A vida podia ser feita de improvisos
Um dos meus 'contactos' no MSN Messenger tem este 'nick' há umas semanas.
Não sei se a frase é dela ou de Sócrates [o pensador, não a versão portuguesa...].
Mas sei que ela foi um dos improvisos da minha vida. Jantámos uma vez e desde então nunca mais nos vimos nem falámos um com o outro.
Não faço ideia de qual o sentido de 'improvisos' para ela, mas a frase até que me toca.
As melhores coisas na minha vida têm acontecido por acaso [e não irei inquirir se o meu próprio nascimento assim o foi], mesmo algumas que surgem em oposição ao plano inicial.
Foi esta a razão que me fez achar MatchPoint um filme sharp.
Aquela pergunta tão típica de certas entrevistas de recrutamento, que amedronta legiões de jovens ou menos jovens, parece-me hoje bem fácil de responder.
A pergunta é simples: 'onde se vê daqui a 5 anos'.
Respondo: 'não sei'.
Não sei porque não quero planear mais do que o indispensável.
Não sei porque não sei se estarei cá dentro de 5 anos.
Ou se estarei cá inteiro.
Ou se terei alguma proposta que contrarie essas eventuais expectativas para 5 anos.
Seja um projecto de voluntariado no Cambodja, um internship em Washington ou até uma paixão avassaladora.
E não troco isso por dinheiro. Ou outra coisa qualquer.
Adiar a felicidade é ridículo. Não manifesto pelo efémero, nem pela cultura da irresponsabilidade ou do prazer sem limites. Mas não defendo postponing happiness, como diria por aqui. Há que fazer um balanço e embora isso soe razoável, a prática da maioria é bem ao contrário: ou se perde em prazeres disparatados ou 'trabalha' que nem um chinês, e sem que daí resulte verdadeira felicidade e, em muitos casos, sequer resultados materiais.
Ou na fórmula de uma miudinha que por aqui passou, 'não faças da tua vida um rascunho, porque podes não ter tempo de o passar a limpo'.
E com os 'incidentes' [e acidentes] que tenho vivido, não tenho dúvidas que tudo pode acabar numa fracção de segundo e, sobretudo, inesperadamente.
Por isso recuso-me a planear actividades a 5 anos, até porque isso reduz oportunidades.
Há ainda que ter em conta que tudo tem pontos positivos, ao contrário do espírito pessimista português. É só ver o mundo de outra forma. Sair da 'comfort zone', ver por ângulos diferentes. Transgredir ultrapassando os limites de criatividade e do ego, sem no entanto entrar na paranóia...
Assim, cara DH, entendo os seus improvisos.
E se assim o forem, estou inteiramente de acordo.
Como mudaste, wannabe mother. Espero que sejas [estejas, neste preciso segundo]feliz. Nothing else matters.
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