15 maio 2005

Excelência e Felicidade



Um conhecido blogger [e agora cronista em várias revistas], não sei se conhecido em mais alguma coisa, escreveu no Expresso que nos preocupamos muito com a Excelência e pouco com a Felicidade.

By the contrary...

Sem alguém a preocupar-se com a excelência, dificilmente você seria feliz 'tá a ver?

Claro que não foi uma observação generalista. Não falkou à toa. Teria algum significado, não é? Vou meditar sobre o assunto, depois ligo.

[Arte: Chair Scandia Sr.
by Hans Brattrud (Norway)
Category: Symbols of modernity
Manufacturer: Hove Møbler/Fjordfiesta
Year: 1960/2003]

O Crime do Padre Aborto




Regressou o burburinho sobre o aborto.

Agora com um padre que foi apelidado de idiota e besta, vejam-se por exemplo os mimos atirados por Clara Ferreira Alves no programa da SIC 'Eixo do Mal'.

O padre -- whoever he may be -- levanta uma questão interessante.

De facto, não faz sentido a criminalização do aborto. Não há bem jurídico relevante, pelo menos autonomizável.

Para quem defende a legalização, não faz sentido a criminalização.

Para quem defende a vida, também não.

Pois um tal ataque à vida é um homicídio doloso.

Acabe-se com a criminalização de algo que não existe.

Criminalize-se aquilo que se entender relevante.

E deixe-se o resto com o vento.

[Arte: Paula Rego, Untitled da série O Crime do Padre Amaro]

06 maio 2005

Estado is back

Estado is back
Numa crónica recente na 'sua' última página do Diário de Notícias, Francisco Sarsfield Cabral apontava a insuficiência de teses marxistas e de teses neoliberais para a descrição e resolução dos actuais desafios defrontados pelo ser humano. Concluía com a necessidade de regresso do Estado enquanto regulador, enquanto supremo reduto dos objectivos sociais, da igualdade, da liberdade.

Curiosamente, Rui Machete também se pronunciou sobre este tema recentemente [Editorial da Newsletter de Março da Fundação Luso-Americana, à qual preside] em termos não muito diferentes e ataca um plano mais específico, apontando que 'as principais dificuldades na resolução das questões que afectam, em Portugal designadamente, os sectores da educação e da saúde, não são económicos; são de management e, sobretudo, de cultura. A parte espiritual do homem, a cultura, continua a ser a sua causa por excelência. Os aspectos económicos estão a jusante, como consequência da insuficiência no saber e da deficiente internalização nos utentes da situação real dos serviços'.

Fica o registo.