07 agosto 2007

Os Grandes no Portugal dos Pequeninos.

Li hoje no Público que os 'accionistas do BCP suspeitam de sabotagem na falha informática' e que o 'Conselho Geral e de Supervisão (CGS) do Banco Comercial Português esteve reunido durante a noite, no Hotel Sheraton, no Porto, para apurar responsabilidades no falhanço da assembleia geral de ontem que acabou por ser adiada para 27 de Agosto'. Diz o jornal que 'A reunião de accionistas, que chegou a ter 63 por cento do capital presente, teve que ser adiada devido ao bloqueio do sistema informático de contagem dos votos [...] alguns deles admitiam mesmo a possibilidade do sistema ter sido eventualmente alvo de "boicote". Joe Berardo levantou mesmo a possibilidade de existência de fraude. Em causa está o maior banco português, de capital aberto e com uma capitalização bolsista de 14 mil milhões de euros, com inúmeros investidores institucionais estrangeiros. O sistema e os processos informáticos que suportaram a AG, e que inviabilizaram a contagem dos votos beneficiaram de pareceres e de auditorias da Novabase e da PricewaterhouseCoppers, e que foram realizadas antes da reunião, para garantir que esta decorria sem contrariedades. [...] A suspensão da reunião poderá desencadear uma nova trama jurídica à volta da necessidade de garantir, ou não, a reprodução das condições em que a de ontem se realizou, assegurando que serão os mesmos accionistas, com as mesmas posições, que vão estar presentes no dia 27. [...] O PÚBLICO apurou que Joe Berardo equaciona a possibilidade de pedir o cancelamento desta assembleia e a convocatória de uma nova para Setembro'.

Enfim. Num país que passa a vida a dizer que tem de ser mais competitivo, e onde a atracção de capital estrangeiro é o mote -- porque não há capital nacional ou pelo menos quem o tem não o quer libertar no próprio país -- aquilo que quem está de fora e lê a notícia do Público, como de tantos outros jornais é 'amadorismo'.

E quando o amadorismo chega à AG do maior grupo financeiro privado de um país, cujos accionistas institucionais estrangeiros são relevantes, a coisa não pode ser boa.

Ou se contraria esta ideia ou a coisa vai mal.

Quando era pequeno brincava -- perda de tempo, pois ele chegaria -- com o meu melhor amigo às empresas. Lá chateávamos os pais a pedir gravatas e material de escritório e formulários etc etc.

Se alguma criança me pedir para brincar às empresas já sei onde mandá-la.

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