12 abril 2008

'Insegurança'


Esta semana lá foi a polícia, ASAE e mais uns tantos ao Martim Moniz, uma daquelas coisas que Lorenzetti sabe que existem e tem a sorte de não lá ter e por os pés, nem os olhos.

Contrariamente a Alberto João Jardim ou Maria José Nogueira Pinto, Lorenzetti não se rala de haver chineses em Portugal ou na Baixa. Até porque a qualidade e serviço de muitas lojas portuguesas é tão má ou pior.



O problema no Martim Moniz não é a 'raça' ou a 'nacionalidade'. É o urbanismo vergonhoso [e isso é culpa das Câmaras e do Governos PS e PSD] e a insegurança [culpa dos mesmos e também da polícia e demais forças de segurança]. Renovar a praça do Martim Moniz de nada serviu: a praça central ficou aparentemente limpa, mas os vagabundos e criminosos já a pisam outra vez, e os prédios todos em volta, os bairros, continuam iguais.



A polícia e afins disseram à imprensa que não se tratou de uma operação de cosmética.

Não sei.

O que sei é que estas operações [esta chamava-se Vasco da Gama, o que tem o seu quê de colonial, sabendo-se que o Martim Moniz anda pejado de indianos] são 'operações'. Acontecem às vezes. E a insegurança acontece todos os dias.

É evidente que prender um ou outro badameco não tem interesse nenhum.

O que interessa é garantir a segurança 24 horas.

E isso não se faz com videovigilância nem com operações esporádicas.

Faz-se com urbanismo de qualidade e com acção policial permanente. Não é preciso um polícia a cada esquina, mas é preciso acção policial permanente. Controlo diário de licenças de estabelecimentos, de trabalhadores, vigilância dos traficantes de droga, utilzando os consumidores para chegar lá. E isso cabe à PJ e PSP e até ao SIS.

E as diferenças existem. Basta comparar a Quinta da Marinha ao Martim Moniz. Creio que é fácil escolher o mais e o menos aprazível. E importa analisar porquê.

E não se trata apenas de ter mais ou menos dinheiro. Trata-se, desde logo, de urbanismo. E a culpa é claro da Câmara e do Governo.

Não é aceitável que o Martim Moniz tenha o aspecto que tem, os prédios decrépitos que tem e que abrigam pensões e prostitutas e traficantes. Prédios esses que a Câmara licencia ou admite, senhorios que não notifica e dois centros comerciais bem duvidosos [pelo menos] que deixou edificar e deixa funcionar. E o rol de negligências continua.

Os criminosos têm culpa de ser criminosos. Mas a Câmara e o Governo têm culpa de os deixar andar à solta e ter portos de abrigo onde se multiplicam.

Depois admiram-se que os partidos extremistas ganhem votos.

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