30 abril 2007

E entretanto, na Câmara de Lisboa...


'O presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, escapou à crise que assola a autarquia, e da qual passou a principal protagonista ao saber-se que deverá ser ouvido como arguido pelas autoridades na quarta-feira no âmbito do processo Bragaparques, rumando para um encontro de motas antigas em Inglaterra com os amigos [...] Não é a primeira vez que Carmona sai do país em circunstâncias idênticas. Aconteceu o mesmo no auge do escândalo relacionado com a Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), entre outras ocasiões'.

lê-se no Público.

Pode pois dizer-se que é uma ausência 'ordinária'.

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29 abril 2007

O Príncipe Harry de Windsor e o Iraque


Na semana passada discutiu-se de modo enfatuante a [não] ida do Príncipe Harry de Windsor para o Iraque, integrado nas forças militares britânicas que por lá andam a acompanhar as tropas norte-americanas.

Suspeito que na semana que agora se inicia se já discutir o tema, mas agora de modo algo nauseabundo.

Tudo começou com a hipótese de envio do Princípe para o Iraque, ida que estaria confirmada e que depois terá sido contrariada pelo actual governo inglês, ele próprio a definhar. Esta presença seria uma demonstração de como os ingleses são todos iguais e os membros da Casa de Windsor igualmente leais às responsabilidades e missões militares britânicas no exterior.

O Príncipe declarou publicamente o seu interesse em ir para o Iraque 'com a sua equipa', até porque não via como razoável não ir, indo todos os seus 'colegas de armas'.

O Governo inglês manteve a posição de não integrar o Príncipe nas forças militares que seguirão para o Iraque, considerando que se trata de um alvo de risco, declarando que já estarão a ser distribuídas fotografias no Príncipe na região onde seria colocado, para que seja alvo a abater e troféu de guerra e a cereja no topo do bolo argumentativo governamental é que Harry seria um perigo para os seus colegas. Ou, colocado de outro modo, que aumentaria a exposição dos seus colegas a ataques, encontrando-se neste momento a área em questão na pior situação de sempre, com o mais elevado número de ingleses mortos em combate no Iraque.

O Príncipe diz que se não for enviado para o Iraque abandona o serviço militar.

Parece ser uma excelente estratégia.

Não para ir para o Iraque. mas precisamente para não ir, deixando de vez de ser militar e passando a ser a eterna vítima no governo inglês na 'questão' do Iraque.

Chapeau.

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26 abril 2007

Of Studies


'Studies serve for delight, for ornament, and for ability.

Their chief use for delight, is in privateness and retiring; for ornament, is in discourse; and for ability, is in the judgment, and disposition of business.

[...]

To spend too much time in studies is sloth; to use them too much for ornament, is affectation; to make judgment wholly by their rules, is the humor of a scholar.

They perfect nature, and are perfected by experience: for natural abilities are like natural plants, that need pruning, by study; and studies themselves, do give forth directions too much at large, except they be bounded in by experience.

Crafty men contemn studies, simple men admire them, and wise men use them; for they teach not their own use; but that is a wisdom without them, and above them, won by observation.

Read not to contradict and confute; nor to believe and take for granted; nor to find talk and discourse; but to weigh and consider.

Some books are to be tasted, others to be swallowed, and some few to be chewed and digested; that is, some books are to be read only in parts; others to be read, but not curiously; and some few to be read wholly, and with diligence and attention.

Some books also may be read by deputy, and extracts made of them by others; but that would be only in the less important arguments, and the meaner sort of books, else distilled books are like common distilled waters, flashy things.

Reading maketh a full man; conference a ready man; and writing an exact man.

And therefore, if a man write little, he had need have a great memory; if he confer little, he had need have a present wit: and if he read little, he had need have much cunning, to seem to know, that he doth not.

Histories make men wise; poets witty; the mathematics subtle; natural philosophy deep; moral grave; logic and rhetoric able to contend. Abeunt studia in mores; [Studies make themselves manifest in the manners.]

[...]

So if a man's wit be wandering, let him study the mathematics; for in demonstrations, if his wit be called away never so little, he must begin again. If his wit be not apt to distinguish or find differences, let him study the Schoolmen; for they are cymini sectores [hair splitters]. If he be not apt to beat over matters, and to call up one thing to prove and illustrate another, let him study the lawyers' cases; so every defect of the mind, may have a special receipt'.

in Francis Bacon, Essays

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23 abril 2007

A coleccionar


The Children of Húrin

[ou como brincou o meu vendedor, 'or Urine'].

Não tenho a mínima intenção de lê-lo, mas é provavelmente um bom investimento: comprar já a primeira edição limitada, por 60 libras [em loja] ou cerca de 30 dólares [na net] e guardar, para vender aos fanáticos quando forem grandes em idade e contas bancárias...

Fica a 'tip'.

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O desmantelar da URSS e a Forbes


Em geral o desmantelamento da URSS é apontado como um factor positivo e um marco histórico do século XX.

No entanto, comparada a região ontem e hoje as diferenças conduzem a conclusões inesperadas.

Um caso curioso vem apontado numa reportagem desta semana [21.4.2oo7] feita pela BBC, em jornalismo de 'semi' investigação.

Desta vez, a BBC foi ver os subúrbios de Moscovo, designadamente os 'bons' subúrbios, onde os hoje famosos 'magnatas' ou 'oligarcas' russos se instalam.

As descrições são várias, designadamente arquitectónicas, que deixo à curiosidade dos mais sedentos [adiantando porém que são marcados pelo típico novo riquismo de réplica de casas japonesas, americanas, francesas, etc., incluindo até ringues de gelo domésticos].

Além do 'costume', típico do novo rico, russo ou não, há esta conclusão extraordinária retirada pela BBC:


'It's a view millions of Russians would agree with. Fifteen years ago everything in Russia was owned by the state. Today a quarter of Russia's economy is owned by 36 men'.


