31 março 2008

O Terminal

Não o filme, mas o Terminal 5 de Heathrow.



Há 5 dias que a BA cancela voos [250] no novo terminal 5 e continuam 'perdidas' 15 mil malas.

A recomendação da GoldmanSachs é agora para vender as acções a 200p [ver a Bloomberg de hoje].



A brincadeira no Terminal 5 parece custar uns 99 milhões de dólares, diz a Collins Stewart. A BA, naturalmente, não comentou.

E pelo que diz o SkyNews, os jornalistas foram banidos do T5, para não haver imagens do caos.



Este terminal era estudado há 20 anos e custou mais de 4 biliões de libras [estando na UE, o Reino Unido recusa usar o euro, como se sabe, e a Comissão não se importa, como se vê], tendo sido inaugurado, claro, pela Rainha de Inglaterra:



Suponho que isto seja uma boa leitura para quem acha que 'só em Portugal é que acontecem coisas destas'.

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27 março 2008


Exmo. Senhor Presidente da República
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
Exmo. Senhor Primeiro-Ministro
Exma. Senhora Ministra da Educação
Exma. Senhora Ministra da Cultura
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Desde os anos 40 do século passado que não se têm efectuado obras no Salão Nobre do Conservatório Nacional, e 62 anos de constante utilização para concertos, audições e aulas deixaram as suas marcas, encontrando-se actualmente o Salão Nobre com um dos balcões laterais suportado por varões de ferro (para não cair), um número considerável de cadeiras totalmente destruídas, tectos com buracos, cortinas rasgadas, camarins em precárias condições, etc. Enfim num adiantado estado de degradação que ameaça chegar ao ponto de não retorno.

Como se trata de um equipamento cultural indispensável não só para as actividades do Conservatório Nacional mas também como pólo dinamizador não só do Bairro Alto mas de toda a cidade de Lisboa, desde há anos que, insistentemente, se reclama, aos organismos competentes, obras!, tendo mesmo sido publicado concurso público para esse efeito (DR - 3ª Série nº 239 de 15/12/2005 – Recuperação do Salão Nobre, galeria, palco, sub-palco, salas de apoio e cobertura-1ª fase - empreitada 135/05); o qual, no entanto, viria a ser subitamente cancelado (!) , não se sabendo até à data as razões desse cancelamento.

O salão Nobre do Conservatório Nacional com os seus magníficos tectos Malhoa não poderá aguentar mais tempo sem obras de recuperação.

É preciso salvá-lo sob pena de estarmos a pactuar num crime de lesa-património.

Os cidadãos subscritores desta petição apelam assim à sensibilidade de V.Exas. para que sejam tomadas as iniciativas necessárias e urgentes que permitam salvar o que tem que ser salvo.

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20 março 2008

Professores again.

17 março 2008

'Taxista atropela 4 meninas'

Parece ser a notícia do dia em Portugal, além da contestação social do costume (até haver oposição a sério que os portugueses vejam como alternativa ao PS no boletim de voto).

De facto é obra atropelar não uma, nem duas, nem três, mas quatro meninas de uma só.

Se fosse num jogo de consola ia para o pódio.

Na vida real deve provavelmente ir para a prisão, sobretudo tendo cadastro.



Já deve ter umas amigas à espera para o afagar. Mas poucas, porque não é novato. Assim são as prisões...

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Audit liability


A Herbert Smith, conhecida sociedade de advogados, está a preparar um seminário sobre responsabilidade dos auditores.

Neste momento de pseudo credit crunch e de real crise nos mercados financeiros, não parece haver grandes dúvidas que o tema é pertinente e muito oportuno...

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16 março 2008

Capitalismo de fachada


Continuamos a brincar à economia. Desta vez, e depois da escandalosa nacionalização do Northern Rock, é a ajuda da Fed ao Bear Sterns. Diz hoje o Financial Times que 'Fed leads Bear Stearns rescue'. A JP Morgan vai receber um empréstimo da Fed para comprar o Sterns a 1 décimo do seu valor. O que será pior? Nacionalizar algo falido ou emprestar dinheiro para alguém o comprar? Não sei.

