O Cavaquistão
Na página 6 do Público de 24.1.2oo6 vinha um artigo com o título 'Vagos, a nova capital do Cavaquistão'.
Inquiridos sobre a razão do seu voto [85.07% em Cavaco Silva], os habitantes de 'Vagos' [no distrito de Aveiro], responderam que foi pelo que o candidato não disse. Foi pelo que não fez: 'foi um homem de poucas palavras, que não atacou ninguém'.
Por isso, meus amigos, já sabem: se o vosso ego precisa de reconhecimento público, candidatem-se a qulquer coisa. E fiquem calados. A vitória é garantida.
Por aqui sempre lamentámos o facto de termos tido um Secretário de Estado da Cultura [mais tarde Primeiro-Ministro!] que dizia ser grande apreciador dos 'violinos de Chopin'. É claro que ninguém é obrigado a saber que Chopin e violinos não têm grande relação. Mas também devia ser claro que ninguém é obrigado a fingir que sabe. Pior que a ignorância é a falsa intelectualidade.
Feitas as contas, Santana Lopes foi tratado de forma injusta. Como ignorante e vaudeville. Em boa verdade, Cavaco Silva não é muito diferente. É mais idoso, menos elegante, tem um doutoramento em Economia. Porém, não parece mais culto. E não é nada falador. E dele não se conhecem, igualmente grandes obras.
Isto porque ficámos indecisos entre duas imagens:
se Cavaco Silva era o Tino de Rans do PSD;
ou se um Santana Lopes calado, pouco sofisticado e doutorado.
Venha o diabo e escolha.
Os eleitores já o fizeram, mas para já sem Santana como opção.
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