Entre o Estado forte e os 36 novos ricos saloios, sei bem onde reside a minha escolha. Pelo menos tendo em conta que não sou um novo rico...

'According to Forbes magazine Russia now has 60 billionaires.

Unlike Mr Abramovich, most of them live in Moscow, which, if I'm not much mistaken, makes the Russian capital home to more billionaires than any other city in the world.

It is quite a change for a place that 15 years ago had no millionaires, let alone billionaires.

How exactly these people have got hold of such vast wealth in such a short time is a very good question, and one many ordinary Russians would like answered.

It is one reason why Russia's richest people like to keep their identities and their lifestyles secret'.

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Jornalismo de vão de escada


ou de atacado para vender e cobrar é o que caracteriza títulos que exploram a vida íntima e em nada interessam ou deveriam interessar ao público, e que nenhum jornal deveria ter o bom senso de publicar.

Num momento em que se discute se a imprensa portuguesa sabe ou não o que é notícia e o que não é notícia [sobretudo à luz dos toques disparatados do Governo PS sobre a rádio Renascença], isto é exactamente aquilo que a imprensa não deve fazer:


'Eusébio arrisca AVC caso decida não ser operado'


era uma notícia de capa do DN de hoje, jornal 'de referência' em Portugal há mais de 100 anos.

É pena ser de referência [e não de deferência] hoje neste blog por tão más razões.

Com tantas coisas relevantes por aí -- algumas no interior do próprio jornal, mas sem honras de capa -- é infeliz para a imprensa portuguesa e para os direitos à privacidade e intimidade da vida privada [e eventualmente para o sigilo médico] que surja este tipo de 'notícia'.

A censura à imprensa é um mal, mas o abuso da liberdade de imprensa é igualmente 'maçador'. sobretudo na edição de 23 de Abril de 2007, tão perto da data histórica do 'vinte e cinco do quatro', como diz um conhecido meu.

Mesmo que o autor do texto no DN ou quem ordenou ou autorizou a sua publicação tivessem a ingenuidade de colocar um texto de incentivo a Eusébio para melhorar a sua saúde, tal podia ser feito através de carta ao dito, ou de resto com uma discrição bem diversa que a de uma notícia de capa num dos jornais diários mais vendidos do país.

Haverá algo mais horroroso que a violação da privacidade? Este caso é um bom teste à utilidade da nova entidade reguladora da comunicação social.

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22 abril 2007

A Autobiografia de Gore Vidal


o Norte-Americano mais autocrítico e inteligente que conhecemos. E que teve a elegância / subtileza de mudar-se para Itália...

Está na minha mesa e recomenda-se.

GORE VIDAL [2oo6] Point to Point Navigation, A Memoir, London: Little, Brown

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19 abril 2007

os Estadios do Euro 2oo4


foram uma demonstracao clara da ma gestao publica e de como o discurso do apertar o cinto e no minimo hipocrita.

sugestao do que fazer a esses estadios, dado o futebol ser uma certa seca, o publico ser vandalo e algo bebado, os jogadores custarem muito dinheiro e haver corrupcao generalizada:

http://www.youtube.com/watch?v=yrWOwiKNdAw&mode=related&search=

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18 abril 2007

WWF v WWF = WTF ? [!]


entre os anos 80 e 90 surgiu esta coisa abominável chamada wrestling. Cheguei a ver alguns combates, porque um amigo meu era fanático. Hoje não só não vejo como os acho a coisa mais estúpida possível. Porém, ele continua a ser meu amigo e vejo mais ténis do que ele, desporto no qual também me influenciou.

Esta semana, a The Lawyer, revista muito lida entre advogados [who else?], referiu um caso esperado e interessante: a luta pela marca WWF, que opõe a World Wide Fund, com o símbolo de pandas, e a World Wrestling Federation, cujo símbolo deve ser um qualquer cinto gigante em plástico fluorescente com propaganda a uma marca de suplementos energéticos ou óleo de côco.

A disputa encontra-se nos tribunais embora os 'pandas' estejam em vantagem quanto à marca [o wrestling é agora WWE]. Mas não quanto às indemnizações.

Nesse sentido, a The Lawyer comenta:

'So the Judges said "WTF?" to the WWF, forcing the intriguing prospect of the pandas taking their case to the House of Lords'.

Esperávamos mais da The Lawyer. Sobretudo quanto as marcas em causa não só propriamente sex shops. Nem a House of Lords.

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Rickshaws banidos


No ano em que a escravatura é tema, é louvável que a Índia tenha acabado com os rickshaws, como noticia hoje a Bloomberg.

É certo que é um popular e muito barato [não chega muitas vezes a um dólar, bem menos que metade da bandeirada de um pobre táxi lisboeta] meio de transporte na Ásia.

De acordo com o presidente da Câmara de Calcutá, trata-se de um transporte desumano, que pressupõe uma dominação entre pessoas: 'It's inhuman for a human being to carry another in this day and age'. E sobretudo, não é propriamente a melhor coisa para a coluna... O que num Estado civilizado teria ainda mais custos [clínicos] depois da 'reforma' dos rickshaw drivers...

Há 50 anos que na China e no Paquistão que foi oficialmente abolido o rickshaw.

A única crítica a este fim dos rickshaws é o desemprego que causa. No entanto, há alternativas que o Estado pode co-financiar [uma vez que ao permitir a prática, que era de resto um dado pitoresco e turístico da Ásia] alternativas.

E a alternativa mais directa é a implementada há 50 anos [e com bons resultados] no Bangladesh, Tailândia e Indonésia, onde as 'liteiras' são agora puxadas por bicicletas ou então motorizadas [3 rodas].

Havendo uma alternativa de sucesso 'à mão', não se pode senão aplaudir -- nesta matéria -- o 'mayor' de calcutá.

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17 abril 2007

EUA estão out. Mas de vez?