E claro, perante a crise de liquidez, as acções do Bearn Sterns caíram a pique.

O FT é um exemplo, mesmo os jornais generalistas não falam sobre outra coisa (ver aqui o NYTimes).

Os bancos centrais estão a bombear fundos e fundos para aguentar a crise.

No capitalismo a sério, não seria assim. Num mundo onde o Estado é desprezado pelos neo-liberais e grandes defensores do mercado livre, a nova geração de políticos de esquerda soft e de direita moderada, contradiz-se.

Agora que a crise chegou, o mercado parece não ter nenhuma mão invisível; ou se tem, parece ter parkinson ou algo que o valha.

Não deixa de ser irónico que os maiores bancos de investimento do mundo, vistos como os verdadeiros Estados, o verdadeiro poder, estejam em queda.

Sobretudo, que precisem do Estado, que os nacionaliza (Northern Rock) assumindo todas as dívidas, ou financiando-os através dos bancos centrais. Só nos EUA foram 'entregues' ao mercado 280 biliões de dólares.

São os pobres, os cidadãos, que agora pagam a má gestão e os disparates que andaram a ser feitos pelos gurus do mercado.

E a desculpa do credit crunch já não engana ninguém. É bem pior que isso. A Enron e a Worldcom foram amendoins. E o Northern Rock também.

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09 março 2008

Banco de Portugal | CMVM

Todos sabemos que, com o mercado comum / único e a moeda única europeia, e os poderes do Banco Central Europeu em matéria de taxas de juro, os bancos centrais nacionais ficaram quase desprovidos de poderes e de sentido [à excepção obviamente do Banco de Inglaterra].

O Banco de Portugal é um deles.

E seria quase dispensável caso a CMVM assumisse -- como sucede com a FSA em Inglaterra -- a regulação e supervisão do sector bancário, e não apenas de valores mobiliários.

É pois espantoso ler na p.3 do Expresso de 8.3.2oo8 que o Banco de Portugal tem 1687 funcionários e a CMVM apenas 163.

Não deixa de ser igualmente espantoso -- aqui escandaloso -- que a CMVM divulgue um orçamento de 19.8 milhões para este ano e que o Banco de Portugal não tenha divulgado tais números. Nem em 2oo8, nem em 2oo7.

Seria o mínimo, sobretudo de quem não tem nada a esconder e exige bem mais de quem regula [bancos].

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Tortura democrática aka terrorismo de Estado


ou 'faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço.



Waterboarding was used for interrogation at least as early as the Spanish Inquisition [...] It is considered to be torture by a wide range of authorities, including legal experts,politicians, war veterans,intelligence officials, military judges, and human rights organizations.



In 2007 waterboarding led to a political scandal in the United States when the press reported that the CIA had waterboarded extrajudicial prisoners and that the Justice Department had authorized this procedure.



The CIA has admitted waterboarding Al-Qaida suspects Khalid Sheikh Mohammed, Abu Zubaydah and Abd al-Rahim al-Nashiri.

The waterboarding technique was characterized in 2005 by former CIA director Porter J. Goss as a "professional interrogation technique.

Assim se lê na Wikipedia.

E assim acontece na 'terra da liberdade'. O que seria se não fosse...

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Estupidez.



'A liberdade é algo que o País deve a Mário Soares, a Salgado Zenha, a Manuel Alegre... Não deve a Álvaro Cunhal' foi a pérola, o melhor que o Ministro dos Assuntos Parlamentares do PS, Augusto Santos Silva, soube dizer.

À sua frente, professores em Chaves, chamando o seu governo de fascista.

Se é certo que o governo não é fascista -- embora o perfil teimoso e cego de Sócrates não se encaixe muito longe da atitude -- é ridículo esquecer o papel de Álvaro Cunhal só porque ele não é do PS.

É um branqueamento da história tão escandaloso como o branqueamento de dinheiro.



