mas isso não serve de grande coisa.

É a vida.

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