Nos anos 60 e 70 os Estados Unidos marcavam a agenda mundial, juntamente com a URSS, no famoso mundo bipolar.

Entretanto a URSS caiu e o mundo tornou-se unipolar: os EUA mandavam na choldra.

No entanto, nessas mesmas décadas, Londres começou a ser o grande mercado financeiro mundial, apesar de as duas grandes economias (em geral) estarem baseadas em NY e Tóquio. E obviamente que os russos, já na guerra com os EUA, transferiram todos os seus activos financeiros de NY para Londres.

quando o preço do petróleo quadriplicou em 1974, também esse dinheiro foi canalizado do médio-oriente para Londres.

Não havendo uma regulação mundial dos negócios, o direito inglês tornou-se o fundamental para as grandes transacções financeiras internacionais.

Os EUA começavam a ficar nervosos. Mas hoje devem estar mais.

Além de perderem o mercado de obrigações, soube-se nos últimos meses que perdem agora o mercado de acções, mesmo que a Euronext seja detida pela NYSE [embora a LSE ainda resista, e tal resistência tenha sido apontada como a razão do mega salário da CEO da LSE no passado ano].

E os empréstimos [referimo-nos aos grandes sindicatos bancários] estavam já sediados em Londres em não NY, até porque tiveram origem nos Eurodollars ou Eurocurrencies, os depósitos massivos de dólares em Londres.

Esta semana aparece outro sinal de ascensão londrina e decadência norte-americana: a libra atingiu o valor mais alto contra o dólar desde 1992: 1 libra vale 2 dólares.

E, se quisermos incluí-la, também a misteriosa morte de abelhas nos EUA, que não afecta só o mel [!] mas a polinização, i.e. toda a agricultura dos EUA, que representa uma fatia essencial da sua economia [e que como se viu, está fragilizada fora das commodities] e as constantes intempéries [já não sobram nomes para furacões], para não falar da mania dos tiroteios em escolas e afins.

Isto é capaz de vir a ser giro. Se o governo inglês fosse ultraconservador e a Comissão Europeia liderada por um francês, então...

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16 abril 2007

René Rémond



morreu e fez-me recordar o seu livro Introdução à História do Nosso Tempo, com o qual me entreti em parte da minha juventude.

As datas são curiosas: nasceu em 1918, quando acabou a primeira guerra mundial, e escreveu a 'Introdução' em 1974, ano do golpe militar português.

E tornou-se um dos mais 'respeitados' historiadores contemporâneos.

Diz-se que A Direita em França, de 1815 aos Nossos Dias foi a sua obra mais célebre, mas apenas passei os olhos pela 'Introdução'.

E não li as suas obras sobre religião, embora pense colocá-las na 'lista de espera'.

Sempre que morre alguém como Rémond, sinto que vivemos num autocarro desgovernado, cheio de patetas alegres, em que os que pensam vão fugindo pela janela.

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15 abril 2007


I would like to believe in something,
Something beyond the death that undid you.
I would like to describe the intensity
With which, already overwhelmed,
We longed in those days to be able
To walk together once again
Free beneath the sun.

Primo LEVI [1944]
[Translated from the Italian by Brian Swann and Ruth Feldman]

imagem: edward HOPPER [1951] Morning Sun

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'Job' for the girl.


Na altura foi vista como a nomeação do 'sage'.

Uma espécie de Ramos Horta dos EUA, Wolfowitz era para Bush aquilo que Horta é para 'Xanana' Gusmão: o cérebro. Bush actua hoje com a sua fiel [?] Rice, e Wolfowitz tramou-se com a 'namorada'.

Aliás, Horta disse, na nomeação de Wolfowitz, que 'Those who have suspicions and reservations should not have them because Wolfowitz is very humane and sensitive'.

É curioso que um 'cérebro' como Wolfowitz se trame assim e sobretudo que, sendo 'ultra-conservador' judaico e israelita tenha 'namoradas', tendo-se aliás separado em 2001 e tendo 3 filhos. Mas enfim, não é esse o tema da discussão.

Nem a sua famosa e democrática frase 'you can't wait until you have evidence beyond a reasonable doubt'.

O que se discute é a nomeação da sua namorada para um cargo cujo salário líquido excede o de Rice [acima dela na hierarquia, uma vez que está no Banco apenas em secondment], num Banco que supostamente serve para ajudar os pobres.

Mas como se sabe -- pelo menos quem tem amigos no Banco Mundial ou candidatos a este -- o factor C não é novidade.

Daí que esta notícia sobre a namorada de Wolfowitz não seja novidade nenhuma. Pelo que paramos por aqui.

Apenas achamos que como responsável pela comunicação externa do Banco, ela seja tão pobre numa declaração pessoal tão importante como a deste momento:

'I have now been victimised for agreeing to an arrangement that I have objected to and that I did not believe from the outset was in my best interest'

Ora bem. Se objectou, porque aceitou? E se aceitou porque vem dizer que se não era do seu melhor interesse? Sinceramente não há paciência.

detalhes [extracto do FT de dia 13.4.2007]:

'in the second memorandum of August 11 2005 – the existence of which was first revealed by the Financial Times – Mr Wolfowitz orders Xavier Coll, the bank’s vice-president for human resources, to offer Ms Riza a secondment package with specified benefits that go far beyond the simple promotion suggested by the ethics committee.

There is no ambiguity as to who has decided which terms to offer Ms Riza.

Mr Wolfowitz wrote to Mr Coll: “I now direct you to agree to a proposal that includes the following terms and conditions.”

The bank president tells Mr Coll to offer Ms Riza an initial promotion to H (manager) grade “at a mid-point salary level of $180,000” free of tax – significantly more than the normal maximum increase associated with such a promotion.

Mr Wolfowitz then instructs Mr Coll to offer Ms Riza “annual increases which will approximate 8 per cent” – much higher than the average for bank staff – by agreeing in advance that she would be awarded automatic outstanding performance ratings while on secondment.