Não sendo comunista, não tenho qualquer problema, no entanto, em reconhecer que Cunhal foi uma peça fundamental para a democracia em Portugal, como reconheceram milhares de pessoas no seu funeral.

Nesta perspectiva Augusto Santos Silva, Ministro do PS, ofendeu a memória dos mortos o que, como se sabe, é feio e [em democracia também] é crime.

O ministro do PS ofendeu, sobretudo, o bom senso. Ao dizer o que disse, no calor da situação, com jornalistas e manifestantes à frente, teve sorte em não levar uma sova. Colegas seus estiveram menos longe disso sem sequer ter falado [recordemos Francisco Assis, que até ficou sem óculos, e Sousa Franco, que morreu].



A diferença é que Assis não falou, e que Sousa Franco era de facto um homem de valor. Augusto Santos Silva deixa a desejar. Disse, sob pressão, o que provavelmente pensa. E o que pensa, percebeu-se, não tem sentido nenhum, não cola com a realidade.

Não se percebe como este perfil [igual a tantos seus colegas e antecessores, mesmo de outros partidos] pode encaixar no governo de uma nação: foi uma atitude pueril, estúpida, desonesta e mal educada.

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Bom Peixe, Bom Portugal.


Diz o Público Online que '50 kg é a quantidade de peixe que cada português consome por ano, a mais alta em todo espaço europeu'.

Parece-nos bem, e razão de muita satisfação :)

Esperemos que continue assim, apesar dos governos e Comissão Europeia terem eliminado do mapa a pesca portuguesa.

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PS na fossa, Oposição na fossa, Portugal na fossa. Como acontece desde o fim do reinado de D. José, de resto.

'[...] As expectativas com que Sócrates assumiu o poder, após o falhado governo de Santana Lopes, fizeram-no cair a pique logo no início do mandato, em Setembro de 2005, quando os portugueses perceberam que a promessa eleitoral de não aumentar os impostos seria defraudada. Depois, apesar de alguns "casos" que envolveram a sua imagem, Sócrates conseguiu manter-se à margem do desgaste de alguns do seus ministros, sobretudo o da Saúde. Correia de Campos acabou por cair numa recente mini-remodelação. É, por isso, pouco provável que Sócrates faça outra para afastar Maria de Lurdes Rodrigues. As sondagens são menos generosas para a ministra.

A sua popularidade tem caído a pique e até Cavaco Silva veio pedir "serenidade" no sector da educação.

O comício de ontem foi esmagador. Simbólico, porque imagem de mal-estar mais vasto do que o que atinge a titular da Educação. Mesmo sem oposição preparada, só um milagre poderá fazer com uma maioria absoluta volte a cair nos braços do PS em 2009'.

Do DN de 9.2.3008, Paula Sá: A ponte ruiu e com ela a maioria absoluta

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Manifestações em Lisboa.



Apesar do terrível tempo e de ser sábado e não propriamente dia de greve à semana, a manifestação de professores foi afinal um sucesso, excedendo em 30,000 pessoas a previsão de 70,000, chegando pois ao record de cem mil pessoas, que a Euronews apresentou como a maior manifestação de professores de sempre em Portugal.

A elevada participação, a forma e o conteúdo das declarações dos participantes, fez com que nenhum comentador político apoiasse o PS, Sócrates, o Governo, como se preferir, na acusação ridícula de que eram manifestações de comunistas [acusação disparatada, em que Sócrates ainda se associa mais ao espírito salazarista do que já lhe era atribuído, sobretudo nas vaias ao Ministro da Presidência, chamado de fascista pela população].



Se fossem comunistas, com tal adesão, já o PCP estaria em alta nas sondagens o que não é de todo o caso, até porque ou Jerónimo de Sousa anda calado, ou a comunicação social já não o deixa falar.



Destaque ainda para o Eixo do Mal, que ainda repete esta tarde, onde se fizeram análises bem interessantes da realidade política nacional. Em especial, referência à cristalina análise de Clara Ferreira Alves, que coloca os pontos já referidos no Lorenzetti sobre como o PSD está fraco e como sem oposição o PS faz o que quiser, sem qualquer controlo limite ou expectativa de viragem eleitoral [não tendo o PSD Ethos, mas muita Pathos, sobretudo bravos...].



