06 abril 2008

A Ponte...

Os quase 200 milhões [mera primeira previsão!]a gastar com a putativa nova ponte do Tejo contrastam com o famoso equilíbrio orçamental e a menos famosa -- mas mais importante -- promessa de não aumentar os impostos. Sobretudo se somarmos esta 'obra' ao aeroporto, ao TGV, e a mais umas brincadeiras típicas de pátio.



Não sendo Portugal um pátio, nem devendo ser a governação um acto de recreio, mesmo que as atitudes pueris de alguns -- e sobretudo a teimosia infantil do Primeiro -- possam fazê-lo supor, é de questionar estas obras.

Vejamos a mais recente: a nova ponte para o Tejo. A terceira.



O que mudou desde a segunda? Quase ou nada.

Praticamente ninguém usa a ponte Vasco da Gama, sobretudo comparada com a Ponte 25 de Abril.



Perdão, usam os fãs do shuning, para corridas a mais de 200 km/h, apesar de haver polícia e câmaras, etc etc.



E usou-se para a feijoada inaugural.



E para umas corridas [estas já não de carros].

Mas no dia a dia, o que mudou? Nada.

Reduziu-se o trânsito na 25 de Abril? Nem por isso.

Construir agora mais uma ponte é cómico [ou nem por isso dado o momento orçamental], sobretudo a unir Chelas e Barreiro, que não são propriamente localizações muito apetecíveis. Chelas. Barreiro.

Queremos mesmo fomentar esses locais? É esse o tipo de desenvolvimento que queremos para Lisboa e Portugal? É claro que não.

E depois há o problema fundamental: o trânsito.

Não deixa de ser irónico ser o ex-ministro do Ambiente de Guterres a fomentar mais trânsito em Lisboa. Não temos já confusão e poluição que chegue em Lisboa? Temos. Para quê mais pontes rodoviárias? Para ajudar os concessionários do costume? Para ajudar a indústria automóvel? Para ajudar as gasolineiras? Dá que pensar. E não é preciso muito. Talvez a construtora a que irá agora presidir Jorge Coelho [que se demitiu de ministro por ter caído, precisamente, uma ponte!].

Seria muito mais importante fazer um metro subterrâneo, uma ponte para comboio, restabelecer os comboios no país, ampliar a rede de metro em todas a direcções.

Isso sim, era preciso.

Mas das duas uma: ou o governo tem absoluta falta de visão ou está comprado.

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