06 abril 2008

Governos PS e PSD terão facilitado voos da CIA

Quando se pensa nos campos de concentração [nazis, por exemplo] tenta-se imaginar como foi possível terem funcionado durante tanto tempo sem que a população alemã se tenha insurgido contra eles.

Uma das teorias é a do desconhecimento: em teoria, o povo alemão não saberia. E terá sido uma alegada acção secreta do governo alemão que terá permitido o Holocausto como o conhecemos hoje.

Guantánamo não é um segredo. Toda a gente sabe.

Mas continua, sem que se faça nada.



A Ordem dos Advogados promoveu recentemente uma conferência de Clive Stafford Smith, o advogado de vários prisioneiros em Guantánamo e director da ONG REPRIEVE.

Nessa conferência, foi apresentado um relatório detalhado sobre a cumplicidade do governo português na transferência de sequestrados para Guantánamo.



A conferência não se realizou num sítio qualquer: o apoio da Ordem dos Advogados foi ao ponto de disponibilizar o seu salão nobre, no dia 3 de Abril, e de ter presidido à mesa o novo Bastonário, Marinho e Pinto.

A Ordem está de parabéns pela iniciativa e mesmo que tenha sido um acto de propaganda do novo Bastonário, foi um belíssimo acto.

O relatório intitula-se “The Journey of Death – Over 700 Prisioners Illegally Rendered to Guantanamo Bay with the Help of Portugal” e foi concluído em Janeiro deste ano.

No documento a REPRIEVE demonstra que o território e espaço aéreo português foram utilizados para transferir mais de 700 prisioneiros para serem torturados no campo de conentração de Guantánamo.

Ora tendo sido utilizados, o Governo português apoiou.



A menos que o Governo português assuma não ter radares e não vigiar o nosso espaço aéreo. Mas nesse caso teria de explicar o que faz aos milhões de impostos gastos com a Defesa.

O relatório baseia-se, inclusive, em dados obtidos junto das autoridades portuguesas e registos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos com “datas de chegadas de prisioneiros à Baía de Guantánamo”.



Provavelmente Sócrates, Amado, Barroso, Martins da Cruz, António Monteiro, Paulo Portas e Freitas não comentam.

Como diria Amado, 'pelas razões que são conhecidas'.

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