E ainda referência à observação cómica de José Júdice quanto à entrada excepcional de 2000 polícias: para o Ministro da Administração Interna parece ser uma medida de acalmia da população face aos recentes crimes nos jornais; José Júdice sugere que é uma óptima medida para garantir que há polícias suficientes para as próximas manifestações... assim visitam mais escolas antes...

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08 março 2008

'Marcha da Indignação'

Podemos chamar-lhes talvez mais apropriadamente os PSP-files ou, para simplificar, tiramos o P, e fica PS-files.

Lê-se no Público que 'A PSP visitou anteontem várias escolas do país perguntando quantos professores iriam aderir à manifestação de amanhã. ... a PSP sustentou que quis apenas “garantir a segurança dos manifestantes” e, pouco tempo depois, o próprio Rui Pereira anunciava a abertura de um processo de averiguações'.



Diz a TSF que 'O Comando Distrital da PSP de Santarém assegurou que não deu qualquer ordem referente a uma recolha de dados junto das escolas referente à manifestação de professores que vai decorrer no sábado em Lisboa e citam o porta-voz da PSP de Santarém/Ourém, 'onde dois agentes da PSP visitaram uma escola para saber quanto professores iriam à manifestação.'Achamos muito estranho que alguém tenha feito esse tipo de disparate...qualquer ordem teria de passar pelo Comando e nós não demos qualquer ordem...o Comando de Polícia não deu esta ordem como naturalmente não poderia dar. Estas situações não são admissíveis e nunca poderia ter havido este tipo de ordem', explicou'.

Isto é adorável.



Supomos então que se não houve ordem, não houve mal-entendido...

E supomos então que vários polícias se lembraram, de repente, de ir a escolas, à paisana, interrogar professores sobre a manifestação de sábado.

Supomos ainda que isto só pode ser um fenómeno paranormal [ou, como diria Herman, 'fenómenos para anormais'].

Como por exemplo uma nave espacial que raptou polícias e os convenceu a ir às escolas, dado não haver nenhuma ordem do Comando nesse sentido, e dado ter sido mais de um polícia a sentir o impulso irresistível de ir a escolas, e à paisana.

E tendo ido à paisana e sem ordens, supomos que tenha sido um pequeno passeio, uma visita pessoal, um hobbie fora da actividade policial.



Este caso é tão mais estranho que a desculpa da 'segurança pública' não vinga: os portugueses não se lembram de polícias a fazer isto noutros casos de outras manifestações ou greves depois do 25 de Abril. Só mesmo na manifestação de professores anterior, também com o actual Governo...

Diz o Sol: 'As posições estão extremadas, até no PS...Mais de 70 mil pessoas de todos os quadrantes políticos são esperadas hoje em Lisboa'.

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Sábado


Estae sábado ocorre a manifestação de professores entre a Rotunda / Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço / Praça do Comércio.

A grande questão, cremos, não é a presença de professores [assegurada] mas de pais, alunos; enfim, de portugueses descontentes com a actual situação política, social e económica de Portugal e com os tiques autoritários recentes.

O tempo não parece ajudar e não será certamente como em 5 de Outubro de 1910 [foto]. Mas estamos curiosos.

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07 março 2008

Art Newspaper is out [&in]


A última edição do Art Newspaper é suculenta. Destacamos:

Tate buys Charles Saatchi's Chapman sculptures

British army to assist at cultural sites in Iraq

Hans Haacke sues city of Munich over lost work Archive

Found: paintings from the collection of Brazilian money launderer

Situation at the Baghdad Museum is bleak but looting decreases

Saddam’s statues should not be destroyed

International backing for Babylon

Fake Monet in Cologne

“One of the most important Egyptian antiquities to come to light for many years”

Museums raided in tax fraud and smuggling case

The proposed UK tax changes for foreign residents threaten public collections

Why we like art less when its price goes down

Florence’s proposed new tram divides opinion

Photo London cancelled


[Art Newspaper, Issue 189, March 2008]

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Portugal Moderno



'O novo Código de Posturas Municipais de Chaves penaliza, entre outras transgressões, quem pisar um canteiro público, defecar fora dos locais apropriados, tomar banho em lavadouros públicos, varejar uma árvore ou arrancar-lhe os frutos.

