18 fevereiro 2006

Algo


OS movimentos sociais [?] islâmicos são dignos de nota.

Ao lado da violência, da religião e da política mais evidentes, há um lado extraordinário: o que motiva milhares de pessoas a sair à rua? A deixarem a sua casa, o seu trabalho ou o seu entretenimento, e a fazerem cartazes, a gritar a mover-se na praça pública, com expressões de sincera emoção?

Não são actores, são meros cidadãos locais. É o povo.

É sabido que cada um vê o que quer. Aos nossos olhos, podia ser uma manifestação bestial de cidadania: pessoas que de facto se interessam pela coisa pública, pelo viver colectivo, por política.

Pessoas que se sentem ofendidas com o sucede noutros países e culturas, e que defendem o seu e a sua.

Pessoas que se mexem, por não quererem ou não terem distracções como televisões, cinemas, centros comerciais ou férias.

Será um escape? Será uma opção?

Será cidadania? Será manipulação?

Será fanatismo religioso? Será independência e maturidade política e consciência crítica?

Não sabemos.

Mas é algo.

E esse algo merece ser muito bem estudado.

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