12 agosto 2006

Giz Berta


Já nem se fala dele. Por isso pergamos no assunto. Aquele que fica nos baús da vergonha pátria: o 'Caso Gisberta'.

Para recordar, e tendo à frente uma notícia do DN sobre o assunto [DN de 2.8.2006, p.17], 'o Tribunal de Menores do Porto considerou que não ficou provado que os 13 menores condenados a 11 e 13 meses de internamento, agrediram Gisberta por ser um transsexual. Apesar de a sentença explicar que o grupo de rapazes abordou a vítima pela curiosidade de ver 'um homem com mamas' a quem pediram para baixar as calças para tirar as dúvidas'.

Sem que isto constitua qualquer tipo de discriminação [e sem que este texto seja qualquer tipo de de apoio a minorias] o fenómeno da transsexualidade é, do ponto de vista estético e comportamental, 'estranho' para Lorenzetti.

Mas, ainda mais 'estranho' [para não dizer pavoroso], é saber que 13 menores portugueses, de acordo com o artigo citado, torturaram a personagem [fosse transsexual ou um simples gato] em oito dias. Uma 'bela' semana, entre 15 de Fevereiro e 22 de Fevereiro de 2006. Com direito a descanso nos dias 17 e 20 !

No primeiro dia agressões a murro e pontapé, a paus e pedras.

No segundo dia a destruição da barraca onde vivia a vítima, além de agressões múltiplas.

No terceiro dia largam um 'barrote de madeira' em cima da vítima e acabam de destruir a dita barraca.

No quarto dia vêm a vítima inanimada, ferida, com eczemas múltiplos, sem que nada façam.

No quinto dia pensam que está morta. Voltam para as aulas.

No sexto dia pensam queimar o corpo e atiram-no a um fosso.

No julgamento, os referidos 'meninos' não hesitaram em fazer belos gestos aos jornalistas, que os fotografaram.

Algumas agressões não se provaram. Como 'a introdução no ânus da vítima de um pau com 1.5 metros de comprimento e 5 cm de diâmetro', citando o DN.

Lorenzetti pergunta-se se estas 'crianças' vão servir para alguma coisa no resto das suas vidas.

A sociedade que se cuide. Porque estas 'crianças' não estão sequer presas [coisa que seria uma verdadeira masterclass de crime, e que as iniciaria na vida homossexual -- ironia? -- e quem sabe nas drogas e doenças infecto-contagiosas]. E temos de levar com elas mais uns 50 ou 60 anos. Pelo menos a julgar pela longevidade portuguesa... Ou há alguém que 'acredite' na 'recuperação' de indivíduos que praticam os actos descritos durante uma semana, dormindo, quem sabe, calmamente ?