26 julho 2006

Drogas


L. acaba de ler numa revista 'da especialidade' que Kate Moss vai voltar a ser 'a cara Burberry', nove meses [nove...] depois da resolução do seu contrato.

Como se recordará o leitor [e sobretudo a leitora?] atento, o fim desse contrato teve lugar devido ao 'escândalo' das fotos publicadas no Daily Mirror, que relacionavam Kate Moss ao consumo de cocaína.

Pela paciência da Santa, já não se aguenta tanta hipocrisia.

Afinal não era pela cocaína [que veio a perceber-se existir], mas pelo escândalo [que entretanto passou].

Na perspectiva da própria modelo e da Burberry até se percebe: a imagem conta, é esse o negócio. Sobretudo tratando-se de um contrato de publicidade.

Mas, do ponto de vista social, não se percebe: ou o público é amnésico, ou é parvo.

Ou as duas coisas. Porque nem liga à cocaína. Liga é ao escândalo.

Moss é um exemplo interessante quanto à cocaína. Porque não é um caso [nem é expectável que venha a sê-lo] drug-driven criminal.

Não existe, nem se espera que venha a existir, a prática de actos criminosos por parte de Moss para poder adquirir a dita cocaína. Nem a prática de actos criminosos em virtude do seu consumo [que não é necessariamente recente, nem isolado].

É que não sendo esse o problema, não vemos qual possa ser.

Os efeitos são curtíssimos, de meia hora, no máximo uma.

Os bêbados que se arrastam por horas [e que por aí conduzem] e o fumo dos cigarros do vulgar cidadão [sobretudo português] causam bastante mais mossa...