The guaranteed 8 per cent annual increase meant that by 2010 her salary would be $244,960 free of tax, about $35,000 more than if she was given annual raises based on the average performance grade, though this information was not contained in the memo.

Finally, Mr Wolfowitz orders Mr Coll to put in place arrangements likely to lead to a near-automatic further promotion of one or even two further ranks for Ms Riza on her return to the bank.

The bank president tells Mr Coll it was “reasonable to grant her request to be guaranteed the right to return at an I level” (director level) if Mr Wolfowitz leaves after a single five-year term.

He adds: “Should I stay on to serve a second term, she should return at J level” – vice-president level, the most senior career staff grade at the bank.

Mr Wolfowitz said the further promotion or promotions for Ms Riza on her return should be “contingent upon a review of her work”.

But he ordered Mr Coll that the review should be done by a committee “appointed by mutual agreement between Ms Riza and HR” – in other words, one whose members she could veto.

The memorandum acknowledges that Mr Coll, the bank’s senior human resources officer, opposed at the very least the arrangements for Ms Riza’s promotions.

Mr Wolfowitz writes: “I understand your preference would be to offer her a financial settlement” that would compensate her for lost opportunities related to her forced departure.

However, Mr Wolfowitz overrules Mr Coll, stating: “I direct you to provide her a choice between her proposal and your alternative of financial compensation.”

Mr Wolfowitz says the initial promotion “should be included in either alternative”. The board findings make clear that the terms and conditions Mr Wolfowitz ordered Mr Coll to offer Ms Riza were not seen or approved by either Roberto Dañino, the bank’s then senior legal officer, or the ethics committee.
'

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Preocupação.

Mais uma vez, com Timor Leste. De acordo com a imprensa portuguesa citando a Comissão Nacional Eleitoral de Timor, o número de votos em Baucau foi três vezes superior aos eleitores.

E de acordo com o Público de hoje, 'Ontem, as autoridades admitiam “irregularidades muito graves” em 59 das 113 secções de voto de Díli, havendo também “situações muito complicadas” nos distritos de Aileu, Ainaro e Bobonaro'.

Como se já não tivesse sido extraordinário o facto de o rosto da CNE ser do clero [Padre Martinho Gusmão] e ter [!] indicado o seu sentido de voto no dia 4 de Abril, antes das eleições.

E também a disponibilidade do Presidente ['Xanana' Gusmão] para ser Primeiro-ministro, tendo sido precisamente aquele que o demitiu...

Se Portugal quiser ficar bem nas estatísticas pode deixar de se comparar à Irlanda e usar Timor como modelo...

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'There's things I haven't told you
I go out late at night
And if I was to tell you
You see my different side

[...]

We don't care
What you say
I'mma do my thing
From day to day
(Get it?)
We don't care
What you think
'Cause in this world
It's Swim-or-Sink
[...]'

Audio Bullys [2003] 'We Don't Care', in Ego War

album: Ego War (2003)

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14 abril 2007


'liberal (em comparação com o marquez de Salisbury, que é quadradamente feudal)'.


Imagem: Marquez de Salisbury, Vanity Fair, 10.7.1869

Texto: Eça de Queiroz, Cartas de Inglaterra, p.232

A 'saison', again.


'[...]
A London-Season, a celebre estacao de Londres, quando a Aristocracia, maior e menor, os dez mil de cima, como se dizia antigamente, o folhado, como se diz agora, recolhe dos parques e palacios do campo aos seus palacetes e jardinetes de Londres -- passa-se em abril, junho e julho, verdade seja. Mas essa é uma vã e ôca estação de trapos, de luvas de vinte botões, de lacaios de champagne, de batota e de cotillon. emquanto que as outras!...
[...]'

Eça de Queiroz [1928] Cartas de Inglaterra, Porto: Livraria Chardron, de Lello&Irmão, Editores, pp.19-20

'Como sabem, Londres só é habitado desde os começos de maio até aos primeiros dias quentes de agosto.
[...]
É esta fresca ralé que fica em londres; de modo que a humanidade superior, os dez mil de cima, como aqui tão pittorescamente se diz, partem para os seus castellos, as suas villas à beira-mar, ou os seus yachts, - - londres, apenas habitado pela turba abjecta, torna-se, sobre a face da terra, como a lamentavel Cacilhas. Nenhum gentleman que se respeite e queira manter o seu bom nome social ousaria confessar que esteve em londres em janeiro: correria o risco de ser tomado por um tendeiro, ou, peior, por um philosopho, um poeta, um d'esses sêres rastejantes, vis como o lixo, sem castello e sem matilha de cães que nenhuma Lady quereria ter no seu «rol de visitas».
[...]
Pois bem, tudo isto se vae reformar! e este anno será moda passear em Piccadilly, ou florear de rosa ao peito em Pall-Mall, em pleno janeiro, na espessura dos nevoeiros. Esta revolucao consideravel, foi, como todas as fecundas revolucoes, tramada, prégada, popularisada pelas mulheres.
[...]
Havia longos annos que estes anjos soffriam com impaciencia a melancholia da vida do campo, durante o longo inverno saxonio. Ainda, nos primeiros tempos, depois de deixar as glorias de Londres e os esplendores da season, a existencia era toleravel. Havia as regatas elegantes de Cowes; ia-se estar uma semana á ilha de Wight; depois vinham as festas da abertura da caça; seguia-se a época dos yachts, as viagens ás costas da Noruega, ás Hebridas, ás praias elegantes da Normandia; depois, quando a côrte está na escocia, vinha a caça ao veado, os bailes de gellies das montanhas... enfim, vivia-se. Mas, com a chegada da dezembro, da neve uma formidavel lei social, a fashion, obrigava os dez mil de cima a recolher-se aos seus castellos, á solidão do campo.
[...]
Os homens, esses, de manhã, têm a caça, os galopes fuiosos, devorando prados, saltando sebes atraz de uma raposa espavorida, ao grito barbaro de Hally-hó! Depois, á noite, tomado o banho e vestida a casaca, têm o grog forte no fumoir.
[...]
Mas uma dama das dez mil não faz nada; os seus grandes talentos, a toilette, a graça de receber, a intriga politica, o brilho da conversacao, o chic esthetico, cousas em que prima, não lhe servem no isolamento relativo do castello, sob as torrentes da chuva. O seu palco natural é o salão de Londres. Alli, no campo, nas longas galerias, onde pendem as bandeiras que os seus antepassados tomaram em Azincourt ou Poitiers ou, se os avózinhos nunca invadiram a França, as bandeiras compradas no antiquario da esquina, Mylady boceja; ou estendida n'um sofá, na sua robe-de-chambre do brocado branco de Genova, com uma novella cahida no regaço, olha os flocos de neve empoando os grandes carvalhos do parque. Depois vem a noite. É o peior.
[...]
E os homens mesmo soffriam. galopar n'um cavallo de preço sobre a terra dura de neve, ao lado da matilha, por uma manhã de brisa fria -- tem encanto. Mas póde-se isso comparar á delicia de ir tagarellar para o club, ter todas as noites tres ou quatro bailes, fazer phrases sobre a questao do Oriente, e ceiar com Miss Fanny, n'um quente boudoir de velludo, emquanto fóra a plebe patinha na lama de Londres?! Não, não se póde comparar.
[...]
- Meu Deus, que deliciosas noites se vão passar no Club!'

