Coelhone: 'é apenas mais um cliente... não é o único cliente'
É a notícia da semana e vendo bem até ofusca o disparate de uma nova ponte para o Tejo:
Jorge Coelho, o homem do aparelho, da máquina PS, do sotaque beirão e que se demitiu pela ponte caída de Entre-os-Rios, vai presidir a uma construtora civil, a Mota Engil.
É 'normal': era Ministro das Obras Públicas e até já tinha 'boas relações' com a empresa: atribui-lhe várias concessões, desde logo de estradas. As famosas estradas.
Já se desconfiava das boas relações dos políticos portugueses que passaram pelo Governo com as construtoras civis. Mas não me recordo de a pato-bravice [ou coelho-bravice, neste caso] ser tão evidente.
É bom, porque escancara a promiscuidade política / negociatas [sim, porque em POrtugal não há negócios];
É mau, porque demonstra a impunidade no sistema. Fala-se, no máximo processa-se, mas nunca se condena. Ou organizações internacionais como a Transparency International andam a inventar dados sobre a corrupção em Portugal, ou então os tribunais não estão a ser capazes de condenar, ou o Ministério Público não os consegue sequer acusar. Porquê?
No dia em que os portugueses analisarem as tranferências partidos-empresas com a atenção que dão às transferências de jogadores de futebol, o país só poderá melhorar.
Basta apenas citar o próprio Jorge Coelho em entrevista ao Diário Económico de 3 de Março: 'A Mota-Engil é apenas mais um cliente. Quem fez o contrato foi a minha empresa [a CongetMark], onde trabalho como consultor e administrador. Trabalho nas mesmas condições com a Martifer, Visabeira, Novabase... Não é o único cliente, apesar de ter tido mais repercussão que os outros'.
'há uma grande dependência no campo das obras públicas, de tudo o que tem a ver com o Estado'.
'O engenheiro Ferreira do Amaral foi recentemente criticado por ter sido ministro do PSD e ser agora administrador da Lusoponte. Não teme que o seu exemplo também possa ser criticado? Pelas ligações que tem ao Governo e ao PS?
Eu tenho de trabalhar, não?'
'O engenheiro António Mota já me vinha fazendo este desafio há algum tempo... E eu e os meus colaboradores vamos dedicar-nos a este trabalho porque é bom para a Mota-Engil. E porque é bom para nós'.
E assim acontece com este membro do Conselho de Estado.
E com Portugal...
Quem se mete com a Mota... leva. Um emprego.
Jorge Coelho, o homem do aparelho, da máquina PS, do sotaque beirão e que se demitiu pela ponte caída de Entre-os-Rios, vai presidir a uma construtora civil, a Mota Engil.
É 'normal': era Ministro das Obras Públicas e até já tinha 'boas relações' com a empresa: atribui-lhe várias concessões, desde logo de estradas. As famosas estradas.
Já se desconfiava das boas relações dos políticos portugueses que passaram pelo Governo com as construtoras civis. Mas não me recordo de a pato-bravice [ou coelho-bravice, neste caso] ser tão evidente.
É bom, porque escancara a promiscuidade política / negociatas [sim, porque em POrtugal não há negócios];
É mau, porque demonstra a impunidade no sistema. Fala-se, no máximo processa-se, mas nunca se condena. Ou organizações internacionais como a Transparency International andam a inventar dados sobre a corrupção em Portugal, ou então os tribunais não estão a ser capazes de condenar, ou o Ministério Público não os consegue sequer acusar. Porquê?
No dia em que os portugueses analisarem as tranferências partidos-empresas com a atenção que dão às transferências de jogadores de futebol, o país só poderá melhorar.
Basta apenas citar o próprio Jorge Coelho em entrevista ao Diário Económico de 3 de Março: 'A Mota-Engil é apenas mais um cliente. Quem fez o contrato foi a minha empresa [a CongetMark], onde trabalho como consultor e administrador. Trabalho nas mesmas condições com a Martifer, Visabeira, Novabase... Não é o único cliente, apesar de ter tido mais repercussão que os outros'.
'há uma grande dependência no campo das obras públicas, de tudo o que tem a ver com o Estado'.
'O engenheiro Ferreira do Amaral foi recentemente criticado por ter sido ministro do PSD e ser agora administrador da Lusoponte. Não teme que o seu exemplo também possa ser criticado? Pelas ligações que tem ao Governo e ao PS?
Eu tenho de trabalhar, não?'
'O engenheiro António Mota já me vinha fazendo este desafio há algum tempo... E eu e os meus colaboradores vamos dedicar-nos a este trabalho porque é bom para a Mota-Engil. E porque é bom para nós'.
E assim acontece com este membro do Conselho de Estado.
E com Portugal...
Quem se mete com a Mota... leva. Um emprego.
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