E o meu nome não digo, porque vem no bilhete
Bernardo Sassetti apresentou esta terça feira o seu novo disco, Ascent.
Foi numa Culturgest a abarrotar, com um público maioritariamente vintão-trintão bem descontraído, aind que com um pequeníssimo toque da habitual turma do social.
Contrariamente ao esperado, até porque já o tinha ouvido sem ser a solo [só no concerto de homenagem a Luís Villas-Boas, na Aula Magna, com o inesquecível Moreiras jazztet], não fiquei muito movido e não penso sequer comprar o disco.
Continuo a preferir Sassetti a solo, como provou o seu encore... a solo.
Sem prejuízo dessa minha preferência -- e também a razão deste post -- Sassetti merece uma homenagem pela inovação musical trazida pelo grupo [Bernardo Sassetti Trio], com uma especial vénia a Carlos Barreto [as minhas cunhas são sempre transparentes ou, se preferirem, descaradas].
Foi de aplaudir a liberdade instrumental [no sentido do uso 'diferente' de instrumentos clássicos como o piano ou do tão versátil baterista] e o recurso, bem sucedido [ainda que algo fastidiante na parte inicial, em que todos ficámos a aguardar o início do concerto, com o trio no palco, e as imagens a passar incessante, repetida e algo monotonamente], à projecção de fotografias. Como ironizou Sassetti, 'estava tudo desfocado'. Foi uma junção interessante, sem tocar o puro e seco marketing de imagem, entre duas artes: música e fotografia.
O balanço é pois positivo. Num panorama de inovação tão vazio em Portugal -- ou pimbice grosseira ou chachada sem sal -- o início da noite de 4 de Outubro de 2005 foi uma lufada de ar fresco em Lisboa. Que continuou para quem foi dar e receber parabéns no ultra prolongado Lux.
O que mais me agradou nesse início de noite foi ver o futuro do nosso país [pelo menos generacionalmente falando] aos saltos na saída [ou nos saltos à saída?] da Culturgest, num momento empolgante, onde todo o entusiasmo sincero era preenchido pela música de Sassetti. 'Eh pá viste isto, isto é kié pah, brutal, é incrível!!!'.
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