id., pp.37-44

13 abril 2007

A 'sensação' da 'season'



Nas últimas semanas Londres esteve num rodopio com a abertura da loja de roupa norte-americana Abercrombie & Fitch. Reparei nela ontem, ao passar em Savile Row. Era inevitável: modelos sinistros à porta e house barato aos berros às 4 da tarde.

A grande razão nem é a roupa em si: é o que não falta em Londres. A razão começou por ser um anúncio com uma foto gigante de um modelo masculino de costas, tronco nu, com uma mão no pescoço e outra bem abaixo, mostrando o rabo. Aqui está ele.

Se já era algo histérica a mania de andar com a roupa interior à mostra, as modas passam e agora o bom é mesmo mostrar o rabo [que se no caso do modelo pode ser interessante, no caso dos milhões de jovens que andam pelas ruas não é exactamente assim...].

Este anúncio esteve em quase todos [senão todos?] os autocarros double-deck da cidade. Ninguém escapa ao rabo, que ainda circula por aí.

O que deixou de circular foi o histerismo para conseguir convites para a festa de abertura da loja da Abercrombie & Fitch em Savile Row.

Exactamente: a loja do rabo abriu no centro das lojas mais clássicas de Londres. Agora, quando fizer um fato à medida, tenha cuidado com os rabos e jovens imberbes da Abercrombie, até porque muitos são underage.

Já achei piada à Abercrombie: foi a loja que vendeu a arma com a qual Hemingway se matou [atenção às cartas românticas trocadas entre este e Marlene Dietrich e publicadas recentemente!], tem um site muito bem desenhado e modelos em regra excelentes.

Mas em Londres tudo parece correr mal. Aliás os escanzelados pálidos acima e a miúda de estação de serviço comprovam-no: são 3 dos 'modelos' da nova loja em Londres.

Um jornalista do pasquim Daily Mail fez uma reportagem com o título 'Poseurs Paradise!'. Candidatou-se a lojista da Abercrombie e veja-se o resultado:

"You've got just the right look to come and work for Abercrombie & Fitch" she told me. I was taken aback, flattered, but had no idea what she meant.

"Fantastic" I replied. Abercrombie & Fitch? The name rang a bell. Shortbread? Why would a biscuit firm want to employ me?

She explained that Abercrombie & Fitch was a clothing store and that they were hiring "models" to "just hang out" around the shop, wearing the company's clothing.

The penny dropped. I'd seen those risque; posters of a muscular man with a builder's bottom adorning London buses. I knew this homoerotic campaign has caused a stir.

[...]

This, I realised, was the American chain whose use of blatant sex to market their U.S. preppy style has attracted critics as well as custom. They promise a store full of "gorgeous kids".

[...]

She informed us that the company had a "tagline" which we would have to use when greeting customers. She explained, very seriously, that it was, "Hello, how are you?"

"How did you come up with that?" I asked. She said a company of marketing consultants had worked intensively at developing it.

[...]

One girl said she thought the store was a bit like GAP. That was the end of her. A week later the phone rang. I'd got the job. Would I come to an orientation day?

[...]

The doors are not yet open for business and I face a sea of preciselyplaced and neatly-folded merchandise. Outside the sun shines, but in here it is so dark I keep tripping over my flip-flops.

The shop presents itself as if it were the coolest clothes shop on the planet. Aimed at 20-year-olds, the store offers polo shirts, hoodies and tight jeans. David Cameron would shop here if he thought he could get away with it.

My eyes accustom to the gloom. I confront tacky paintings of teenage boys stripped to the waist in frames that aspire to the look of a grand country house.

The theme of male near-nudity is pursued throughout. It has caused trouble. One edition of the company's catalogue had to be recalled after a storm over the explicitly naked photographs of young models.

[...]

My first customer, a mother with two teenage kids, purchased more than £500 of T-shirts. But by the time I had scanned and de-tagged all the items, removed the coat hangers, totalled the cost and figured out how to charge the credit card, 25 minutes had elapsed.

[...]

The company told us it was an equal opportunity employer. Funny, because all its visible staff are young and beautiful.

The unattractive, the overweight and the disabled just don't seem to make it on to the shop floor. In fact, there is no lift and therefore no way for wheelchair users to work or shop upstairs.