Também é multado, com coimas de cinco euros, quem deixar as galinhas soltas pelas ruas ou, em 10 euros, quem soltar os cães na via pública.

Segundo João Baptista, o regulamento veio preencher o vazio legal deixado por outro tipo de regulamentação.

«Não tínhamos lei que proibisse algumas situações como por exemplo um indivíduo que se lembra de urinar na rua ou de alguém que entra com um rebanho pela cidade», frisou o autarca'

SOL

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06 março 2008

Ministra da Educação na RTP



Numa posição invulgarmente agressiva, Judite de Sousa entrevistou a Ministra de Educação do PS, Lourdes Rodrigues.

A Ministra esforçou-se, mas não convenceu.



E Judite de Sousa demonstrou não se ter preparado: politicamente agressiva, mas claramente ignorante relativamente ao conteúdo das reformas da carreira docente.



Destacam-se 3 aspectos:

1. quando Judite de Sousa confronta a Ministra com um cenário de uma escola com 100 professores dos quais 8 são muito bons e 3 não são classificados como muito bons, pois a quota é de 5. A Ministra responde que a quota força a uma escolha, pois nem todos os professores podem ser muito bons. Não deixa de ser de estranhar: Judite de Sousa referiu 8 professores muito bons numa escola com 100... a ministra respondeu como se Judite de Sousa tivesse dito 100 e não 8... Esta quota, só por si, demonstra como o processo de avaliação dos professores é errado;

2. a insistência da ministra em dividir o país entre quem está a favor da avaliação dos professores e quem está contra. Não é verdade. O que está em causa não é dizer que não deve haver avaliação. O que está em causa é que o processo de avaliação proposto pela Ministra e pelo PS não faz sentido nenhum;

3. a possibilidade de um professor de uma disciplina avaliar outro de outra disciplina da qual nada sabe. A ministra refere que nesse caso o professor avaliador pode delegar competências noutro professor da disciplina do professor a avaliar. MAs porque não há de a avaliação ser sempre pelo professor titular da área do professor avaliado?

A conclusão é só uma: sábado terá muitos professores, mas também muitos pais e filhos, muitos cidadãos descontentes com um governo que expulsou Correia de Campos e que insiste em manter a ex-professora do actual Primeiro Ministro que, como se sabe, tem um percurso académico bem polémico.

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Venezuela e EUA

Parece que os EUA estão a criticar a Venezuela por ter tomado uma posição política e militar contra a Colômbia, longo aliado dos EUA.



Não deixa de ser irónico que a crítica venha dos EUA, que não só lançaram bombas atómicas no Japão, como invadiram o Vietname e agora estão no Iraque, entre outros historiais menos felizes e nada longínquos, sendo um deles, como se sabe mas nada se faz, a criação de um campo de concentração [para cúmulo em Cuba, ilha embargada pelos EUA].



Num mundo assim temos poucas desculpas para, se em conforto, não fazer todas as vontades aos nossos filhos...

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05 março 2008

Restruturações


A restruturação em curso na JAE, perdão, 'Estradas de Portugal', é apenas um exemplo.

Lemos no Público que 'A reestruturação da Estradas de Portugal (EP) vai implicar a redução de 345 funcionários, o corte de 35 por cento nos custos com telecomunicações e a reorganização das estruturas regionais da empresa, afirmou hoje o seu presidente na Assembleia da República'.

Admito que o actual CEO possa ter razão. Mas nesse caso pergunto-me se as anteriores administrações estavam loucas: porquê então ter 'tantos' funcionários? e ter 'tantos' custos?

