29 outubro 2007

Estado, privados e escolas.



Foi hoje divulgado pela imprensa uma sondagem segundo a qual 'Três em cada quatro pessoas inquiridas entendem que a administração pública funciona "pior" ou "muito pior" do que o sector privado'.

É claro que isto não significa que 'a administração pública funciona "pior" ou "muito pior" do que o sector privado'.

Significa apenas que as pessoas inquiridas 'acham' que 'a administração pública funciona "pior" ou "muito pior" do que o sector privado'.



Em todo o caso, é interessante pensar no recente caso dos rankings das escolas, segundo a qual os alunos das privadas surgem como detentores dos melhores resultados nos exames nacionais.

É claro: tal não significa que as escolas privadas sejam melhores do que as públicas, i.e. que o ensino nos privados seja melhor que o público, ou que o público seja pior que o privado.

O que é certo é que o tipo de gente [sejamos claros] que frequenta um colégio e o tipo de gente que vai para a escola secundária ou o ciclo lá do bairro é bem diferente.



A diferença é, sobretudo, de estrato social e de conforto das instalações.

Seria mais interessante [para não dizer útil e realista] realizar o ranking ponderando o background socio-económico dos estudantes e a qualidade das instalações dos colégios e escolas analisadas.

Digam o que disserem, com o politicamente correcto do costume, o background é 95%.

E esquece-se, por exemplo, que os estudantes do privado podem ser expulsos e atirados para o público. E não o contrário.

Pois.

Marcadores: , , ,