As far as age goes, at 29 I was probably the oldest there. I thought that if the law permitted it, managers would have exercised quality-control over the customers, too, and I might be assigned to blow a whistle if anyone old or fat ventured in.

But employees who are not on public view are allowed to be slightly less attractive. The "impact team" is a group of workers who replenish the dwindling stock.

[...]

I don't get out of bed for less than £6.50. Fortunately this was A&F's hourly rate. They trade on the inexhaustable supply of beautiful dimwits for whom the excitement of being hired as "model" matters more than the pay scale. I got the impression that, ideally, they'd like us to pay them, rather than the other way round.

The men who stood semi-clothed at the entrance earned an extra £1 an hour. But they had the required A&F six-pack. The new way of selling clothes seems to be not wearing them.

[...]

A & F is unlike other foreign stores that arrive in the UK and try to fit in. It is brash and all-American. But they do want to be posh. Association with the quality tailoring of Savile Row, the listed building and the statues and art work, rub uneasily against the overt use of sex to sell clothes.

There's nothing tasteful in halfnaked boys hanging around the store door. Or are we just too oldfashioned for this fusion of softcore porn and high-class pose?

Os Estados Unidos no seu pior, ao tentarem ser algo de melhor.

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12 abril 2007

Eça, sobre o Afeganistão


‘Os inglezes estão experimentando, no seu atribulado imperio da India, a verdade d’esse humoristico logar commum do seculo XVIII: «A Historia é uma velhota que se repete sem cessar».

O Fado ou a Providencia, ou a Entidade qualquer que lá de cima dirigiu os episodios da campanha do Afghanistan em 1847, está fazendo simplesmente uma copia servil, revelando assim uma imaginação exhausta.

Em 1847 os inglezes, e «por uma Razão d’Estado, uma necessidade de fronteiras scientificas, a segurança do imperio, uma barreira ao dominio russo da Asia...» e outras cousas vagas que os politicos da India rosnam sombriamente, retorcendo os bigodes – invadem o Afghanistan, e ahi vão aniquilando tribus seculares, desmantelando villas, assolando searas e vinhas: apossam-se, por fim, da santa cidade de Cabul; sacodem so serralho o velho emir apavorado; collocam lá outro de raça mais submissa, que já trazem preparado nas bagagens, com escravas e tapetes; e, logo que os correspondentes dos jornaes têm telegraphado a victoria, o exercito, acampado à beira dos arroios e nos vergeis de Cabul, desperta o correame, e fuma o cachimbo da paz... Assim é exactamente em 1880. [...]

E de tanto sangue, tanta agonia, tanto luto, o que resta por fim? [...]

No entanto a Inglaterra gosa por algum tempo a «grande victoria do Afghanistan» -- com a certeza de ter de recomeçar, d’aqui a dez annos ou quinze annos, porque nem pode conquistar e annexar um vasto reino, que é grande como a França, nem póde consentir, collados á sua ilharga, uns poucos de milhões de homens fanaticos, batalhadores e hostis. A «politica», portanto é debilital-os periodicamente, com uma invasão arruinadora. São as fortes necessidades d’um grande imperio. [...]’

Eça de Queiroz [1928] Cartas de Inglaterra, Porto: Livraria Chardron, de Lello&Irmão, Editores, pp.5-9

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11 abril 2007

O Cabalista Independente



Todos nos recordamos da figura de Jorge Coelhone no programa da RTP Contra Informação. Um político de sotaque beirão, de cara bolachuda e mãos sapudas, com ar de quem domina os aparelhos partidários, a roçar o mafioso, célebre pela frase ‘quem se mete com o PS leva’. Era ainda conhecido pelo seu ódio aos ‘in-de-pen-den-tes’, palavra que smpre soletrava, vagarosamente, no seu empastado sotaque beirão, e cheio de trejeitos descontrolados, numa ânsia negocial de basfond ou, como se diz agora (talvez impulsionados pelos ‘debates’ sobre o aborto), de ‘vão de escada’...

Mas acredito que Coelhone até esfregue as mãos de contente: dizer-se que se é Independente e, sobretudo Deputado Independente e, ainda mais, Deputado Independente da bancada do PS, assume agora todo um novo sentido...

Hoje, para variar, fala-se de uma nova cabala na política portuguesa.

Tanto cabalismo faz-me pensar se haverá uma certa pulsão governativa para o místico.

De facto só mesmo os astros devem saber qual o verdadeiro CV do actual titular do cargo de Primeiro Ministro no meu país.

No meu país, o do governo do ‘choque tecnológico’. há membros do gabinete do Conselho de Ministros que nem sabem fazer copy and paste, como lemos no DN de 7.4.2007: ‘a trapalhada é atribuída a um erro técnico – ao fazer copy and paste do currículo original do primeiro-ministro, quem inseriu os dados no site oficial confundiu a pós-graduação do ISCTE com o curso de engenharia Sanitária, tendo, ao mesmo tempo, apagado o MBA do ISCTE. O currículo será agora novamente corrigido’.

Isso sim, deixa-nos em estado de ‘choque’. E faz-nos pensar se não fará falta um VERDADEIRO Engenheiro Sanitário para desenhar uma ETAR governativa [o actual titular deve preferir um sistema de co-incineração] para limpar toda esta porcaria.

Se no caso, por exemplo, da ‘cabala’ da Casa Pia se percebeu que Paulo Pedroso seria possível inocente e que, sobretudo, a sua prisão preventiva foi ditada por critérios tudo menos jurídicos [no qual o reconhecimento presencial é algo de desconhecido e trocado por fotos de políticos em jornais], no caso do ‘CV’ o não-engenheiro José Sócrates ainda nada esclareceu. Ora quem não deve não teme. E, sobretudo, não altera incessantemente o CV na webpage da Presidência do Conselho.