Já aqui comentámos a gestão à portuguesa: não se cria valor, não se aumentam fontes de receita: cortam-se custos, mais das vezes à custa da qualidade. E depois caem pontes.

Seria interessante perceber quão esta histeria de corte de custos faz sentido. Se fizer, seria importante responsabilizar as administrações anteriores, civil e criminalmente.

Se não faz sentido -- sobretudo por perda de qualidade dos serviços, colocando em causa a segurança dos utentes / clientes -- há que responsabilizar as actuais administrações.

Em qualquer um dos casos algo foi ou vai mal e é fundamental assegurar que passe a ir bem e restaurar as perdas num país onde a culpa não só morre solteira como parece ser invisível.

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'The Portuguese Trap'


Um recente estudo do FMI parece sugerir que o 'problema português', fatal para o país, é ter salários demasiado altos.

Pergunto-me qual o sentido desta 'tese', pelo que sugiro a leitura do mesmo...


Avoiding the Portuguese Trap, by Christoph B. Rosenberg, IMF senior regional representative for Central Europe and the Baltics

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04 março 2008

03 março 2008

A falta de Educação


Desta vez não escrevemos sobre a falta de educação em geral, mas a falta que nos faz a falta da actual Ministra da Educação.

Mesmo que se tratasse de óptima pessoa -- como foi o caso de Leonor Beleza, utilizada como exemplo por Marcelo na TVI -- teria de sair do Governo, não por si, mas pela crise instalada.

Tratar-se-ia, não mais, de percepção: 'podes ser bom, mas se não tens legitimidade, terás de sair'.

Assim acontece com a Ministra da Educação do PS Lourdes Rodrigues. Ou, para quem a achar incompetente, pior: além de não ter legitimação, não tem competência para o cargo.

Em qualquer dos casos, o caminho é só um.

Porém, José Sócrates parece querer mantê-la, numa teimosia quase infantil, provavelmente a demonstrar mais um distúrbio de personalidade do que persistência política. É que nem o Ministro da Saúde -- que foi despedido de forma pouco educada por Sócrates, como se sabe -- ficou no cargo.

Não se percebe portanto que Lourdes Rodrigues fique.

Entre o estratégia e a esperteza saloia há uma linha ténue que Sócrates e o seu PS parecem ter ultrapassado.

E seria triste ver o PS a cair simplesmente por uma Lourdes Rodrigues.

Sobretudo, num momento em que o PSD não surge como alternativa de governo.

Suponho que seja esse o 'raciocínio' de Sócrates e do seu PS: continuam no Governo não porque Portugal goste deles, mas porque não vê alternativa no PSD de Menezes.

Porém, esquecem-se de um pequeno detalhe: é precisamente nestes impasses que o povo vai para um de dois lados -- ou aguenta o PS mais uns tempos mesmo com Lourdes Rodrigues (coisa em que Sócrates e o seu PS parecem apostar) ou degenera num golpe de Estado, revolução civil, insurgimento, motim, ou algo que o valha (coisa sugerida pelo oficial Garcia Leandro e pelo comunicado da SEDES). Motim que só o aumento em 50% do preço do pão já justificava, para alguns (como exemplificava M.ª José Nogueira Pinto na SIC Notícias).

Se isso acontecer não tenho pena de Sócrates ou do PS e do que lhes acontecer.

Mas Portugal deixa-me preocupado.

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'O reinado de D.João V (1707 a 1750) convertêra-se n'um perpetuo festim, e com procissões, Te Deum, missas cantadas, touros, cavalhadas, oiteiros, macissas academias de historia, e bucolicas arcadias, pretendêra-se arremedar as pompas e magnificencias do seculo de Luiz XIV, para o que nada faltava senão os Turennes e Condés que ganhavam batalhas, os Bossuets que faziam orações funebres, e os Molières e Corneilles que engrandeciam a scena franceza com as suas obras immortaes. as minas de oiro descobertas no Brazil nos finais do reinado de D.Pedro II é que davam a explicação do milagre'.



