Paquistão: como em tudo, uma questão de 'perspectiva'.
A BBC publicou uma notícia com o título 'Confrontation in Pakistan deepens', relatando as pedras atiradas por manifestantes e a reacção policial com bastões e gás em Islamabad.
Desta feita tudo parece girar em torno de um juiz do Supremo Tribunal em Islamabad, conhecido pelas suas decisões independentes 'e por vezes' desfavoráveis ao Estado. Esse juiz, de seu nome Iftikhar Muhammad Chaudhry, foi suspenso por 'abuse of office', sem que tenha sido publicada a acusação.
Apesar do aparato policial, centenas de advogados protestaram junto do Tribunal e encontram-se em 'greve'. Uma estação de televisão paquistanesa mostrou imagens dos eventos, e a polícia rapidamente invadiu essa estação e, com bastões, destruiu o equipamento de transmissão e mobiliário.
Foram presos vários membros da oposição, incluindo um ex-presidente, Rafique Tarar, que liderou uma manifestação em Lahore e a polícia actuou, em vários casos, sem uniforme.
A Pemra, autoridade televisiva do país, baniu a Geo TV de emitir um dos seus programas noticiosos habituais e tal como a estação Aaj, foi proibida de efectuar qualquer transmissão durante os dias dos protestos.
Perguntei a uma colega minha, do Paquistão o que se passava no país e referi o que vinha na imprensa. Segundo ela, são só invenções e o país está calmíssimo e devo ir lá verificar.
Suspeito que o facto de ser da 'família do Governo' orientou, digamos assim, esta 'perspectiva'. Uma das desilusões de infância foi perceber que a imparcialidade não existe, por muito esforço individual que a ela se devote.
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