É que não me preocupa minimamente se é engenheiro ou não: apenas lhe peço que não seja mentiroso ou secretista em relação ao seu CV. Sobretudo porque, como na célebre história e Pedro e o Lobo, qualquer dia ninguém acredita em si. E, mais, porque quando se é apanhado numa mentira tudo o resto é posto em causa. E o senhor, esperar-se-á, será posto em casa.

Finalmente, o que parece preocupar o actual Governo de Portugal e o PS nem é haver CV’s falsificados nem titulares mentirosos. Mas apenas todo o gato escondido, cujo rabo de fora é um CV mal amanhado.

Por exemplo – e apenas como exemplo – o Professor António José Morais, que segundo o mesmo jornal [que José Sócrates não processou nem desmentiu], terá dado ao nosso actual primeiro-ministro 4 das suas 5 cadeiras [one man show!!!]. E mais: esteve na celebérrima Fundação para a Prevenção e Segurança [que coisa boa não seria, para ter sido demitido o então Ministro Armando Vara, que acabou bem mais confortável, na administração da CGD, apesar do seu CV ser igualmente uma nulidade absoluta]. Melhor: no ACTUAL executivo, o referido Professor António José Morais foi demitido pelo Ministro da Justiça, uma vez que – imagine-se – nomeou para o importantíssimo Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça uma imigrante brasileira cujo CV era um restaurante no Centro Comercial Colombo... [e também já tinha nomeado semelhante espécime em anterior governo]. Só falta culparem a pobre brasileira dos desaires da Justiça portuguesa.

Todos estes troca-tintas ultrapassam o pior do gozado através da personagem Toneca Guterres, no já referido Contra Informação. E fazem até Santana Lopes e as suas amigas parecerem competentes. Pelo menos ainda havia risota. Neste momento, já não há graça nenhuma.

Contrariamente ao afirmado pelo PGR, tudo isto tresanda a corrupção, fraude e tráfico de influências.

Mas não há problema: nas eleições [sejam as próximas ou as seguintes] ninguém se vai lembrar.

Na história do(s) CV(s), em particular, há algo de chocante: é que se no sector privado e em alguns cargos do sector público o CV é uma exigência, nos órgão de soberania é uma eventualidade: a incompetência sobre rápido e mesmo quem nunca geriu uma casa ou uma PME vai gerir um país, ou assumir cargos de relevância no governo ou na dependência deste. Faz-me lembrar a frase ‘pior que um inimigo inteligente é um amigo estúpido’. Peculiar.


Imagem: Alegoria da cabala, do Cabala, Spiegel der Kunst und Natur, 1615

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Tony Scott


Li ontem no Guardian que Tony Scott morreu no dia 28, um dinossauro da música, especialmente no jazz [clarinete], mas com incursões interessantes pela chamada 'world music' ou 'chill' muito suave. Acabou por radicar-se em Itália [o que merece o nosso elogio, para um americano, mesmo tendo origem italiana...], reunindo 20 músicos na Tony Scott Big Jazz Band e tocando com Charlie Parker, Ben Webster, Lester Young, Art Tatum, Billie Holiday, Sarah Vaughan, Duke Ellington, Count Basie , John Coltrane, 'just to name a few'. E quando não estava a tocar, fotografava o mundo do jazz, tendo retratado os anos 40, 50 e 60.

Podem as classificações chill e zen dar a entender que se trata de um novato a fazer CD's do género 'Café del Mar'.

Não é o caso [embora seja considerado um pioneiro do New Age]. E foi assim que conheci a música de Tony Scott:

foi em 1964 que editou Music For Zen Meditation And Other Joys, álbum que me marcou bastante, e que aqui recomendo [creio que já tinha falado de algumas músicas deste álbum no lineup que recomendei para o Verão passado].

Tony Scott: Music For Zen Meditation And Other Joys
1964, February: Tokyo, Japan
[reeditado pela Polygram em 1997]

'All my friends, my inspirers are dead: Charlie Parker, my prophet and greatest friend ('55), Art Tatum ('56), Big Sid Catlett ('57), Lester Young ('58), Billie Holiday ('59) and for me the creativity in jazz died with them .I’m looking for new sounds, new feeling and a change of thought. Japan will be only the first stop to fill my soul for my creative spirit, I must get out and search for new sources'



Website de Tony Scott

09 abril 2007

Além da verdadeira, a inspirada 'em'.


Serviço de licor desenhado por Émile Gallé, Nancy, datado de aproximadamente 1885 , à venda esta semana na Sotheby's em Bond Street com uma previsão de martelo de 40 a 60 mil libras.

Integra-se na Islamic Arts sale.

L07220 | London, New Bond Street 18 Apr 07
Islamic Works of Art

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08 abril 2007

07 abril 2007


BALKAN (cont.): Beautiful, aren't they? That soft sheen, that
superb gilding... Not to mention the centuries of wisdom they
contain -- centuries of erudition, of delving Into the secrets of
the Universe and the hearts of men... I know people who would
kill for a collection like this. (CORSO shoots him a quick
glance) The Ars Diavoli! You'll never see as many books on the
subject anywhere else in the world. They're the rarest, the
choicest editions in existence. It has taken me a lifetime to
assemble them. Only the supreme masterpiece was missing. Come...

[...]

CORSO: Where did you get it?

BALKAN: I bought it from Telfer.

CORSO (surprised): Telfer?

BALKAN (looking out the window): Yes, he finally sold it to me. The day before he killed himself.

CORSO: Good timing.

[...]

BALKAN: Are you a religious man, Corso? I mean, do you believe in the supernatural?

CORSO: I believe in my percentage. I also believe that books grow old and decay like the rest of us... Don't you get dizzy, standing there?

[...]

BALKAN (cont.): 1 shall want you to get it for me at all costs, never mind how.

CORSO: Never mind how sounds illegal.

BALKAN: It wouldn't be the first time you've done something illegal.

CORSO: Not that illegal.

[...]

CORSO: That's why I'm here. I need you to stash it for me. I'm starting to see things.

BERNIE stares at him.