António LOPES DE MENDONÇA [1859] Noticia Historica do Duque de Palmella, Lisboa: Imprensa Nacional

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02 março 2008

O Berloque


Um programa de comédia chamava ao Bloco de Esquerda o Berloque.

De facto, por ter ausência de ideologia [como de resto todos os partidos portugueses à excepção do PCP e de alguns partidos de extrema-direita direita ilegais], acaba por ser um acessório, um elemento de destruição da esquerda, ao retirar o poder de voto do PCP e do PS.

Foi por isso naturalidade e espanto que lemos o título 'Com certeza que estamos à esquerda do Partido Comunista', a uma entrevista do DN/TSF a Francisco Louçã hoje.

Naturalidade porque não lhe sobra nada mais a dizer, mostrando como quer recuperar os votos que perdeu para o PCP e que agora precisa de volta.

Espanto porque não vemos qualquer ideologia no Bloco de Esquerda. E portanto não percebemos como podem estar à esquerda dos comunistas.

Ou sequer, dos sociais-democratas.

Socialmente, são de classe média.

Politicamente são neutros.

Ideologicamente são nulos.

Juridicamente são um partido, apesar de serem no fundo um 'bloco' de partidos como o PSR, sendo Louçã o líder do PSR.

Politicamente vieram destruir a esquerda, tirando votos aos ingénuos ou desiludidos do PCP e do PS, ou a quem se diz de esquerda só por rebeldia social, e sem consciência política.

No fundo, é uma perda de tempo, uma diluição partidária da política e dos portugueses, ainda pior do que o rotativismo PS / PSD, que assim fica sem uma terceira força política de relevo.

Trouxe design interessante e algumas causas. Mas isso não faz um partido, faz uma tertúlia de artistas ou um grupo de amigos, ou no máximo uma associação civil.

Como disse Louçã numa outra entrevista ao DN [16.8.2007], o'Bloco quer destruir o actual mapa político português'.

É caso para dizer: acreditam mesmo na televisão?

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01 março 2008




'Most of times we take ourselves for granted, as we have to, and we live on a little knowledge about ourselves as we were. Who are you now? You don't know any more than I do, but rather less. You are nothing but a set of obsolete responses. The one thing to do is to do nothing. Wait. [...] Resign yourself to the fool you are. That is the but advice that I can give you'
[p.27]

'We die to each other daily. What we know of other people is only our memory of the moments during which we know them. and they have changed since then. To pretend that they are the same is a useful and convenient social convention which must sometimes be broken. We must also remember that at every meeting we are meeting a stranger' [p.63]


'What is hell? Hell is one self, hell is alone, the other figures in it merely projections. There is nothing to escape from and nothing to escape to. one is always alone'
[p.87]


T.S. ELIOT [1950]The Cocktail Party, London: Faber&Faber

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Guantanamo continua


Os EUA, em paralelo com o seu discurso de defesa dos direitos humanos, criaram e ainda não fecharam o campo de concentração de Guantanamo, no qual a CIA tem mantido reféns, pelo que se lê na imprensa, sem limite de tempo ou violência, indivíduos sequestrados um pouco por todo o mundo, e transportados para esse campo sem que a Europa, por exemplo, faça nada.

Os advogados clamam agora pelo fim deste campo de concentração e dirigiram uma carta ao Presidentes dos EUA e Canadá a exigir o fim de Guantanamo. A carta foi assinada por um número significativo de ordens de advogados.

Não deixa de ser curioso que a Europa continua a apoiar Guantanamo. A Europa diz que não tem conhecimento dos voos da CIA, o que é treta.

Se não tivesse conhecimento queria dizer que nao vigia o seu espaço aéreo, o que é mentira.

Mesmo que os EUA nada dissessem sobre os voos, a Europa detectá-los-ia nos radares e voos de controlo e poderia simplesmente abater esses aviões ou obrigá-los a aterrar.

Mas a Europa prefere, simplesmente, fingir que nada se passa.

Um pouco como aconteceu com a Alemanha nazi ou com a China, ou com Portugal salazarista.

E assim acontece.

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