Ana Isabel.

Um nome simples, igual a tantos outros. É curioso não pensarmos que temos todos nomes quase iguais, que nos aproximam ou distanciam.

Ya-da, Ya-da.

No caso, uma modelo chamada Ana Isabel, que é capa de uma revista de sábado do DN... em 2oo6.

Na primeira página, refere-se que uma manequim não pensa 'sobre os zizezagues da vida e das relações humanas'.

E que Ana Isabel 'aí está, para arrasar com todos os clichés'.

Pode até estar, mas o DN não lhe deu a oportunidade: as perguntas foram pouco imaginativas, praticamente não saíram da moda [ainda que seja compreensível que seja um tópico fundamental dada a razão da notoriedade] e incluíram até uma pergunta sobre um indivíduo concreto do Porto [cujo nome L. obviamente não repete] e da sua suposta relação amorosa com a dita Ana Isabel, que teria sido mencionada 'no ano passado' na 'imprensa-cor-de-rosa'. E leva um claro 'baile', quando pergunta 'Por causa do glamour?'.

Disparates à parte, há vários pontos interessantes. L. escolheu alguns, as follows:

'É raro, seja qual for a área, em que os melhores são os mais conhecidos do público'

'Frustração é sentir que, de repente, em vez de evoluirmos, regredimos. Há três ou quatro anos, ficou tudo cheio de medo, fechado na caixinha. Isto aplica-se a tudo, e também à moda. Antigamente havia programas de moda na TV. Agora, o que há? Uns programas de generalidades, umas reportagenzinhas sobre festas de aniversário de discotecas -- mais nada...'

'Falo sobretudo de um ambiente de sedução. Havia pessoas qie sabiam onde as manequins estavam hospedadas, que lhes ofereciam um jantar e as levavam a uma discoteca, onde depois era suposto elas ficarem 'a dar o ar'. Aos 14/15 anos, sem maturidade, é natural não se perceber os riscos que isso envolve. Eu, mais velha, voltava para o hotel...'

''Porque se tornaram tão irresistíveis essas propostas? Por causa do 'glamour'?

E do jantar. Quando se tem 18 anos e se está no início de carreira, Milão é uma cidade extremamente cara. Eu comia sempre no McDonald's'


'Tenho uma visão crítica sobre Portugal: parece-me que estamos no mau caminho em quase tudo. No cinema, não. Mas, mesmo assim, parece-me demasiado a preto e branco, demasiado bons-e-maus [...] A publicidade é outras das poucas áreas em que temos evoluído em Portugal'.