BERNIE: Like what?

CORSO: Uninvited visitors, unfamiliar faces. I don't trust anyone, not even Balkan. (reflects for a moment) Come to think of it, I don't even trust you.

[...]

CORSO: Thanks. (admiringly) Handsome glasses.

FARGAS: These are the only ones I have left.

CORSO looks around the room.

CORSO: Must have been a beautiful place.

FARGAS: it was, but old families are like ancient civilizations: they wither and die.

He raises his glass in a silent toast. CORSO reciprocates. FARGAS gestures at the books.

[...]

CORSO: Why don't you sell up?

FARGAS: Sell the Fargas family estate? it's obvious you're an American, my friend. There are things you can't be expected to understand.

CORSO continues to survey the books, fascinated.

[...]

FARGAS: I know, but if I sold them all I'd have no reason to go on living. More brandy?

[...]

FARGAS (eyes him keenly): What are you looking for, Mr. Corso?

CORSO: I wish I knew.

FARGAS looks suddenly grave.

FARGAS: Some books are dangerous. Not to be opened with impunity.

CORSO (with equal gravity): Very true.

[...]

BALKAN (cont.): You have before you the mystery of which men have dreamed throughout the centuries. Thousands have died an agonizing death in hopes of just a glimpse of what you're about to witness!

9th Gate

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05 abril 2007

Operas


Tenho uma amiga fanática por ópera que não falha tudo o que mexa em Londres. Mas reduz-se ao século XIX e é uma pena [tão grande, talvez, como a que ela achará do facto de eu só ligar à dos dois séculos anteriores e ignorar o XIX].

Assim, desafiado, arranjei uma mini-lista de álbuns no mercado -- que estão indicadas por compositor -- para ela poder ouvir algumas anteriores. Fica a dica, à qual acrescentarei as que fiorem surgindo [inclusive as que me recomendarem].


Lully

Alceste, La Grande Écurie, Jean-Claude Malgoire (dir.), disques Montaigne

Thésée, La Simphonie du Marais, Hugo Reyne (dir.), Astrée

Atys : Les Arts Florissants, William Christie (dir.), Harmonia Mundi


Persée
: Les Talens lyriques, Christophe Rousset (dir.), Astrée

Phaëton, Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski (dir.), Erato

Roland, Les Talens Lyriques, Christophe Rousset (dir.), Naïve

Armide, La Chapelle Royale, Philippe Herreweghe (dir.), Harmonia Mundi


Charpentier

Andromède,London Baroque, Charles Medlam (dir.), Harmonia Mundi

David & Jonathas, Les Arts Florissants, William Christie, Harmonia Mundi

Médée, Les Arts Florissants, William Christie (dir.), Erato


Marais
Alcyone : Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski (dir.), Erato


Campra

Tancrède, La Grande Écurie, Jean-Claude Malgoire (dir.), Erato

Idoménée, Les Arts Florissants, William Christie (dir.), Harmonia Mundi


Desmarest
La diane de Fontainebleau, Simphonie du Marais, Hugo Reyne (dir.), Astrée


Montéclair
Jephté, Les Arts Florissants, William Christie (dir.), Harmonia Mundi


Clérembault
Le triomphe d'Iris, : Le Concert spirituel, Hervé Niquet, Naxos


Mondonville
Titon & l'Aurore, Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski, Erato


Haëndel
Rodelinda, Nicholas Kraemer (dir.), Raglan Baroque Players, Virgin
Il Trionfo del Tempo e del Disinganno, Marc Minkowski (dir.), Les Musiciens du Louvre
Rinaldo, Christopher Hogwood (dir.), The Academy of Ancient Music, Decca


Purcell
Dido and Aeneas, Christopher Hogwood (dir.), The Academy of Ancient Music, Decca L'Oiseau


Vivaldi
Farnace, Jordi Savall (dir.), Le Concert des Nations, Alia Vox
L'Olimpiade, Rinaldo Alessandrini (dir.), Concerto Italiano, Opus 111

Luigi Rossi
Orfeo, William Christie (dir.), Les Arts Florissants, Harmonia Mundi

...

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Joe Colombo


em Paris: já falámos dele aqui [a propósito de uma deliciosa chaise-longue: a tube chair, de 1969].

Agora estamos curiosos [ainda não visitámos...] quanto à sua primeira retrospectiva, Joe Colombo, l'invention du futur du 29 mars au 19 août 2007 .

no

Musée des Arts Décoratifs
107, rue de Rivoli
75001 Paris


+infos

Imagem: Joe Colombo (1930-1971), Designer, Personal Photo (Joe Colombo in ELDA with Japanese Interior Design magazine), 1950-1971, Ignazia Favata Studio Joe Colombo, Milan

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03 abril 2007


'Charlie and I believe Berkshire should be a fortress of financial strength – for the sake of our owners, creditors, policyholders and employees. We try to be alert to any sort of megacatastrophe risk, and that posture may make us unduly apprehensive about the burgeoning quantities of long-term derivatives contracts and the massive amount of uncollateralized receivables that are growing alongside. In our view, however, derivatives are financial weapons of mass destruction, carrying dangers that, while now latent, are potentially lethal.'

Carta de Warren Buffet aos investidores na Berkshire Hathaway, em 2003.

Uma passagem de uma das várias cartas de Buffet enquanto Chairman. No conjunto, valem mais que muitos manuais de Corporate Finance, Investment Banking ou International Finance que andam por aí.

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02 abril 2007

Já há gelados!



Santini

Cascais

Santini Lda.
Av. Valbom, 28 F
2750 Cascais
Telef: 21 483 37 09
E-mail: cascais@geladosantini.com



S. João do Estoril

Santini Lda.
Rua nova da Estação, nº 5
S. João do Estoril
E-mail: estoril@geladosantini.com

3ª a Domingo das 14:00h às 19:00h
Encerra à 2ª Feira

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