02 março 2008

O Berloque


Um programa de comédia chamava ao Bloco de Esquerda o Berloque.

De facto, por ter ausência de ideologia [como de resto todos os partidos portugueses à excepção do PCP e de alguns partidos de extrema-direita direita ilegais], acaba por ser um acessório, um elemento de destruição da esquerda, ao retirar o poder de voto do PCP e do PS.

Foi por isso naturalidade e espanto que lemos o título 'Com certeza que estamos à esquerda do Partido Comunista', a uma entrevista do DN/TSF a Francisco Louçã hoje.

Naturalidade porque não lhe sobra nada mais a dizer, mostrando como quer recuperar os votos que perdeu para o PCP e que agora precisa de volta.

Espanto porque não vemos qualquer ideologia no Bloco de Esquerda. E portanto não percebemos como podem estar à esquerda dos comunistas.

Ou sequer, dos sociais-democratas.

Socialmente, são de classe média.

Politicamente são neutros.

Ideologicamente são nulos.

Juridicamente são um partido, apesar de serem no fundo um 'bloco' de partidos como o PSR, sendo Louçã o líder do PSR.

Politicamente vieram destruir a esquerda, tirando votos aos ingénuos ou desiludidos do PCP e do PS, ou a quem se diz de esquerda só por rebeldia social, e sem consciência política.

No fundo, é uma perda de tempo, uma diluição partidária da política e dos portugueses, ainda pior do que o rotativismo PS / PSD, que assim fica sem uma terceira força política de relevo.

Trouxe design interessante e algumas causas. Mas isso não faz um partido, faz uma tertúlia de artistas ou um grupo de amigos, ou no máximo uma associação civil.

Como disse Louçã numa outra entrevista ao DN [16.8.2007], o'Bloco quer destruir o actual mapa político português'.

É caso para dizer: acreditam mesmo na televisão?

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