13 outubro 2005

praxis


Inicia-se o ano académico, reiniciam-se as praxis de praxe da praxe.

A famosa praxe.

A polémica praxe, venerada e odiada.

A praxe não me encanta nem desencanta. Desilude-me.

É uma verdadeira decepção, pois demonstra o muito que ainda falta fazer para tornar Portugal um país civilizado.

E é um verdadeiro desafio, porque são precisamente as 'esperanças' do futuro de Portugal que a praticam.

Afinal, a 'praxe' é uma prática de muitos universitários; aqueles que, precisamente, em razão da sua educação superior, deveriam ter o comportamento mais racional, exemplar e consciente.

Porém, são os únicos que têm um comportamento tão boçal como o que habitualmente se vê, inicialmente nas universidades (nos 'campus', como saloiamente agora se diz por estas bandas)e depois em plena praça pública.

Há quem ache graça: 'É a miudagem'; 'Nós gostamos porque os integramos'; 'não me importo porque já estava à espera', etc. etc..

Mas em boa verdade integrar e ridicularizar são coisas completamente diferentes.

Na Faculdade a nossa praxe foi oferecer um jantar a todos os novos alunos. Foi simpático e uma forma de os integrar, conhecendo-os melhor.

As pinturas, os baldes, as orelhas de burro e afins são apenas peças, que poderiam estar num infantário, num bordel ou numa sala de tortura, tanto faz.

Não percebo que estejam numa sala de aula ou numa rua.

Não t~em sentido, apenas demonstram problemas de ego, sedes de protagonismo, e formas de conhecer pessoas à força.

A praxe, como é feita na maioria dos casos, não é apenas um problema de 'atitude'. É um problema de ignorância, de demência e de provincianismo. E, em último caso, é um comportamento criminoso, que ofende os direitos básicos das pessoas enquanto seres livres e dignos.

Até quando a palhaçada inconsequente e javarda?