21 abril 2008

Carjacking, essa miudeza.



A vaga de notícias sobre 'carjacking' já provoca náuseas.

Se é certo que há muitas notícias sobre este tipo de crime, há imensos outros tipos de crime que nascem todos os dias ou que já existiam e continuam a ser praticados, muito provavelmente com origens comuns.

Mais do que combater este ou aquele tipo de crime, perdendo-nos em manchetes de jornais e modas policiais, seria importante combatermos as causas directas do crime, por um lado, e os criminosos em si, por outro.


Se as causas do crime seriam resolvidas com Ministras da Educação de jeito e afins, os criminosos em si, na sua maioria, alojam-se em zonas problemáticas, sobretudo nos arredores de Lisboa e Porto, ou de qualquer outra 'grande' cidade, como se sabe, e a sabendo onde estão, é mais fácil actuar. Não se percebe porque não há (pelo menos mais) acção. E quando não há acção há cumplicidade.

Não se quer com isto dizer que se deve bombear esses bairros ['dinamitar', estilo ponte, como diria Almeida Santos do PS...] ou matar toda a gente, ou desterrá-los, ou queimar tudo. Quer-se com isto dizer que as entradas e saídas nesses bairros devem ser vigiadas, os seus habitantes alvo de recenseamento específico, as casas alvo de buscas mais frequentes, e os grupos mais suspeitos vigiados por agentes especiais evitando assim a prática de actos criminosos ou possibilitando a recolha de provas para a sua condenação por crimes tentados ou executados. As leis sobre privacidade e as regras constitucionais aplicáveis não devem ser obstáculo à investigação nesses bairros que, não tenhamos dúvidas, devem ser consideradas zonas especiais, onde o direito à vida e à segurança física deve prevalecer.



Deve igualmente avançar-se, com base nesse recenseamento especial, não só para a investigação específica de cada um dos residentes, mas para o seu realojamento e destruição desses bairros, muitos ilegais, e permitidos, inacreditavelmente, pelas câmaras municipais.

Os responsáveis pela maioria da criminalidade e por guettos e 'bairros problemáticos' são, não tenhamos dúvidas, as câmaras municipais e a sua passividade face à aglutinação de marginais em bairros que se tornaram guildas de violência, doença e droga.

Já falámos do tema há dias, aquando do 'cerco' policial esporádico ao Martim Moniz. é preciso mais e melhor.



É certo que há bandidos na Lapa ou no Restelo em Lisboa, ou na Foz do Douro. Mas ninguém tem dúvida que a percentagem de meliantes por crimes de sangue e de maior violência concentram-se em bairros periféricos, 'bem conhecidos'.

Lorenzetti não vai ao ponto -- extremo e idiota -- de proibir o uso de 'hoodies' [camisolas com capucho/capuz], que se ponderou banir dos centros comerciais no Reino Unido, pois a população tem medo dessa gente, que associa a marginais].

Mas sugere investidas da PSP, PJ, SEF, SIS e serviços de assistência social em zonas como:

Amadora [bairros de charme como o 6 de Maio (Damaia) ; Estrela de África (Venda Nova); Estrada Militar do Alto da Damaia; Alto da Cova da Moura; Quinta da Lage; Serra da Mira; Boba; Bairro de Santa Filomena; Reboleira; Portas de Benfica, Azinhaga dos Besouros];

Chelas;



Bairro da Serra [Prior Velho, Loures e Odivelas];

Pica-Pau Amarelo e Monte da Caparica [Almada];

Arrentela e Zona de Miratejo [Seixal];

Vale da Amoreira [Moita];



Quinta da Mina [Barreiro];

Bairro do Afonsoeiro [Montijo];

Bairro da Bela Vista [Setúbal];



Aleixo, S. João de Deus, Cerco e Pinheiro Torres, Gaia, Matosinhos, Gondomar [Porto].

Até:

Sintra [Moinho das Rolas; Navegadores]; e

Cascais [o antigo Bairro das Marianas; Bairro da Cruz Vermelha; Bairro da Torre; Bairro de Hollywood [Alcoitão], tais são os cenários doidos, e o do Fim do Mundo, cujo nome não podia ser mais expressivo...].



etc, etc.



Se Lorenzetti tem esta lista, o que não terão as instituições competentes? Façam favor que usar os meios que têm ou arranjar mais. O que pagamos em impostos e a segurança do Estado e dos cidadãos honestos [muitos deles até viverão nesses bairros, entre o lúmpen] não justificam menos.

E não se entenda que a eliminação destes bairros deva passar pelo realojamento automático: salvo em casos excepcionais, não há razão para os contribuintes pagarem casas a criminosos, ou a imigrantes ilegais que podem ser deportados, ou a simples pessoas que habitavam ilegalmente nesses bairros [na maioria bairros ilegais], que o Estado tem todo o direito [e dever] de demolir.



A culpa do estado das coisas e a acção necessária cabem claramente à PSP, à PJ, ao SIS, ao SEF e aos departamentos de urbanismo, higiene e habitação das Câmaras Municipais e ao Governo, como agente financiador dos recursos humanos e materiais das forças de segurança.


Só a acção nestes bairros trará legitimidade ao Estado, segurança aos cidadãos, e minimizará as queixas [algumas correctas] de grupos políticos extremistas que [creiam] não seriam tão benevolentes como Lorenzetti ao entrar nesses bairros e que desde logo utilizariam milícias populares armadas e afins...

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