A morte de Pavarotti.
Acabo de acordar e abrir o meu email. O News Alert 0:50 a.m. ET Thursday, September 6, 2007 do Washington POst diz-me que 'Italian Tenor Pavarotti Is Dead: Luciano Pavarotti, whose vibrant high C's and ebullient showmanship made him one the most beloved tenors, has died, his manager says. He was 71'.
Com uma artigo e vídeo, a Bloomberg noticia igualmente a morte de Luciano Pavarotti. E assim deve acontecer em toda a comunicação social hoje. E provavelmente alguns loucos irão entupir os sistemas de e.mail com apresentações Powerpoint de gosto estético duvidoso, sobre 'il Maestro'.
Nunca achei piada à voz, à representação ou ao estilo de Pavarotti.
No entanto, como afirma a Bloomberg, foi o cantor lírico mais popular desde Caruso.
Além de ter -- na minha opinião pessoal -- uma voz bem mais interessante [para dizer o mínimo], Caruso teve inclusive uma função quase pioneira na ópera do final do século XIX, e depois do século XX [Pavarotti interpretou, curiosamente, a ária 'Caruso' num filme sobre Caruso].
Pavarotti no entanto, teve uma função de divulgação [evito a palavra 'democratização'] da ópera, ou, se quisermos, na sua dimensão menos positiva [porque associada muitas vezes a perda de qualidade] de massificação da ópera [dimensão menos positiva que teve o seu cúmulo no merchandising, que chegou a incluir perfumes de Pavarotti, coisa a que a música dita clássica tinha vindo a resistir face a outros géneros musicais].
Por ter feito chegar a ópera a pessoas cuja origem social era uma barreira [com consequências importantes para a legitimação social de subsídios e outros apoios do Estado e do mercado à música clássica e ópera em especial], Pavarotti merece um aplauso.
Requesciat in pace.
último vídeo: um que me parece bem adequado ao 'momento', pelo conteúdo, pela sistemática e pela memória - Pavarotti a interpretar a ária final [Nessun dorma] da ópera Turandot, de Puccini, a que mais associo, na minha memória, à voz de Pavarotti.
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