21 novembro 2007

Portas gate



Quando parecia adormecido e verdadeiramente neutro para a opinião pública, Paulo Portas reaparece.

Desta vez por ter tirado -- ou mandado tirar -- cópias de documentos no Ministério da Defesa, antes de abandonar o cargo de Ministro, que ocupou por uns meses.

Lê-se no Expresso que 'Empresa entrou sem registo no MDN. Funcionários afirmaram que viram nos documentos inscrições como “Confidencial”. Portas garante que apenas recolheu documentos pessoais'.

Curioso: Pessoais??? Se eram pessoais porque estavam no Ministério? E sendo pessoais, para quê deixá-los lá? E sendo pessoais, qual a necessidade de Paulo Portas copiá-los se já eram seus?

Não faz sentido nenhum.



Refere o Expresso: 'Que documentos mandou digitalizar Paulo Portas no Ministério da Defesa Nacional (MDN) antes de abandonar o cargo de ministro, em Fevereiro de 2005? Esta é uma dúvida presente no processo ‘Portucale’ que o Ministério Público (MP) nunca quis esclarecer. Apesar de existirem nos autos declarações dos funcionários da empresa de digitalização que afirmam terem visto nos documentos expressões como ‘Confidencial’, ‘NATO’, ‘Submarinos’, ‘ONU’ e ‘Iraque’. Ao todo, segundo a descrição que consta na factura emitida pela empresa que realizou o serviço, foram digitalizadas 61.893 páginas'.

Mais de 60 mil páginas de documentos pessoais?

E não foi barato: 'A digitalização dos documentos da Defesa foi paga pelo ex-assessor jurídico André Huet: um cheque de 3000 euros e duas tranches de 600 euros em numerário. Portas disse ao Expresso que depois “acertou contas”'.



Lê-se também no Expresso: 'A primeira testemunha a abordar o assunto foi Ricardo Soares, inquirido a 17 de Outubro de 2005. Questionado pela Polícia Judiciária (PJ) se se recordava do teor dos documentos que recolheu no MDN, respondeu negativamente. “Apenas se recordando que nas lombadas dos respectivos dossiês se encontravam inscrições como ‘Submarinos’ e ‘Iraque’”, lê-se no auto. O mesmo referiu Hernâni Santos, que trabalhou como tarefeiro para a referida empresa: “Apenas se recorda que nas lombadas dos referidos dossiês se encontravam inscrições como ‘Submarinos’, ‘Iraque’, ‘ONU’, ‘NATO’, tendo em muitas dessas pastas a indicação ‘Confidencial’”'.

ONU, NATO, Iraque: assuntos pessoais?



Para cúmulo, 'Nos mesmos depoimentos, algumas destas testemunhas declararam que entraram no MDN entre as 20 e as 21 horas, tendo sido indicado o dia 12 de Fevereiro (um sábado). “Ao entrar pelas traseiras do edifício. como foi indicado, apenas tiveram que dizer que iam ter com o referido assessor do ministro, tendo um militar aberto a cancela e não tendo pedido nenhuma identificação das pessoas que iam na carrinha”, declarou Ricardo Soares'.

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