28 junho 2007

Jantar anual dos amigos do MNAA


Foi na data do costume, mas num sítio nada do costume: em vez do simpático jardim do museu, o átrio da nova entrada e os 'passos perdidos' que não sabia, mas vim a saber, que é usado para designar o átrio da biblioteca e sala de conferências.

A faixa etária continua nuns desagradáveis 50 ou 60 e era importante manter os que estão, mas adicionar caras novas, em aspecto, espírito e financiamento para o museu.

Os temas de conversa [na minha mesa] foram este ano fracos e típicos de evento social cinza: desde esclerose múltipla até viagens, passando pelas ainda mais habituais conversas sobre meteorologia.

A razão pela qual fui ao jantar é simples: manter [ou recriar] a vida no museu, apoiar o seu financiamento e manutenção, como elemento essencial do património de Lisboa, Portugal e Europa, e sobretudo como colecção extraordinária de arte de grande qualidade, irrepetível e sem igual em Portugal e na maioria dos pontos do globo.

Lamentei por isso a observação que ouvi, de um senhor que ao ser-lhe servido um vinho num copo errado resmungou 'não paguei para isto'.

Se é certo que o valor que o senhor terá pago não é baixo, a causa também não o é: porque no jantar do MNAA não se paga um preço contra a prestação de um serviço -- faz-se uma doação para manter o museu.

O resto, como o jantar, os 'goodies', as bebidas, ou outra coisa qualquer, é meramente acessório e, em regra, oferecido por patrocinadores.

O que este senhor não consegue ver é aquilo que me faz ir a um jantar a pessoas aborrecidas como ele. Mesmo que ele tivesse [e tinha] razão quanto à porcaria do copo.

imagem: capa da Economist com quadro 'O Inferno', da coleccção do MNAA.

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