28 março 2007

'Trabalho Doméstico'


Lorenzetti gosta de Lido, mas detesta a lida.

O trabalho doméstico. Arrumar depois de cozinhar, fazer camas, atender telefones, limpar o chão, substituir lâmpadas, engraxar sapatos, comprar papel higiénico, essas coisas.

Não gosta sequer de conduzir.

É claro, pode pois perguntar-se se Lorenzetti, caso seja homem e casado, obriga a mulher a fazer isto tudo.

Nada disso.

Lorenzetti nunca percebeu a discussão sobre a igualdade entre sexos no trabalho doméstico.

Porque nunca ponderou fazê-lo. E, muito menos, obrigar a sua cara metade a fazê-lo.

É que as palavras serviçal e cônjuge não são, pelo menos para mim, compatíveis.

E a ideia de esforço individual associado a limpeza de chão também não.

Daí que a opção seja ter um 'terceiro elemento' que trate dessas coisas.

E o mais interessante na discussão sobre a igualdade entre sexos no trabalho doméstico é que os seus protagonistas -- mais das vezes mulheres -- não são sequer afectadas pelo problema.

Porque as Marias tratam do assunto enquanto 'elas' discutem na televisão.

'Elas' podiam arranjar algo mais interessante para fazer.

E os espectadores também.

Começando, por exemplo, por arranjar uma empregada. One will do. Generally speaking of course.


PS - é claro que Lorenzetti prefere o assistente (sem sexo incluído...) que guie, que faça as compras (desde charutos a papel higiénico), recados, resuma os noticiários e os jornais do dia, responda a cartas, trate da segurança, de marcar jantares, bricolage, viagens, tudo menos fazer posts. Vou pensar nisso.

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